21/jul/2025 - 3 minutos para saber
A dívida dos 10 clubes mais endividados do Brasil chamou a atenção de Eduardo Feldberg, educador financeiro e criador do canal “Primo Pobre” (@eduardofeldberg), que alerta sobre o descuido com gestão e dependência de patrocínios de apostas. Vamos entender o panorama real.
O que Eduardo Feldberg quis dizer sobre os clubes
endividados?
Eduardo Feldberg listou os dez clubes brasileiros com
maiores dívidas: Fluminense (~R$ 633 mi), Santos (~R$ 645 mi), Bahia (~R$ 821 mi), Palmeiras (~R$ 825 mi), Internacional (~R$ 835 mi), São Paulo (~R$ 853 mi), Vasco (~R$ 928 mi), Cruzeiro (~R$ 981 mi), Atlético Mineiro (~R$ 1,4 bi) e Corinthians (~R$ 1,9 bi). Os números correspondem ao ranking de 2024 da consultoria Sports
Value e CNN Brasil. Feldberg questiona como esses clubes, que vendem camisas
por até R$ 600, permanecem tão
endividados, citando corrupção e má gestão, e convida o público a refletir.
Urbano Caldeira – Créditos: depositphotos.com
/ casadaphoto
Qual é a origem dessas dívidas bilionárias?
A dívida do Corinthians, por exemplo, é agravada pelo
financiamento da Neo Química Arena (cerca de R$ 1,15 bi
via BNDES e Arena FII). O Atlético tem dívidas significativas com a Arena MRV e contratações. O cenário geral é de despesas com estádios, salários altos, juros e contratos mal planejados, sobrecarregando
clubes mesmo com receitas milionárias.
Os valores citados por Eduardo Feldberg conferem com os
dados oficiais?
Sim. As dívidas dele batem com o ranking do final de
2024:
- Corinthians:
R$ 1,9 bi
- Atlético
Mineiro: R$ 1,4 bi
- Cruzeiro:
R$ 981,1 mi
- Vasco
da Gama: R$ 928,5 mi
- São
Paulo: R$ 852,9 mi
Outros valores listados (Fluminense R$ 632,8 mi, Bahia R$ 821 mi etc.) também coincidem com dados da Sports Value e CNN.
Por que os clubes fecham o ano devendo mais, mesmo
faturando alto?
Mesmo com receitas bilionárias, como Corinthians (R$ 1,115 bi) e Palmeiras (R$ 1,274 bi) em 2024, esses clubes
apresentaram déficits — o Timão, por exemplo, teve prejuízo de R$ 181 mi no ano. As explicações incluem:
- Juros
altos e amortizações de empréstimos
- Custos
excessivos com estádio, agentes, jogadores
- Falta
de planejamento financeiro sustentável
- Dependência
de receitas pontuais, como patrocínios de loterias/bets
Ícone do Palmeiras – Imagem: Divulgação /
palmeiras.com.br
Por que as apostas patrocinam todos os clubes do
Brasileirão?
Segundo Feldberg, os clubes estão “lascados”
financeiramente e recorrem às empresas de apostas (bets) que pagam alto por
patrocínios. Essas plataformas lucram com usuários que apostam regularmente —
muitas vezes pessoas que não podem arcar — e usam esse lucro para patrocinar
clubes, perpetuando uma relação arriscada e instável.
Como isso afeta o torcedor e a saúde financeira dos
clubes?
Feldberg destaca que a falta de gestão e o recurso a
patrocínios questionáveis resultam em prejuízo para o clube e o torcedor. O
endividamento crescente limita investimentos em categorias de base,
infraestrutura e gera risco de punições como “transfer ban”, recebendo
proteções como o acordo firmado pelo Corinthians na CNRD da CBF para pagar R$ 76 mi em dívidas.
Que mudança pode quebrar esse ciclo de dívida?
Eduardo Feldberg sugere que não basta faturar alto — é
preciso:
- Planejamento
financeiro sério e independente de patrocínios de bets;
- Transparência
e responsabilidade com os recursos;
- Governança profissional, controles, auditorias e menos privilégios;
- COM: TBN