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CONTEÚDO/Seth Wenig/Pool via REUTERS
16/07/2025 |
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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou a
empresários, durante reunião nesta terça-feira (15), em Brasília, que não
pretende aplicar a Lei de Reciprocidade em resposta ao tarifaço dos Estados
Unidos, mesmo que as negociações bilaterais não avancem até o início de agosto
— quando entra em vigor a nova alíquota de 50% sobre produtos brasileiros.
Segundo José Velloso, presidente da Associação Brasileira da
Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), a sinalização foi clara: “Em
momento algum os ministros falaram sobre o uso da Lei de Reciprocidade. Nem
mesmo aventaram essa possibilidade — o que consideramos positivo. Defendemos
que, mesmo sem acordo até agosto, o Brasil não reaja com a lei, para evitar uma
escalada imprevisível,” afirmou Velloso à CNN.
Durante a reunião, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
expressou entendimento de que o Brasil não deve intensificar o conflito com os
Estados Unidos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou que o governo
prioriza a negociação e a via diplomática.
“Se o Brasil retaliar e aplicar alíquotas altas, o comércio
entre os dois países será inviabilizado. Isso pode levar à paralisação do
comércio bilateral e até ao desinvestimento. Os ministros demonstraram estar
conscientes disso”, completou Velloso.
Além de Haddad e Rui Costa, participaram da reunião os
ministros Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio), Silvio Costa Filho (Portos e
Aeroportos), Simone Tebet (Planejamento) e Gleisi Hoffmann (Relações
Institucionais).
Os empresários também destacaram que não há alternativas
comerciais viáveis para os produtos atualmente exportados aos EUA.
“Na indústria de manufaturados, não existe desvio de
comércio possível. Perdendo o cliente norte-americano, ele dificilmente volta.
Transmitimos ao governo a gravidade da situação, que é maior do que se
imaginava”, afirmou o presidente da ABIMAQ.
Fonte: CNN Brasil