02/jul/2025 - 4 minutos para saber
Em 2025, o Bolsa Família volta ao centro das discussões no
Senado, com uma proposta de reformulação que promete alterar a rotina de
milhões de brasileiros. O Projeto de Lei 3.739/2024, apresentado pelo
senador Cleitinho, sugere uma nova abordagem para o uso dos
recursos do programa, com foco em garantir que o benefício seja utilizado
exclusivamente para suprir necessidades essenciais das famílias.
A proposta surge após análises indicarem que parte dos
valores repassados não estaria sendo direcionada para itens fundamentais, como
alimentação e saúde. O debate em torno do tema envolve a busca por maior
eficiência na aplicação dos recursos públicos e a intenção de fortalecer o
papel do Bolsa Família como ferramenta de combate à pobreza.
O que muda com o novo projeto do Bolsa Família?
O texto do projeto prevê a implementação de um cartão de uso
restrito, substituindo o modelo atual de depósito em conta bancária. Com essa
mudança, os beneficiários só poderão utilizar o valor do benefício em
estabelecimentos e serviços previamente autorizados, evitando gastos com
produtos considerados não essenciais.
Quem
usa cartão nas compras do dia a dia deve ficar atento à nova lei
- Alimentação: Compra
de gêneros alimentícios básicos passa a ser prioridade.
- Saúde: Aquisição
de medicamentos e itens de higiene pessoal será permitida.
- Serviços
essenciais: Pagamento de contas de água, energia elétrica e
internet também estará liberado.
Essa reestruturação busca assegurar que o auxílio financeiro
atenda, de fato, às necessidades mais urgentes das famílias em situação de
vulnerabilidade.
Por que o governo quer limitar o uso do benefício?
O principal objetivo da proposta é garantir que o dinheiro
público seja utilizado de maneira estratégica, evitando desvios para despesas
que não contribuem para o bem-estar dos beneficiários. O projeto também
responde a preocupações sobre o uso do benefício em apostas e outros gastos
considerados supérfluos, que não promovem melhorias concretas na qualidade de
vida.
Ao restringir as opções de uso, o governo espera promover um
consumo mais consciente e alinhado com as metas do programa, fortalecendo a
segurança alimentar e o acesso a serviços básicos.
Como a mudança pode afetar o dia a dia dos beneficiários?
A adoção do cartão restritivo exigirá uma adaptação por
parte das famílias atendidas. Será necessário planejar melhor o orçamento
doméstico, priorizando despesas essenciais e evitando compras fora das
categorias permitidas. Para muitos, essa mudança pode representar um desafio
inicial, especialmente para quem já está habituado ao modelo anterior.
Do ponto de vista do comércio, a medida pode impulsionar o
movimento em estabelecimentos que oferecem produtos e serviços autorizados, ao
mesmo tempo em que exige adequações para aceitar o novo método de pagamento.
Pequenos comerciantes, em especial, precisarão se preparar para a transição
tecnológica e operacional.
Quais desafios a implementação do novo modelo pode
trazer?
Entre os principais desafios estão a necessidade de educação
financeira para os beneficiários e a garantia de que todos tenham acesso aos
estabelecimentos credenciados, inclusive em áreas remotas. O governo também
terá que monitorar de perto o funcionamento do sistema, ajustando regras e
procedimentos conforme as demandas surgirem.
O debate sobre o futuro do Bolsa Família segue em andamento,
com expectativa de que as mudanças propostas possam contribuir para um uso mais
eficiente dos recursos e para a melhoria das condições de vida das famílias
brasileiras em situação de vulnerabilidade.
Por Guilherme
Silva/TBN