segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

CORREIOS PLANEJAM AUMENTO DE TARIFAS QUE CHEGAM A 81,6% PARA CLIENTES: COBRIR ROMBO BILIONÁRIO É O MOTE; VEJA MAIS DETALHES


 Ricardo Stuckert

FOTO: Ricardo Stuckert

23/02/2025 | 2 min de leitura

Com os Correios beirando a insolvência, como sua direção já admitiu, a atual gestão quer empurrar a conta de sua ineficiência para o cidadão. Quer aumentar tarifas em vez e cortar despesas, assim como o governo Lula (PT) aumenta impostos em vez de cortar gastos. A ideia é impor 81,6% de aumento nas tarifas já a partir de abril, segundo o documento com “ações para sustentabilidade econômico-financeira”, a que a coluna teve acesso.

A estatal negou até que haja discussão sobre o assunto.

Documento interno revela plano de revisão tarifária dos Correios

Só pensam naquilo

A estatal traçou cenários de 12%, 20%, 45% e 81,6%. Neste último caso, o estudo prevê R$3,4 bilhões em caixa... até ficar insolvente outra vez.

Nem pro cheiro

No plano, os Correios dizem que última revisão tarifária ocorreu em 2017 e foi de 4,094%. Diz ter sido insuficiente para cobrir seus custos. Claro.

Culpa do Haddad

O documento reforça que a “taxa das blusinhas”, imposta por Fernando Haddad (Fazenda), prejudicou a receita e tornou a estatal insolvente.

Toque de caixa

O documento será apresentado nos próximos dias. Precisa ser aprovado pela diretoria, moleza até aí. A resistência, se ocorrer, será no conselho.

Fonte: Diário do Poder 

sábado, 22 de fevereiro de 2025

QUILO DO CAFÉ CHEGA A R$ 104 EM CIDADE BRASILEIRA; ENTENDA POR QUE O PRODUTO FICOU TÃO CARO E PROJEÇÕES DE ESPECIALISTAS

FOTO: ILUSTRAÇÃO/REPRODUÇÃO


O pedreiro Francisco de Oliveira, 45 anos, tinha o hábito de tomar café três vezes ao dia: uma xícara ao acordar, outra depois do almoço e mais uma no final da tarde. Como se fosse lei. Há menos de 15 dias, no entanto, ele modificou a rotina. O café depois das 12h não existe mais. O motivo? O preço do produto, que foi o item que mais encareceu em Salvador e Região Metropolitana em 2024, com 42,68% de variação, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em janeiro, a prévia da inflação do café moído foi de 6,07%. A péssima notícia é que não há previsão de redução no valor do produto. Em Salvador, o pacote do Maratá 250g é encontrado até R$ 26. Ou seja, o quilo sai por R$ 104 no Mercadinho Manancial, em Periperi. O levantamento foi feito no aplicativo Preço da Hora nesta sexta-feira (7). A plataforma oferece dados das notas fiscais eletrônicas do estado da Bahia para apresentar os melhores valores praticados ao consumidor.

O encarecimento do café é resultado da seca que atingiu o Brasil e outros países produtores, como Vietnã, Indonésia e Colômbia e Nicarágua. Quem explica isso é João Lopes Araújo, presidente da Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé) e diretor da Associação Comercial da Bahia. Segundo ele, a "coincidência dramática" aconteceu pela primeira vez em seus 53 anos como produtor do grão.

"Nós esperamos que a safra desse ano não seja tão ruim como a do ano passado, mas aí não dá para prever nada agora. E o que a gente sabe é que, a partir de junho, quando começa a se colheita, é que a gente espera que melhore a situação do abastecimento, porque não tem café nos estoques em lugar nenhum", disse João Lopes Araújo.

A primeira estimativa da safra brasileira de café para 2025, no entanto, aponta uma redução de 4,4% em relação à safra anterior, conforme dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no final de janeiro. Ao todo, devem ser produzidas 51,8 milhões de sacas. O número parece ser muito, mas não atende a demanda, segundo João Lopes Araújo.

"É pouco porque se o Brasil exportou, no ano passado, 50 milhões, e esse ano for exportar os mesmos 50 milhões, não sobra para a gente tomar. (...) O consumidor está aflito, eu recebo todo dia ligação perguntando por que ele está subindo, se ainda vai subir mais. Infelizmente, vai", esclareceu o produtor.

A aflição realmente toma conta dos 'viciados em café'. Francisco de Oliveira, aliás, contou que pode reduzir ainda mais o consumo caso os preços continuem elevados. "Não tem condições de desembolsar mais de R$ 100 em um quilo de café, que eu consumo com a minha família em 15 dias. O jeito vai ser reduzir a quantidade que a gente toma mesmo”, disse o pedreiro.

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) que o preço do café em pó subiu em todas as 17 capitais (que fazem parte do levantamento) em janeiro de 2025. "Os aumentos refletiram a oferta mundial restrita e a especulação do grão nas bolsas", pontuou o departamento. Entre dezembro de 2024 e o primeiro mês deste ano, o café foi o segundo item que mais encareceu na cesta básica, 15,05% de variação, atrás apenas do tomate (50,47%).

Com a crise climática do Vietnã, o Brasil atendeu a demanda internacional que deveria ser deste outro país. “Além da necessidade de uma maior exportação para suprir a oferta internacional, com o real desvalorizado em relação ao dólar, significa que o nosso produto fica mais barato, em termos internacionais. Então, também houve um aumento das exportações por causa de um real desvalorizado, e um preço mais atrativo”, apontou Ana Georgina Dias, supervisora do Dieese.

Já no levantamento da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), o café foi o quarto produto com a maior alta de variação: 11,75%, atrás da cenoura (77,08%), cebola (39,38%) e tomate (36,60%). “Os fatores climáticos, a elevação de custos e a valorização do dólar tiveram impacto nas lavouras de diferentes culturas, dificultando a oferta de alguns produtos e forçando o aumento do preço da Cesta Básica em janeiro de 2025", disse Denilson Lima, economista da SEI.

Mercado e consumo
A Conab projeta um cenário de maior restrição na oferta global de café, com estoque historicamente baixos e uma demanda crescente no mercado internacional. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial para 2024/25 está estimada em 174,9 milhões de sacas, um avanço de 4,1% em relação à safra anterior, enquanto o consumo global deve alcançar 168,1 milhões de sacas, gerando um estoque final de 20,9 milhões de sacas, o menor das últimas 25 temporadas.

No ano passado, o Brasil enviou 50,5 milhões de sacas de 60 quilos ao mercado internacional, um recorde histórico, que representa um crescimento de 28,8% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Ainda segundo a Conab, o desempenho brasileiro gerou uma uma receita de US$ 12,3 bilhões, marcando um aumento de 52,6% na comparação com 2023.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), foram consumidas 21,9 milhões de sacas de café no Brasil em 2024. O Brasil segue na posição de segundo maior consumidor de café do mundo. A diferença para o primeiro lugar, ocupado pelos Estados Unidos, é de 4,1 milhões de sacas. Se compararmos o consumo per capita do Brasil com EUA (4,9 kg.hab.ano – café cru), o valor brasileiro é superior.

Fonte: Correio 24horas

 


QUEM TEM DIREITO À PENSÃO POR MORTE MESMO APÓS A SEPARAÇÃO? ENTENDA

 

O direito de ex-cônjuges e ex-companheiros à pensão por morte do INSS é garantido em determinadas situações. Para isso, a legislação exige comprovação de dependência econômica em relação ao falecido. Esse benefício se destina a dependentes do segurado, incluindo ex-parceiros que demonstram vínculo financeiro mesmo após a separação.


A dependência econômica pode ser comprovada, por exemplo, pela continuidade do pagamento de pensão alimentícia ou ajuda financeira por parte do segurado. Além disso, o tempo de convivência também é levado em conta: relações duradouras evidenciam o vínculo necessário para justificar o benefício.

Como a dependência econômica é comprovada?

INSS e pensão por morte: quem realmente tem direito ao benefício?
Flores sob caixão – Créditos: depositphotos.com / pressmaster

Para que o ex-cônjuge ou ex-companheiro tenha direito à pensão por morte, é essencial comprovar a dependência econômica. Isso pode ser feito através de documentos que demonstrem a continuidade de suporte financeiro, como extratos bancários, recibos de pensão alimentícia ou qualquer outro tipo de ajuda financeira prestada pelo falecido.


Além disso, o tempo de convivência é um fator importante. Relações de longa duração podem servir como evidência de um vínculo financeiro contínuo, o que pode ser decisivo na concessão do benefício. Em muitos casos, a análise do INSS considera também declarações de imposto de renda e comprovantes de despesas conjuntas para verificar a situação financeira do requerente.

Quem mais tem direito à pensão por morte?

Além de ex-cônjuges e ex-companheiros, outros dependentes também podem ter direito à pensão por morte do INSS. Entre eles estão:

  • Filhos menores de 18 anos ou maiores de idade inválidos;
  • Genros e noras que dependiam financeiramente do falecido;
  • Irmãos que comprovem dependência econômica;
  • Pais que dependiam do segurado falecido.

O objetivo do INSS é ampliar o alcance do benefício para proteger economicamente familiares que se encontram em situação de dependência e que poderiam ficar desamparados após a morte do segurado.

O que acontece em casos de novas relações?

Se o ex-cônjuge for o único dependente vivo, ele poderá receber a pensão, independentemente de novos casamentos ou uniões do falecido. Esse aspecto visa amparar aqueles que, apesar do término do relacionamento, mantinham uma dependência financeira. No entanto, em casos onde há novas relações ou uma situação financeira complexa, o INSS realiza uma análise detalhada.


Essa análise envolve a avaliação de documentos como declarações de imposto de renda e comprovantes de despesas conjuntas. Em processos judiciais, o direito é analisado de acordo com as especificidades de cada caso, garantindo que a decisão seja justa e adequada à realidade de cada família.

Qual é o papel do INSS na proteção dos dependentes?

INSS desempenha um papel crucial na proteção dos dependentes de segurados falecidos. Ao garantir a pensão por morte para aqueles que comprovam dependência econômica, o órgão assegura que essas pessoas não fiquem desamparadas financeiramente. Essa proteção é essencial para manter a estabilidade econômica de famílias que perderam seu provedor principal.

Além disso, o INSS busca garantir que o processo de concessão do benefício seja justo e transparente, analisando cada caso com atenção às suas particularidades. Dessa forma, o sistema previdenciário brasileiro cumpre seu papel social de amparar aqueles que mais necessitam.

Por Ingrid Campos / TBN