Há mais de 4 meses, a região do sul de Minas tem recebido volumes de água superiores às médias históricas para o período que já é bastante molhado.
Mas foi em 2011, que o lago de FURNAS atingiu pela última vez a cota máxima de armazenamento ao computar 99,05% de volume útil armazenado.
Nesse período, o vertedouro da represa teve de ser aberto para dar vazão ao excesso de água.
Essa foi a última vez que o povo do sul de Minas viu o lago cheio.
No ano passado, prefeitos de 39 cidades banhadas pelo Lago de Furnas no Sul de Minas se reuniram para compor um documento pedindo explicações para o baixo nível do reservatório.
A geração de energia foi reduzida e mesmo com a intensidade das chuvas, o nível da represa não sobe.
No documento assinado pelos 39 mandatários municipais, há uma denúncia de que as águas de Furnas estriam sendo desviadas para abastecer a Hidrovia Paraná-Tiête.
Geração de energia em Furnas
Nesse comparativo, vemos os 12 metros à menos de água no lago. |
A situação afeta negativamente e há vários anos, uma população que ultrapassa os 3 milhões de pessoas, moradores, investidores e turistas da maior parte dos municípios banhados pelo lago.
O transporte é outro setor destruido pela “seca” do nosso lago, já que as balsas são impedidas de transitar sem a água.
O principal objetivo do manifesto expedido e divulgado na ocasião pelos prefeitos de 39 cidades da Associação de Municípios do Lago de Furnas (Alago), seria a denúncia de que a nossa água estaria sendo desviada para abastecer a Hidrovia Paraná-Tiête.
“Nós fizemos as contas e, pelo que nos mostra aqui, não precisa mais que 19% do lago para produzir energia. E onde está indo o resto dessa água? Essa é a grande pergunta nossa: onde está indo o resto da água?”, questiona Hideraldo Henrique Silva, presidente da Alago.
A carta foi encaminhada ao Ministério de Minas e Energia e para agências federais.
Mas, até hoje, continua sem resposta.
Onde antes havia água, hoje, o gado faz pastagem |
Com a palavra, o Exmo. Governador de Minas, ROMEU ZEMA e o secretário de turismo, e o secretário de Meio Ambiente, e o secretário do Desenvolvimento Social, e o secretário do Planejamento e Gestão,
e do secretário de Desenvolvimento Econômico...
O que dizem as agências envolvidas
A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a gestão de recursos hídricos deve sempre proporcionar os usos múltiplos da água, sendo que o uso prioritário é o consumo humano em situações de escassez.
No caso específico de furnas, a ANA não estabeleceu regras específicas de operação, uma vez que as autorizações relativas ao funcionamento do reservatório são anteriores à existência da agência.
Já Furnas disse que as usinas hidrelétricas brasileiras são componentes do sistema interligado nacional e que os níveis dos reservatórios e a energia despachada são programados pela ONB com o objetivo de garantir energia elétrica.
Procurado pela reportagem, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que é o regulador dos níveis dos reservatórios do Brasil, não respondeu os contatos.
Fonte: G1
Fotos: Ilustração/NET