20 de agosto de 2025 - 4 minutos para saber
Se você está se preparando para passar por uma perícia, saiba que o laudo médico para perícia do INSS é um dos documentos mais importantes de todo o processo. Mas atenção: mesmo levando exames e relatórios em mãos, muitos segurados acabam tendo o benefício negado por falhas simples no conteúdo do laudo.
Quem alerta é o advogado Ícaro Bonfim (OAB/PB 22.554), especialista em benefícios do INSS e criador de conteúdos informativos nas redes sociais (@icarobonfimadv). Segundo ele, existem quatro erros comuns que fazem com que o documento médico seja simplesmente ignorado pelo perito. E o pior: a maioria das pessoas nem imagina que esses detalhes podem fazer tanta diferença.
Por que um laudo sem o CID pode ser ignorado na perícia do INSS?
Um laudo médico sem o CID, aquele código que identifica a doença, corre o risco de ser considerado incompleto pelo perito. Sem ele, o médico que avalia sua situação pode não entender direito o que está sendo alegado, infelizmente, isso já basta para desconsiderar o documento.
Especialistas confirmam que esse detalhe é fundamental tanto na análise documental (Atestmed) quanto na perícia presencial. O CID ajuda a dar contexto à condição de saúde relatada e dá embasamento técnico ao perito.
Mesmo que você ainda esteja doente, um laudo de mais de 90 dias pode ser recusado?
Isso mesmo. Mesmo que os sintomas continuem iguais, o INSS pode considerar o laudo desatualizado se ele tiver mais de 90 dias da data em que você fez o requerimento (DER). Para evitar esse risco, faça com que o documento tenha emissão recente, isso ajuda bastante na análise.Na perícia presencial, recomenda-se que o laudo tenha sido emitido há menos de 30 dias antes.
O que um laudo genérico está deixando de dizer ao INSS?
Quando o laudo diz apenas “Paciente sente dor”, sem explicar onde dói, que tipo de limitação causa, ou em quais movimentos ele perde força. O perito pode interpretar como uma dor leve, sem impacto relevante, e isso pesa contra.
A descrição precisa ser funcional e prática: “onde” dói, “como” afeta sua rotina, “por que” impede certas atividades. Esse nível de detalhe faz diferença na avaliação.
Por que é tão importante explicar o impacto da doença no trabalho para o INSS?
Imagine descrever que “é uma hérnia que impede levantar peso ou ficar em pé por muito tempo”. Isso ajuda o perito a visualizar a limitação específica no seu trabalho. Um bom laudo deve relacionar a condição médica à atividade diária do segurado, assim fica claro o motivo do afastamento.Isso está alinhado com as boas práticas para laudos periciais: descrever os efeitos na atividade habitual, tipo, intensidade e duração da incapacidade.
E o que muda quando um laudo está bem feito?
Um laudo bem estruturado, com CID, emissão recente, detalhes claros e impacto funcional bem descrito, torna o processo menos árduo e ajuda o INSS a entender o que realmente está acontecendo, isso pode acelerar a concessão do benefício, seja por Atestmed ou em perícia presencial.
Além disso, no Atestmed, documentos completos diminuem a chance de serem chamados para perícia.
E agora, o que você pode fazer para evitar dores de cabeça?
Antes da perícia (seja presencial ou por Atestmed), revise o laudo cuidadosamente: veja se tem CID, se foi emitido nos últimos 90 dias (ou 30, no caso de perícia), se descreve com clareza as limitações e mostra como isso impacta seu trabalho. Se faltar algo, peça ao médico para incluir ou reemitir.
Muitas vezes, contar com orientação especializada, por exemplo, um advogado previdenciário pode evitar erros simples que causam negativas e atrasos.
Fontes confiáveis que validam essas orientações
- gov.br – Atestmed
- SP Bancários / Guilherme Silva / TBN