Desde 2018, o sistema de placas de veículos no Brasil passou por uma
transformação significativa com a introdução da placa Mercosul. Essa
mudança veio não apenas para aumentar o número de combinações possíveis
de placas, mas também para padronizar a identificação de veículos entre
os países membros do Mercado Comum do Sul (Mercosul), como a Argentina, Paraguai e Uruguai. A nova placa também facilita a fiscalização e a gestão do tráfego entre esses países.
O modelo antigo de placas no Brasil seguia o formato “LLLNNNN” (três
letras e quatro números) e foi substituído pelo modelo “LLLNLNN” (três
letras, um número, uma letra e dois números). Essa alteração
permitiu que o número de combinações possíveis aumentasse de 175
milhões para 450 milhões, uma necessidade para acompanhar o crescimento
da frota de veículos na região.
Quando a troca de placas é obrigatória?
A adoção da placa Mercosul não é obrigatória em todas as situações,
mas sim em ocasiões específicas. Os casos que exigem a troca incluem:
Registro de um veículo usado por um novo proprietário;
Mudança de município de registro do veículo;
Alteração na categoria do veículo;
Furto, extravio ou roubo da placa;
Danos à placa, incluindo o rompimento do lacre;
Instalação de uma placa traseira adicional;
Reprovação em vistoria veicular com observações sobre a placa ou lacre.
Para veículos que não se enquadram nessas situações, a troca para a
placa Mercosul é opcional, mas muitos proprietários escolhem a mudança
para se ajustar ao novo padrão.
Como proceder diante das mudanças?
Muitos motoristas
se perguntam se devem antecipar a transição para a placa Mercosul ou
esperar os prazos obrigatórios. A decisão pode variar conforme a
necessidade pessoal ou profissional de atualização. Independentemente
disso, entender o processo e as vantagens da nova placa é essencial para
futuros ajustes no sistema de identificação veicular.
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Nos últimos anos, o debate sobre a implementação de cotas para grupos
minoritários em diversas áreas da educação e do mercado de trabalho tem
ganhado espaço no Brasil. Recentemente, a controvérsia chegou ao
cenário da residência médica, um estágio fundamental na formação de
novos médicos para o país. O Conselho Federal de Medicina (CFM) moveu uma ação contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) devido à reserva de vagas para grupos vulneráveis no Exame Nacional de Residência (Enare). Esta ação tem gerado um intenso debate sobre equidade, meritocracia e inclusão.
A discussão em torno das cotas nas residências médicas gira em torno
da eficácia e da necessidade dessas políticas afirmativas. Enquanto
entidades médicas argumentam que a meritocracia deve prevalecer, a
Ebserh e outras organizações defendem que tais medidas são essenciais
para garantir a diversidade e a inclusão na medicina.
Qual o propósito das cotas no Enare?
O Enare, organizado pela Ebserh, busca preencher vagas em residências
médicas em várias instituições pelo país. Com base em políticas
afirmativas, 30% dessas vagas são destinadas a pessoas com deficiência,
indígenas, negros e moradores de comunidades quilombolas. A intenção é
proporcionar oportunidades a grupos que historicamente enfrentaram
barreiras de acesso na educação e no mercado de trabalho, fomentando uma
equipe médica mais representativa da população brasileira.
Segundo a Ebserh, essas cotas estão respaldadas por legislação e
visam refletir a diversidade demográfica do Brasil, promovendo um
sistema de saúde que seja mais inclusivo e equitativo. A empresa destaca
que a diversidade nos hospitais universitários é crucial para melhorar o
atendimento aos pacientes, que vêm de todos os segmentos sociais.
Argumentos contrários à implementação de cotas na residência médica
Por outro lado, o Conselho Federal de Medicina,
juntamente com a Associação Médica Brasileira, afirma que a introdução
de cotas na residência médica cria o que chamam de “discriminação
reversa.” A principal preocupação é que as reservas de vagas possam
beneficiar candidatos não pelo mérito acadêmico, mas por características
étnico-raciais ou sociais.
Essas entidades argumentam que, como todos os candidatos à residência
médica já possuem a formação básica equivalente – uma graduação em
medicina –, as cotas seriam desnecessárias e até mesmo injustas. A
defesa de um processo seletivo unicamente baseado no desempenho é vista
como uma maneira de preservar a qualidade do serviço médico, essencial
para cuidar da saúde da população.
Por que a Ebserh defende as cotas no Enare?
Diante das críticas, a Ebserh sustenta que a política de cotas é
crucial para promover a equidade no acesso às oportunidades educacionais
e profissionais. A empresa alega que tais medidas corrigem
desigualdades históricas e estruturais que prejudicaram certos grupos ao
longo do tempo. Além disso, estudos mostram que equipes diversificadas
em termos de raça e etnia tendem a proporcionar um atendimento mais
sensível e eficaz a uma população igualmente diversificada.
A Ebserh também menciona o respaldo legal das cotas pelo Supremo Tribunal Federal,
destacando que essas políticas contam com amparo jurídico e são
reconhecidas como ferramentas legítimas de promoção da igualdade no
Brasil.
Conclusões dos Debates sobre Cotas no Enare
A controvérsia em torno das cotas no Enare expõe um dilema entre a
promoção da diversidade e a defesa da meritocracia. Enquanto o CFM e a
AMB veem as cotas como uma ameaça à igualdade entre candidatos, a Ebserh
e seus apoiadores consideram-nas fundamentais para garantir um acesso
mais justo às oportunidades e criar uma força de trabalho médica que
represente verdadeiramente a sociedade brasileira.
Independentemente do desenrolar das ações judiciais e das discussões,
o debate sobre as cotas nas residências médicas continua a ser um tema
relevante e complexo no cenário da educação e da saúde no Brasil. Resta
observar como as políticas afirmativas evoluirão no futuro e qual será o
seu impacto no setor médico.
A União Europeia (UE) emitiu um alerta sobre o que pode ser descrito
como um "pesadelo nuclear", destacando a necessidade de preparação
contra ameaças nucleares, ataques cibernéticos e a possibilidade de
guerra química.
Este alerta foi amplificado em um contexto onde a UE,
através de figuras como Josep Borrell, Alto Representante da União para
os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, expressou preocupações
sobre a escalada de conflitos, especialmente no Líbano, com a exigência
firme de que não se ataquem instalações nucleares, sinalizando um temor
real de expansão de conflitos em uma escala que poderia envolver armas
nucleares.
Esse cenário de alerta inclui recomendações para que as famílias
europeias stocagem de itens essenciais para um período de até três dias,
o que reflete uma preparação para emergências que poderiam resultar de
conflitos armados ou ataques de qualquer tipo que afetem a
infraestrutura crítica.
Este conselho é parte de uma abordagem mais
ampla de resiliência e segurança, onde a população é encorajada a estar
preparada para cenários de desastres que poderiam interromper o
fornecimento de serviços básicos.
Além disso, há um foco específico em ataques cibernéticos, onde a
agência de inteligência alemã alertou sobre atividades de um grupo
pertencente à inteligência militar russa (GRU), conhecido por suas
capacidades de ciberataques contra países da OTAN e da UE. Este alerta
não só destaca a ameaça cibernética mas também a intenção de espionagem e
sabotagem, que poderia desestabilizar significativamente a
infraestrutura e a economia dos países alvo.
A menção do ex-presidente finlandês Sauli Niinisto em posts na
plataforma X, embora não diretamente ligada às diretrizes oficiais da
UE, reflete um sentimento crescente de necessidade de prontidão militar e
a atribuição de aumento de tensões à Rússia. Isso poderia ser visto
como um eco das preocupações mais amplas da comunidade internacional
sobre a escalada de conflitos e a necessidade de uma resposta
estratégica.
Este
contexto de "pesadelo nuclear" não é apenas sobre a possibilidade de
uso de armas nucleares, mas também sobre o espectro completo de ameaças
que poderiam perturbar a paz e a segurança na Europa, incluindo guerra
química e biológica, conforme sugerido pela terminologia NRBQ (Nuclear,
Radiológico, Biológico e Químico) usada em contextos de defesa.
A UE, ao
adiantar a necessidade de preparação, está reconhecendo a complexidade e
a gravidade das ameaças atuais, incentivando uma abordagem proativa de
segurança que envolve tanto a defesa militar quanto a resiliência civil.
Este é um momento onde a preparação, a vigilância, e a cooperação
internacional são vistas como essenciais para mitigar os riscos de uma
escalada que poderia levar a consequências catastróficas.
A Prefeitura de Varginha, através do Balcão de Empregos, em parceria com a empresa Pactual Assessoria em RH, anunciam a abertura de um processo seletivo para o preenchimento de 63 vagas de trabalho, para as funções de Auxiliar de Apoio Logístico, Conferente de Materiais e Operador de Empilhadeira . O processo seletivo será realizado no dia 06 de Novembro de 2024 Quarta-Feira. Os interessados devem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, onde o Balcão de Empregos está localizado, entre os dias 01, 04 e 05 de Novembro das 8h às 12h e das 13h às 17h, para marcar uma entrevista. As entrevistas ocorrerão somente mediante agendamento prévio. Para agendar uma entrevista, os candidatos podem ligar para os telefones (35) 3690 - 2132 ou (35) 3690-4032, ou comparecer pessoalmente ao endereço Rua José Gonçalves Pereira, nº 129, 2º andar, Vila Pinto. No dia do processo seletivo, os candidatos devem trazer seus currículos atualizados.
Auxiliar de Apoio Logístico:
Requisitos
• Ensino Fundamental Completo • Experiência não exigida
Conferente de Materiais
Requisitos
• Ensino Médio Completo • Experiência em rotinas de logística em geral, conferente, expedidor, almoxarifado, recebimento
Operador de Empilhadeira Retrátil Lateral
Requisitos
• Ensino Médio Completo • Carteira de Motorista CNH B Definitiva • Curso de Operador de Empilhadeira – Tem de ter o certificado do curso • Experiência comprovada em carteira de 6 meses em empilhadeira retrátil elétrica lateral
Para todos os cargos necessitamos de disponibilidade para trabalhar em turno fixo de segunda a sábado: 05:50 ás 14:26 h 14:20 ás 22:49 h 22:40 ás 06:00 h
O antigo técnico francês, Raymond Domenech, criticou com dureza a decisão do Real Madrid de não participar na gala da Bola de Ouro, depois de se saber que o troféu não seria entregue pela France Football a Vinicius Júnior.
«Diz-se que o Real Madrid é um grande clube.
O próprio Real Madrid quer que se diga que é um grande clube. No entanto, verifica-se que é, afinal, pequeno. Muito pequeno! O que fizeram foi absolutamente patético.
Mostraram desrespeito pelo futebol, pelos outros participantes na gala e pelos vencedores. É francamente repulsivo», afirmou o treinador, que esteve à frente dos Bleus de 2004 a 2010, tendo sido finalista do Campeonato do Mundo de 2006.
Domenech lembrou ainda que o Real Madrid pressionou os organizadores para saber antecipadamente o nome do vencedor. «Terrível, repito, terrível comportamento de um clube que se diz grande.
Alguém definiu bem este clube ao dizer algo como isto: 'O Real só começa um jogo quando sabe o resultado que vai alcançar'.
Têm de compreender que o mundo do futebol não gira à sua volta.
O Real tem uma camisola branca, mas, na minha opinião, anteontem, essa camisola estava muito manchada.»
Medida vale para notificações pagas pelo Sistema de Notificação Eletrônica (SNE)
Foto: Benefício está incluso no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) desde 2021
Motoristas que receberam multas de
trânsito em rodovias de São Paulo poderão, agora, ter 40% de desconto
no pagamento das mesmas, desde que o procedimento seja realizado pelo
Sistema de Notificação Eletrônica (SNE), ou seja, pelo aplicativo
digital.
Na verdade, o programa que concede
este benefício já existe desde 2021, quando foi adotado pelos órgão de
trânsito no país, mas ele depende da adesão de cada estado ao SNE. No
caso de São Paulo, ele começou a valer apenas em março de 2023, mas, até então, era restrito às infrações emitidas pelo Detran-SP, ou seja, aquelas que fossem cometidas nas vias urbanas.
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Agora, com a adesão
do Departamento de Estradas e Rodagem de São Paulo (DER-SP) ao SNE, o
desconto de 40% nas multas de trânsito passou a valer também para as
infrações cometidas nas rodovias do estado paulista.
Porém, é importante lembrar que,
para ter direito ao benefício, os motoristas não podem entrar com pedido
de recurso contra a infração.
Sendo
assim, o desconto, na verdade, não é nada mais que uma forma de fazer
valer a economia de custos obtida pela digitalização do processo, a qual
evita impressões de notificações, além de poupar os eventuais trabalhos
que as autoridades teriam caso tivessem que lidar com pedidos de
recursos.
Em Minas Gerais, o benefício já existe desde 2021
Em Minas Gerais, o benefício de desconto no valor de multas de trânsito pagas pelo SNE já existe desde maio de 2021.
Sendo assim, os motoristas
mineiros que se cadastrarem no aplicativo – e abrirem mão de realizar a
defesa ou o recurso da infração – poderão ter o valor da multa emitida
pelo Detran-MG abatida em 40%.
O desconto vale também para as
notificações emitidas pelo Departamento de Edificações e Estradas de
Rodagem de Minas Gerais (DER-MG).
Passo a passo para conseguir o desconto de 40% nas multas de trânsito
Para ter acesso ao desconto de 40%
no pagamento de multas de trânsito, o motorista precisa, primeiramente,
se cadastrar no aplicativo CDT, o mesmo usado para as versões digitais
da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e do Certificado do Registro e
Licenciamento de Veículo (CRLV). Nele, estará disponível o SNE.
Feito o cadastro, o usuário deve
acessar a opção "Infrações". Após isso, ele seleciona a opção de
infração "por infrator" ou "por veículo". Depois, na parte de cima da
tela, aparecerá a opção de "Aderir ao SNE".
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Feita a adesão, o motorista já
poderá emitir o boleto e realizar o pagamento de forma 100% digitalizada
e com o valor já reduzido em 40%.
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O desconto é válido até a data do vencimento original.
E os motoristas que não se cadastram no SNE?
Os motoristas que não se
cadastrarem no Sistema de Notificação Eletrônica continuarão recebendo
as multas por correspondência, de forma imprensa e, assim, sem os 40% de
desconto.
A escassez de bovinos prontos para o abate tem diminuído a oferta de
animais para os frigoríficos, enquanto as exportações estão em alta,
resultando no aumento de preços.
Nesta semana, a arroba do boi, unidade padrão para calcular o preço da carne, atingiu R$ 318, o maior valor do ano.
Para contextualizar, em março de 2022, a arroba chegou ao pico de R$
352,05, enquanto no ano passado, com uma oferta maior de gado, o preço
caiu para R$ 196,35.
Agora, com o valor em R$ 318,30, os pecuaristas
estão se beneficiando da alta enquanto os consumidores enfrentarão preços mais elevados na
carne no varejo.
Segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA), em setembro, o
preço médio da carne bovina para o consumidor era de R$ 37,58. Para
efeito de comparação, a carne suína estava em R$ 24,37 e a de frango em
R$ 25,43.
A
tendência de alta nos preços da carne deve continuar no Brasil pelo
menos até dezembro, visto que o aumento do poder de compra
impulsionado pelo décimo terceiro salário e pelas festas de fim de ano,
aquecerão o mercado.
Outro fator que contribui para a pressão sobre os preços é o
aumento de 40,2% nas exportações brasileiras de carne bovina que neste mês de
outubro atingiram uma média de 236,2 mil toneladas.
A arroba do boi, uma medida de origem árabe, é amplamente
utilizada para medir o peso da carcaça do gado, considerando apenas
carne e ossos, excluindo outros componentes como sangue e couro. Em
geral, esse valor corresponde a cerca da metade do peso vivo do animal,
já que aproximadamente 52% do peso bruto é aproveitado nos bois e 50%
nas vacas adultas. O valor da arroba pode variar entre as diferentes
regiões do Brasil, sendo São Paulo a referência para a precificação dos
contratos na bolsa de valores.
Movida pela curiosidade, a fonoaudióloga luso-brasileira Simone Lopes
Bravo decidiu ouvir um dos mais temidos assassinos em série do Brasil:
Francisco de Assis Pereira, mais conhecido como o "maníaco do parque".
Ele foi condenado a mais de 200 anos de prisão pela morte de sete
mulheres em 1998 —e confessou o assassinato de onze mulheres, além de 23
ataques.
Por cerca de dois anos, Simone vem trocando cartas com Francisco,
que está recluso na Penitenciária de Iaras (SP), onde não recebia
visitas havia dez anos —até ser abordado por Simone. As conversas deram
origem ao livro "Maníaco do Parque: A Loucura Lúcida".
Ao UOL, Simone contou como tudo começou, como foram as dez visitas que fez no presídio e a experiência com Francisco.
'Escrevi para 8 e ele me respondeu' "Sou fonoaudióloga e
sempre tive de estudar um pouco sobre a área da psiquiatria para exercer
meu trabalho. Na pandemia, meus atendimentos abrandaram pelo isolamento
social.
Por indicação de um amigo, assisti à série 'Mindhunter' [que
investiga a psicologia do assassinato], que me fez pensar muita coisa. A
ideia de escrever um livro foi amadurecendo com o tempo e a
curiosidade.
Escrevi
uma carta para oito reclusos de Portugal e do Brasil. Desses, só um me
respondeu: o Francisco [de Assis Pereira, conhecido como maníaco do
parque]. Confesso que foi a última pessoa que pensei que fosse me
responder.
Ele foi muito solícito: queria saber do projeto, receber minha
visita. Foi uma carta direta, parecia que estava feliz e se disse
'convertido'.
Ele disse que minha carta chegou com propósito, como uma resposta de Deus para ele.
Havia 10 anos que ninguém o visitava. A família dele sofreu muito
por tudo o que aconteceu — e sofre até hoje. Eles são de uma zona rural
empobrecida e não têm condições de fazer visitas regulares. Cheguei a
visitá-los algumas vezes e enviar recados do Francisco para a mãe e
vice-versa.
Desde
então, foram mais de 50 cartas trocadas — e até hoje continuamos. O
tema central dele é espiritualidade, tanto é que a primeira coisa que
ele pediu para eu levar era uma Bíblia.
Morava em Portugal na época e minha irmã, em Taubaté, me ajudava a
intermediar os envios das cartas porque era mais fácil enviar por email
para ela, que imprimia e entregava, do que enviar direto de Portugal.
Ela tirava foto da resposta e me enviava. E foi assim nesses dois anos e meio.
Nesse meio tempo, recorri a um psiquiatra, que me deu obras para
ler sobre o tema —e fui estudando ao longo do projeto. A ideia era que
ele fizesse a assessoria dessa troca de correspondências.
Muitas
vezes precisava da ajuda do psiquiatra para decodificar o que o
Francisco dizia, porque o pensamento dele é desorganizado. Às vezes, só
escrevia sobre a Bíblia; outras vezes, perguntava, como todo recluso,
quando eu iria vê-lo.
Começava um assunto, terminava em outro: o que mais me chamava atenção era a desorganização do pensamento.
'Esperei um ano para a visita' Para
visitá-lo, tive de esperar muito tempo. Poderia entrar com uma
declaração de amásia [que comprova vínculo afetivo], mas sempre deixei
muito claro que queria autorização da minha visita explicando meu
objetivo.
Ele
até queria que eu entrasse com amásia, porque assim poderia estar em
duas semanas lá dentro, mas nunca quis dar essa expectativa.
Acho que no início ele confundia um pouco as coisas. Ora me
chamava de doutora, ora de meu amor, às vezes me dava nomes como
'bonequinha' ou chamava pelo meu nome. Às vezes, eram todos estes nomes
na mesma carta.
Ou seja, havia uma confusão, mas fui deixando clara minha
posição. Após esperar a norma de seis meses após a inclusão do meu nome
na lista [de visitantes], tive de pedir ajuda a uma advogada para poder
visitá-lo porque ainda não havia sido liberada.
Esperei
cerca de um ano para a primeira visita acontecer. Não pensava muito
sobre encontrá-lo, só pensava no próximo passo. E, quando aconteceu, já
tínhamos estabelecido um elo devido às cartas.
'Há manipulação e confusão' Em abril de 2023,
a juíza deu um parecer favorável para minha visita e consegui ir ao
Brasil em maio daquele mesmo ano. Decidi me mudar para o Brasil em
junho, para concluir o projeto, porque não conseguiria fazer de Lisboa.
Estava preparada para isso porque estudei e segui um protocolo. A
visita foi por parlatório, entre vidro e com um telefone. Só tinha duas
horas para estar com ele.
Fui bem recebida e havia proximidade, mas a comunicação nunca é fácil porque sempre há manipulação e confusão.
Com a proximidade, ele também demonstrava curiosidade e acabava
falando da minha vida, com naturalidade. Queria saber como era minha
vida em Portugal, o nome da minha filha. Sabia sobre minha família, já
que minha irmã era quem me ajudava com as cartas, então tinha de
explicar minha conexão com Taubaté.
Sei da periculosidade dele e o vejo como um ser humano muito doente. E que não pode estar novamente em sociedade.
Ele
chegou a perguntar para mim uma vez como seria se ele fosse solto em
2028 [quando deve passar por uma reavaliação]. Francisco disse que, para
ele, estava tudo bem se ele não fosse solto.
Mas isso é o que ele diz —o que se passa na cabeça dele nunca vamos saber de verdade.
'Pressão tremenda' Quando entrava na
penitenciária, não podia levar nada, nem caneta. Nossas conversas eram
sobre tudo, de forma muito orgânica. Mas, na hora de fazer o livro,
entrei nas perguntas.
Nessa fase, tinha de ser muito específica, porque ele nunca me falava os pormenores ou detalhes.
Às vezes, via que ele tinha necessidade de falar outras coisas e
seguia com isso. Ou que desviava da pergunta e eu tinha de deixá-lo
falar, para então retomá-las.
E às vezes eu notava que ele não queria responder. Era notório. Mas eu tinha de fazer as perguntas. Era uma pressão tremenda.
Na saída da penitenciária, tinha um posto de gasolina, onde
ficava por um tempo colocando tudo no papel, para não esquecer nada.
Estava absorvida por aquele projeto.
Nessa fase das perguntas, não posso dizer que as conversas não foram emocionalmente impactantes.
A manipulação dele era nítida. Quando ele não concordava com
algo, manipulava para as coisas serem como ele queria que fosse. Isso
tanto nas respostas quanto no comportamento. Simone Lopes Bravo
Escrevi o livro e voltei para Portugal. Não houve uma despedida
formal e, mesmo que tivesse tempo para isso, não sei se faria, porque
não sei como ele reagiria. A advogada que me ajudou a entrar na
penitenciária foi quem avisou que eu estava retornando.
'Plena noção de que é doente' Agora
nós nos escrevemos por cartas e quem faz a mediação é a advogada. Tenho
plena noção de que ele é uma pessoa doente, do mais grave nível.
E acho que as patologias mentais ainda são um tabu na sociedade e
nosso sistema carcerário não está preparado para isso. A psiquiatria é
uma especialidade que ainda tem pouco investimento. Deveria ter um
sistema voltado para esse tipo de recluso."
FOTO: ILUSTRAÇÃO/NET - HERPES-ZÓSTER, O POPULAR 'COBREIRO'
Popularmente conhecida como cobreiro, a herpes-zóster é uma doença
que pode atingir, principalmente, a boca e a região genital.
Apesar do nome, ela não tem
nada haver com com a herpes, o vírus é o mesmo da catapora que é muito comum
na infância.
O que é herpes-zóster? Herpes-zóster vem do mesmo
vírus da catapora e atinge a parte nervosa das células. "Normalmente,
essa catapora a gente pega na infância ou na vida bem jovem, e esse
vírus vai ficar guardado dentro de um gânglio nervoso no nosso
organismo", esclarece o dermatologista Alexandre Filippo .
"Então, com o passar dos anos, com o envelhecimento do corpo e,
consequentemente, do sistema imunológico, o vírus pode voltar a se
manifestar e causar o herpes-zóster que é uma doença diferente da
catapora, mas, é causada pelo mesmo vírus", explica.
Quais os sintomas? Os sintomas podem ser bastante variados. Entre os principais, estão:
queimação;
ardência;
fisgada;
coceira;
sensibilidade;
dor;
erupção na pele;
e mal-estar.
Por se tratar de uma
infecção viral, é possível que o paciente sinta febre, sonolência ou
perda de apetite. "Não é uma doença só da pele, é principalmente do
nervo", pontua.
Como evitar a doença? Em
primeiro lugar, a boa notícia é que existe vacina para a doença.
"Ninguém sabe o motivo exato, mas para ele aflorar, tem que ter um
trauma, um baque nervoso, que é quando a nossa imunidade caia", alerta.
Os sintomas começam, normalmente, pela dor. Algumas pessoas, diz o
dermatologista, até confundem com uma simples alergia e só procuram um
médico quando os sintomas perduram.
Ele afirma ainda que os casos de herpes-zóster aumentaram muito
pós-pandemia de Covid-19 e que, antes desse período, era mais comum ver
em pessoas idosas.
Para
um adulto que nunca teve catapora, por exemplo, a vacinação é
imprescindível, sugere o especialista. "O herpes-zóster ou a catapora em
um adulto é muito mais intensa que em uma criança", diz.
Transmissão e complicações Não é possível
transmitir herpes-zóster, mas sim, catapora. Isto porque, explica o
médico, uma pessoa que nunca teve catapora e entra em contato direto com
uma ferida de um paciente com o herpes-zóster, ela pode ser contaminada
com o vírus e manifestar, então, a catapora.
"Quanto mais idade a pessoa tem, menos resistência ela vai ter.
Então, nomermalmente, esse vírus vai ser mais agressivo. São as pessoas
que mais carregam as complicações do herpes quando ele vai embora".
"Normalmente,
aquelas bolhas que dão do herpes-zóster são ricas em vírus. Então, se
você entra em contato direto com o conteúdo daquela bolha, com o líquido
que sai, você pode pegar catapora". Herpes-zóster não mata, mas que pode
levar a complicações maiores por causar feridas que são uma porta de entrada para bactérias.
Nos casos mais graves, se o paciente não cuidar, o nervo vai
continuar sendo atacado pelo vírus e pode gerar sequela, como dores que
incomodam muito.