quarta-feira, 28 de junho de 2023

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL DECIGRA SEGREDOS CONTIDOS EM TEXTOS CUNEIFORMES DATADOS DE 5 MIL ANOS

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Segredos contidos em textos cuneiformes de 5 mil anos são decifrados por Inteligência Artificial
Foto: iStock.

Cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, criaram uma Inteligência Artificial capaz de traduzir para o inglês os textos cuneiformes do acádio. Esse idioma era falado há 5 mil anos na região da Mesopotâmia, berço da civilização mais antiga da humanidade.

Segredos milenares

O acádio foi utilizado na Mesopotâmia e no Oriente Próximo entre 3.000 a.C. e 100 d.C. Trata-se de um idioma posterior ao sumério, embora ambos compartilhem a técnica cuneiforme de escrita em tabuletas de argila. Centenas de milhares de tabuletas documentam a história política, social, econômica e científica da antiga Mesopotâmia, disseram os pesquisadores. “No entanto, a maioria desses documentos permanece sem tradução e inacessível devido ao seu grande número e à quantidade limitada de especialistas capazes de lê-los”, afirmaram.

Cilindro com inscrições em acádio
Cilindro com inscrições em acádio (Imagem: Bert van der Spek/Ernest Alfred Wallis Budge (1884)/Theophilus Goldridge Pinches M.R.A.S. (CC BY-SA 4.0), via Wikimedia Commons)

Inicialmente, os pesquisadores utilizaram a Inteligência Artificial para converter o acádio cuneiforme em uma transliteração em latim. Com uma precisão de 97%, essa abordagem simplifica o processo de tradução que antes exigia várias etapas. No entanto, traduzir diretamente do acádio para o inglês é mais complicado, pois envolve construir frases e orações coerentes em inglês a partir dos símbolos cuneiformes. 

Embora a tecnologia esteja em seus estágios iniciais, a IA demonstra um desempenho melhor do que o esperado. Observa-se uma maior precisão em textos formulaicos, como decretos reais ou adivinhações, em comparação com textos literários e poéticos, como cartas de sacerdotes ou tratados. “Traduzir todas as tabuletas pode nos expor aos primeiros dias da história, à civilização daquelas pessoas, no que acreditavam, sobre o que falavam, o que documentavam”, afirmou Gai Gutherz, cientista da Universidade de Tel Aviv, líder do estudo, publicado na revista científica PNAS Nexus.

Créditos: History UOL / THE JERUSALEM POST E EL CONFIDENCIAL.