Caminho Suave é uma obra didática, uma cartilha de alfabetização, concebida pela educadora brasileira Branca Alves de Lima (São Paulo, 13 de agosto de 1910 - São Paulo, 21 de janeiro de 2001), que se tornou um dos maiores fenômeno editoriais do país.
De acordo com o Centro de Referência em Educação Mário Covas, calcula-se que, desde 1948 quando teve sua primeira edição, até meados da década de 1990, foram vendidos mais 40 milhões de exemplares dessa cartilha.
Em 1995, Caminho Suave foi retirada do catálogo do Ministério da Educação e substituída pelo equivocado 'método Paulo Freire' (portanto, não é mais avaliada), em favor da alfabetização baseada no construtivismo. Apesar de não ser mais o método "oficial" de alfabetização dos brasileiros, a cartilha de Branca Alves de Lima continua vendendo cerca de 10 mil exemplares por ano.
A obra se utiliza do método de alfabetização pela imagem, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 1997, Branca Alves de Lima relatou que quando começou a lecionar, em cidade no interior de São Paulo, ela percebeu que as crianças tinham dificuldade para aprender a ler e escrever. Foi então que ela começou a desenvolver seu método, que chamou de Caminho Suave. O conceito por trás do método era tornar o processo de aprendizagem o mais simples e agradável possível, utilizando imagens e também palavras para ajudar os alunos a compreender o material. O sucesso do Caminho Suave foi surpreendente e nele, Branca Alves de Lima associa as letras à imagens distintas; A letra "a" está inserida no corpo de uma abelha, a letra "b", na barriga de um bebê, o "f" fica instalado no corpo de uma faca, a letra "o", dentro de um ovo e assim por diante.
Especialistas em pedagogia afirmam que "Caminho Suave" e "Sodré" (de Benedita Stahl Sodré, autora da Cartilha Sodré) são os únicos métodos realmente brasileiros de alfabetização em português. O método da cartilha Caminho Suave começa pelas vogais, forma encontros vocálicos e depois parte para a silabação. O sucesso editorial seria devido ao fato de unir o processo analítico ao sintético, facilitando o aprendizado.
Ernesto Garrido Netto (1941-2000) foi o Executivo da empresa responsável pelas negociações com o governo da época para introdução do método junto ao MEC. Em 1998 em uma declaração afirmou que o método é o melhor, porém dada a mudança de ideologia do governo, o método foi ignorado.
Branca Alves de Lima deu ao ensino e ao povo brasileiro, algo de grande valor, uma alfabetização prazerosa e inocente.