Inaugurada em 1914 pelo então presidente Wenceslau Braz e pelo Governador Delfim Moreira, a Usina da Ilha Grande em Varginha foi uma das principais geradoras de energia para cerca de 50 cidades do Sul de Minas até ser desativada em 1980. Toda essa estrutura que foi muito importante para a região por mais de 60 anos está sendo restaurada e deve voltar a produzir energia nos próximos meses.
A obra foi iniciada em outubro de 2019 e tem previsão de entrega entre 18 e 24 meses. A empresa Compasso Energia S/A, uma das proprietárias da usina, é também a responsável pela execução da obra de recuperação e recapacitação. Os serviços incluem o desassoreamento das estruturas arquitetônicas do complexo hidrelétrico, a recuperação e restauração da barragem principal, da câmara de carga, da antiga casa de máquinas, da ponte de acesso à usina, das comportas desarenadoras, dos equipamentos hidromecânicos, dos sistemas de adução e sucção, substituição parcial do piso da antiga casa de máquinas; reconstrução do canal de fuga e adução. Além disso, serão feitas novas instalações elétricas, hidromecânicas e de prevenção e combate a incêndio e pânico.
O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico da Usina da Ilha Grande foi tombado como patrimônio cultural de Varginha em 2013, tendo sido inscrito no Livro do Tombo dos Bens Arqueológicos, Etnológicos e Paisagísticos. Este conjunto, que também foi conhecido como Usina do Braço Seco, é abrigado com a formação de uma ilha artificial que está totalmente integrada ao meio ambiente natural, formando um conjunto de peculiar beleza paisagística.
Dada a complexidade e idade do monumento arquitetônico, inaugurado em 1914, o processo de restauração não é nada simples. “Até mesmo a argamassa a ser utilizada na recomposição das alvenarias de pedra das estruturas que compõem a usina precisa se assemelhar às da época da construção, havendo a necessidade de buscar por processos químicos semelhantes”, afirma a arquiteta Danielle de Souza Guimarães, coordenadora técnica do Patrimônio Cultural, órgão da Fundação Cultural de Varginha.
“Essa usina foi pioneira e criada para substituir para trazer a energia elétrica para toda região para substituir a iluminação a gás. Ela gerava 1 Megawatt, o que representava 10% da potência instalada no país na época. Foi a fonte de energia que possibilitou o desenvolvimento de Varginha”, relata Sílvio Bottrel Guimarães, também um dos proprietários da usina. Ele foi o entusiasta de restauração e iniciou a busca pelos recursos há 10 anos. O investimento foi viabilizado pelo Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais – BDMG e pela empresa Compasso Energia S/A.
POR: ASCOM/PMV |
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