RELATOS DA BOCA DO INFERNO: UM ESTUDANTE DE DIREITA EM UMA UNIVERSIDADE BRASILEIRA
Sou estudante da Universidade Federal Fluminense, mais conhecida pela sigla UFF, mas não estudei apenas lá: meu trajeto pelo mundo acadêmico se iniciou na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e na unidade com foco na formação de professores, mais conhecida como UERJ FFP.
Já escrevi, para o Instituto Liberal, dois textos sobre a UFF: um sobre a greve inútil que ocorreu em 2015[1] e outro sobre as pichações criminosas dentro do campus do Gragoatá[2] (que é, adivinhem, onde os institutos de Humanas ficam), mas nada falei sobre a UERJ. De fato, a FFP não tem tanta militância quanto a UFF, nem pichações, nem força de movimentos estudantis e coletivos universitários para dobrar o cenário universitário – com cenário quero dizer os outros alunos, os funcionários, os professores, a diretoria, os burocratas da universidade, a formação de currículos…
Na UFF, posso dizer com certeza, foi que conheci o verdadeiro poderio das esquerdas no Brasil. Ainda que no campus da FFP existissem crimes eleitorais (sim, leitores, inclusive com uma das candidatas à presidência de 2014 indo lá fazer campanha, além, é claro, dos conhecidos bilhetinhos de certos partidos bem populares no meio universitário), batucadas infernais durante manifestações ideológicas dos estudantes (essas batucadas também ocorriam na primeira semana de aula, durante os conhecidos trotes, mas estas não têm necessariamente um vínculo com política e ideologia, embora pintassem mensagens contra o “Capital” e a opressão nos corpos de alguns alunos iniciantes… fui testemunha ocular disso), eram consideravelmente raras, sendo mais comuns na presença de cartazes grampeados nos quadros de avisos espalhados pelo campus.
Para quem ainda duvida da violência esquerdista, basta ver as formas que usam para se expressarem. Convido a você, caro leitor cético, a dar um passeio pelos blocos de ciências humanas do campus do Gragoatá, em Niterói, e ler algumas mensagens ali escritas. Desde poemas revoltosos nos banheiros, contendo sugestões LGBT para seus leitores, gritando pelo fim de uma fictícia homofobia, xingando quem lê de homofóbico, até pichações nas escadarias, gritando contra uma sociedade racista, patriarcal…
Há mensagens que claramente ofendem quem quer que as leia, com palavrões e explicitações sexuais extremas (principalmente as que têm ligações com os movimentos LGBT e o feminismo), comprimindo quem pensa diferente em um catálogo de vilania. Se você discorda… só pode ser uma das coisas ali postas, ou seja, um tipo de racista, misógino, homofóbico, transfóbico, etc.
E se ainda, leitor, duvida da violência dessas expressões, procure notar o seguinte: elas estão em toda parte. Foram feitas para poluir o ambiente com mensagens incessantes de guerra cultural, xingando, discriminando e taxando como uma espécie de criminoso quem não se comporta como eles querem.
Essa mania de controle a todo custo não se limita às pichações e violências verbais nelas implícitas ou explícitas (normalmente explícitas, aliás). Ouse discordar de uma pauta defendida pelos movimentos estudantis, e eles te perseguirão. Quando ocorreu a greve de 2015, a mesma que atrasou a vida de todos os alunos da UFF por nada, certos professores não concordaram com ela. Qual foi a reação dos progressistas, virtuosos, conscientes, tolerantes e esclarecidos alunos dos movimentos ativistas da UFF? Invadiram a universidade escondendo o rosto, cercaram as salas de aula, picharam os corredores e, por vezes, invadiram aulas de professores. E não pensem que essas invasões e pichações não têm nada demais, sendo apenas obras de minorias barulhentas.
Quando professores vão contra as propostas e causas dos movimentos estudantis, são acuados à força por dezenas e dezenas de estudantes gritando em seus ouvidos. Não são gritos “gentis”. Acusam, aos berros, os docentes de serem fascistas, de não quererem o bem maior para a universidade, por coadunarem contra o mundo melhor que propõem.
Em certos corredores de alguns prédios, pode-se ver os registros dessas intervenções democráticas dos estudantes mais… ‘não-alienados”. Escrevem, sem medo de represálias, coisas como “você acha que sua vontade de dar aula é mais importante que a greve? GREVE JÁ!”. Se isso não é a inibição, pela força, do indivíduo, então os conceitos de “força”, “inibição” e “indivíduo” não existem e ninguém me avisou!
Todo movimento estudantil é movido pela violência. No microcosmo da universidade isso pode ser facilmente constatado caminhando pelos institutos de humanas, ou, caso um ceticismo irracional ainda o domine, acompanhando os atos e manifestações dentro da universidade; como dito acima, não é um grupelho minoritário, mas sim um modus operandi geral. Não há movimentação sem gritaria, tentativa de ocupação de espaços forçada, ou uma violência simbólica e verbal. Mesmo em eventos mais acadêmicos, fora do escopo direto das ações sociais, a esquerda põe sua mão violenta. Em 2016 ocorreram alguns debates sobre uma mudança de currículos no curso de História. Nesses debates, caso alguém discordasse das pautas que empurravam o ensino da “cultura africana”, ou até mesmo ousadas ideias como matérias para o estudo dos mais “oprimidos” – leia-se a comunidade LGBT e, também, as mulheres negras –, simplesmente receberia um “VAI TOMAR NO C*” (sim, quando participei desses debates, como ouvinte, porque tenho amor à vida, ouvi isso ser dirigido para um aluno que reclamava da quantidade de matérias que nada tinham a acrescentar na vida de um estudante de História, caso o currículo obrigatório fosse inchado de temas “sociais”) vindo de algum representante ou cabeça de coletivos.
Pensem em um cenário com professores, alunos, etc… e sem nenhum respeito. Um verdadeiro inferno de ofensas, xingamentos e risadas sarcásticas. Assim que foram feitos os novos currículos para os alunos de História na UFF. É NESSE CENÁRIO que seu filho, ou você mesmo, terá seu currículo moldado. Civilizado, não? Claro que não. Qualquer um de qualquer movimento estudantil tem ódio corrosivo à palavra “civilização”.
E a respeito das aulas… chega a ser cômico, se não fosse desesperadoramente triste e medíocre. Não me refiro às aulas de modo geral, mas principalmente àquelas que tocam em questões sociais latentes. Matérias de educação, por exemplo, são notoriamente inclinadas para a esquerda, e fazem isso de modo ativo. Em aula já ouvi professores reclamando de Donald Trump, pois ele seria uma ameaça global à liberdade de expressão… enquanto, ao descer as escadas, nos deparávamos com mensagens pichadas com uma clara violência contra quem discordasse… e o professor (ou melhor, professores) não dava a mínima atenção para a violência expressa na parede do prédio em que dava aula. Para ele, a microfísica do poder só existe quando algum republicano conservador ganha de algum esquerdista. Se há uma pichação ralando os héteros sem nenhuma discriminação perto? Ah, isso é detalhe! É obra de uma minoria na faculdade… é claro… se esquece de que todas as pichações têm essa mesma índole, não respeitando as leis que proíbem esse tipo de dano ao patrimônio público.
Mensagens claras, promovendo um verdadeiro ódio contra a sociedade mais tradicional, não devem ameaçar mais a liberdade de expressão (malgrado sempre tentem calar quem discorda)… o verdadeiro perigo é o Donald Trump!
Isso para não falar das drogas… A UFF é uma boca de fumo ao ar livre e com dinheiro do Estado para salvaguardar o consumo de drogas, já que ele ocorre na segurança do campus, e é dentro dos muros que a venda e compra ocorre também. Podemos ver, ao ar livre, pessoas fumando maconha na frente dos seguranças, dos trabalhadores, dos professores, isso quando não fumam dentro das salas de aula, quando estão vagas. Já cheguei a uma aula, um pouco atrasado, e, ao entrar, me deparei com um cheiro de maconha insuportável. A aula estava sendo dada como se nada ocorresse… sentei-me e, passados alguns minutos, tive que sair por causa do cheiro.
O odor não vem só de alguns drogadinhos que decidem dar uma de rebeldes e fumam nas salas. Vem também dos corredores dos prédios, do chão abaixo destes. Com certeza o campus do Gragoatá deve ser um ponto muito lucrativo para os traficantes do Rio e de Niterói. Caso fosse um, investiria pesado lá.
Se quiser ver a boca do inferno (ela terá cheiro de maconha), vá à UFF. Experimente, principalmente, ir a algum piquete. Quero que veja a sujeira, a violência, o crime ao ar livre que é essa universidade. A propósito… não adianta denunciar à polícia federal. Durante o ano de 2016, os alunos que acreditam no mundo melhor decidiram que invadir a universidade seria uma boa ideia. Esta invasão não era uma greve, tampouco tinha legitimidade legal para tal. Soube que a reitoria havia feito uma queixa na Polícia Federal, mas… O que foi feito? Nada.
Vou apenas dar alguns relatos aqui: durante essa invasão, houve sexo no meio do campus, em público, para todos verem. Professores simpatizantes decidiram colocar suas aulas no meio de eventos, além de dar palestras sobre questões sociais. A respeito dessas aulas, tiveram o bom-senso de não cobrar presença ou as incluir no curso normal do calendário, porém, posso afirmar: ocorreu uma em que o local previsto pela professora teve que ser alterado… porque debaixo do bloco onde inicialmente uma espécie de palestra iria ocorrer… um casal prafrentex estava quase nos finalmentes.
Este é o cenário da UFF. Caso você queira estudar nesta universidade, ou algum amigo, (principalmente) filho, ou parente, em alguma área de humanas, tenha algum cuidado. Dante ficaria impressionado com os círculos que há nas áreas de humanas dessa universidade – e acredito que ficaria com quase todas as universidades públicas (e algumas privadas) brasileiras. Este cenário não é exclusivo da UFF, e pode ser encontrado facilmente em qualquer faculdade de humanas no Brasil.
Duvida? Então vá lá ver.