Em mais uma modulação de seu discurso para atrair o eleitorado de centro, o candidato ao governo do Rio de Janeiro Marcelo Freixo (PSB) afirmou nesta quarta-feira, em entrevista a TV Record, ser contra a legalização das drogas no Brasil. A pauta é uma bandeira histórica de sua militância política. Questionado na entrevista sobre o tema, o pessebista disse ter revisto sua posição.
— Não. Não sou mais a favor (da legalização) — declarou Freixo. — Não acho que isso vai nos ajudar nesse momento no Brasil.
— O que a gente precisa fazer é avançar em dois braços. Um é o braço efetivo da polícia, pra botar bandido na cadeia. Estou falando de miliciano, traficante e político corrupto também. E, mais do que isso, quero o braço social. Tem quer ter lugar com esporte, psicólogo, assistente, para a mãe poder levar o filho e permitir prosperidade, uma chance pra essa juventude — prosseguiu o postulante ao Palácio Guanabara.
A legalização de drogas é considerada um tema tabu por pessoas de perfil conservador, eleitorado que Freixo busca conquistar com sua nova roupagem de político moderado. O foco de sua campanha tem sido quebrar a rejeição entre setores como evangélicos, policiais e empresários. Além disso, ele vem intensificando sua agenda na Baixada Fluminense, região que historicamente elege políticos ligados à direita.
Após a declaração, políticos de direita ironizaram a nova postura do político, acusando-o de buscar uma mudança de perfil “eleitoreira”. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), escreveu no Twitter: “Depois das eleições, eleito ou não, ele volta para a opinião oficial pró descriminalização das drogas (o que dá no mesmo que legalização)”.
Adversário de Freixo na disputa pelo governo do estado, Paulo Ganime (Novo) acusou o pessebista de mudar de posições por conveniência.
“Freixo sempre defendeu a legalização das drogas, mas para chegar ao poder muda sua visão. Freixo sempre criticou o liberalismo, e agora diz que está com liberais”, postou Ganime.