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Depois de obter resultados promissores em um novo ensaio clínico, o gigante farmacêutico norte-americano Eli Lilly disse nesta quinta-feira 27 que vai buscar aprovação para adicionar seu medicamento para diabetes ao aquecido mercado de perda de peso nos EUA. O remédio tirzepatide, aprovado para tratar diabetes tipo 2 sob o nome comercial de Mounjaro, é aplicado semanalmente via intravenosa.
Segundo a Eli Lilly, os testes foram conduzidos durante 72 semanas em pouco mais de 900 voluntários com sobrepeso ou obesidade com diabetes tipo 2. Aqueles que receberam maior dosagem perderam em média 16% de sua massa corporal. No entanto, alguns voluntários apresentaram efeitos colaterais, como diarreia, náusea e problemas gastrointestinais.
A farmacêutica, com sede em Indiana, afirmou que planeja concluir sua apresentação às autoridades do país já “nas próximas semanas” e que espera “ação regulatória no fim de 2023”. Assim como outras drogas que recentemente se tornaram populares para perda de peso, a tirzepatida imita o hormônio gastrointestinal GLP-1, ativando receptores no cérebro responsáveis pela regulação do apetite. É grande o número dos especialistas que veem os análogos do GLP-1 como um “divisor de águas”, porque promovem uma perda de peso maior do que as drogas disponíveis até o momento.
Hoje, cerca de 40% dos norte-americanos apresentam algum grau de obesidade, o que favorece os lucros da indústria farmacêutica. Segundo a instituição financeira Morgan Stanley, o mercado global de tratamentos para obesidade pode alcançar o valor de U$ 54 bilhões até 2030.
Quanto custa?
Nos EUA, os interessados em perder alguns quilos terão de desembolsar cerca de U$ 1 mil por mês (cerca de R$ 5 mil) — valor frequentemente não coberto pelo seguro de saúde. Os médicos estão preocupados com o uso indiscriminado do medicamento por pessoas que claramente não apresentam quadro de sobrepeso.
Revista Oeste