Segundo a associação, o comunicado da gestão de Marcio Pochmann, presidente do IBGE, tem “incorreções e omissões”.
“Em atitude leviana e desrespeitosa ao sindicato e ao conjunto de servidores do IBGE, o comunicado tentou ainda plantar na imprensa a versão de que a indignação da categoria em relação à criação por baixo dos panos de uma fundação de direito privado seria apenas um reflexo da polêmica em torno do teletrabalho, como se os IBGEanos não estivessem comprometidos com a defesa da instituição”, declarou o sindicato.
Os funcionários do IBGE têm criticado a falta de diálogo e questionado decisões administrativas, incluindo a criação do IBGE+, uma fundação de apoio de direito privado. De acordo com o sindicato, não houve consulta interna sobre essa mudança, e o acesso ao estatuto só foi possível após reivindicação.
Protesto contra mudanças no IBGE
“O
que ocorre é que, as tais mudanças estratégicas que estão sendo
implementadas, como a criação da fundação de direito privado, jamais
foram apresentadas por Pochmann nas referidas reuniões”, afirmou a
Assibge.
A Assibge organizou um protesto para esta quinta-feira, 26, com foco nas mudanças no regime de trabalho. No final de agosto, o IBGE publicou uma portaria que encerra o teletrabalho integral e determina o retorno ao trabalho presencial por pelo menos dois dias por semana a partir de 15 de outubro.
Segundo a administração Pochmann, o retorno ao trabalho presencial é necessário para integrar os quase mil novos funcionários previstos pelo Concurso Nacional Unificado (CNU). O sindicato alega que a decisão não foi discutida com a categoria.“No caso do teletrabalho, o tema foi discutido na reunião de maio, e o presidente havia se comprometido a não implementar nenhuma nova mudança sem consultar o sindicato. Foi o oposto do que ocorreu”, continuou o sindicato.
Sindicato só se reuniu com Pochmann quatro vezes
Indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Marcio Pochmann foi nomeado presidente do IBGE em 18 de agosto de 2023. O sindicato mencionou que seus integrantes se encontraram com ele quatro vezes desde então.
Segundo a Assibge, Pochmann “comunicou que tinha disponibilidade de tempo para receber o sindicato”, mas “apresentava veto a debater os temas solicitados” pela associação.
Em nota publicada na terça-feira 24, o IBGE afirmou que as acusações de autoritarismo são “infundadas”.
Mais tarde, ainda na quarta-feira 25, a Assibge publicou uma nova nota informando que Pochmann aceitou conversar novamente com o sindicato, sem vetar nenhum tema. Ainda assim, a associação declarou que manterá o protesto desta quinta-feira, 26.
“A Assibge compreende que a mudança de postura da presidência é resultado da mobilização da casa”, declarou a associação. “Porém, dado que a direção do IBGE segue rejeitando o apelo para suspender as medidas em curso, a Assibge considera que o ato de quinta-feira, 26, segue sendo necessário, e reforça a convocatória para que todos os IBGEanos do Rio de Janeiro compareçam”.
O portal Poder360 procurou o IBGE por e-mail para comentar as recentes notas da Assibge, mas não obteve resposta.
Fonte: Revista Oeste