Além da oferta de empregos que exigem mão de obra qualificada ter aumentado significativamente, algumas profissões tiveram seus salários iniciais elevados.
O setor de serviços foi o que mais registrou aumento. Este ano, o salário de técnico em secretariado subiu 17,3%, e o de professor de educação infantil subiu 14,6%.
Essas duas profissões lideram o ranking de aumento salarial entre as 25 profissões com maior escassez de profissionais.
As 25 profissões com indícios de escassez e maiores aumentos salariais:
Zelador de Edifício
Vendedor Pracista
Técnico em Secretariado
Técnico em Manutenção de Máquinas
Técnico de Vendas
Técnico de Enfermagem
Trabalhador Volante da Agricultura
Trabalhador no Cultivo de Árvores Frutíferas
Trabalhador da Pecuária (Bovinos Corte)
Tecnólogo em Logística de Transporte
Soldador
Professor de Nível Superior na Educação Infantil (Zero a Três Anos)
Professor de Nível Superior na Educação Infantil (Quatro a Seis Anos)
Professor de Nível Superior do Ensino Fundamental (Primeira a Quarta Série)
Porteiro de Locais de Diversão
Operador de Máquinas-Ferramenta Convencionais
Montador de Veículos (Linha de Montagem)
Montador de Andaimes (Edificações)
Mecânico de Veículos Automotores a Diesel (Exceto Tratores)
Mecânico de Manutenção de Máquinas, em Geral
Fisioterapeuta Geral
Embalador, a Mão
Embalador, a Máquina
Caldeireiro (Chapas de Ferro e Aço)
Auxiliar de Pessoal
Fonte: Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
Para fazer esse ranking, a CNC analisou as 203 profissões mais comuns no mercado formal e confirmou a tendência — observada desde o fim da pandemia — de falta de trabalhadores qualificados.
Além da falta de formação técnica, o aumento dos salários também pode ser explicado pela disputa entre empresas por candidatos qualificados, que estão mais exigentes, como mostrou o g1 em reportagem de novembro.
“O aumento salarial inicial é consequência direta da disputa entre empresas por mão de obra qualificada”, explica o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes.
Em momentos de retração da economia, acontece o contrário. Bentes explica que, com menos oportunidades de trabalho, a falta de profissionais qualificados chega a zero.
Trabalhadores mais exigentes
Com o mercado de trabalho aquecido, os candidatos se sentem mais confiantes para buscar empregos com salários maiores, jornadas flexíveis e atividades mais adequadas às suas qualificações, explica Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria.
Por conta disso, algumas empresas têm enfrentado dificuldades em contratar. É o caso da Premium Essential Kitchen, uma rede de restaurantes corporativos.
"Já fiz de tudo que você puder imaginar: bônus de até R$ 2 mil para o funcionário que indicar um amigo; ‘RH na rua’, para anunciar vagas nas comunidades, e temos uma academia de formação gratuita para capacitar profissionais", lista Caroline Nogueira, dona da empresa.
No setor industrial, essa tem sido a terceira maior preocupação dos empresários, ficando atrás apenas da carga tributária e do alto custo da matéria-prima, de acordo com a sondagem da Confederação Nacional da Indústria.
A Engelmig Energia diz ter mais de 250 vagas abertas por mês, e a empresa tem investido em cursos gratuitos de formação para tentar suprir a dificuldade de encontrar profissionais capacitados no setor, que exige rigorosos padrões de segurança.
Situação parecida acontece nos restaurantes. A maior dificuldade para preencher as vagas em aberto para 89% dos empresários também está relacionada à falta de qualificação dos candidatos, segundo pesquisa da Abrasel.
COM: G1/ABRASEL