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24 de junho de 2025 - 3 minutos para saber
Responsável pela gestão do Samu em 154 cidades das regiões Sul e Sudeste de Minas Gerais, o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macro Região do Sul de Minas (Cissul) avisa que o serviço pode entrar em colapso caso o governo federal não atualize os valores dos repasses financeiros destinados ao atendimento de urgência.
Os recursos federais
repassados atualmente estão defasados e não cobrem os custos crescentes com
insumos, medicamentos, combustíveis e equipamentos essenciais para os
atendimentos. O médico intervencionista Frederico Felix Ali destaca que a
escassez de materiais descartáveis e de uso único, como tubos endotraqueais,
cateteres e medicamentos, compromete diretamente a atuação das equipes.
“Mesmo com uma equipe altamente capacitada, se não houver
o material necessário no momento do atendimento, não temos como agir. Isso
impacta diretamente na vida dos pacientes”, ressaltou o médico.
O financiamento do Samu é dividido entre União, estados e
municípios: o governo federal deveria arcar com 50% dos custos, enquanto os
outros 50% são divididos entre estado e municípios (25% cada). No entanto,
segundo o Cissul e outros consórcios mineiros, o percentual repassado pela
União tem sido bem inferior ao previsto, girando em torno de apenas 27%.
O secretário executivo do Cissul, Felipe Batista, reforça
a gravidade da situação. “A defasagem nos repasses compromete o cumprimento de
contratos, a valorização dos profissionais e o equilíbrio financeiro do
serviço. Se nada for feito, podemos enfrentar um colapso generalizado do Samu
em Minas Gerais”, alertou.
A situação já foi formalmente comunicada à bancada
federal de Minas Gerais por meio de ofício, além de reuniões com o Ministério
da Saúde e o governo estadual. Apesar de reconhecer avanços, como a entrega de
50 novas viaturas nos últimos dois anos, Batista afirma que isso não é
suficiente. “É preciso urgência na correção dos valores repassados. Sem isso, a
continuidade do serviço está ameaçada.”
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de
Minas Gerais (SES-MG) afirmou que os repasses estaduais estão sendo feitos
regularmente, conforme as normativas vigentes. No caso do Cissul, o custo
mensal do Samu é de R$ 5.561.173,34, sendo 57,1% deste valor coberto pelo
governo de Minas.
A permanência e eficiência do Samu, essencial para o
atendimento emergencial em dezenas de municípios mineiros, agora dependem de
uma resposta rápida do governo federal para evitar o colapso iminente.
Por: Dione Silva/TPSTÚDIO