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Recentemente, o governo federal, sob a liderança de Lula, anunciou a
criação de uma campanha chamada “Seja um voluntário digital da
informação”, que visa combater a disseminação de fake news no Brasil. A
iniciativa convida cidadãos a se cadastrarem para receber informações
oficiais e relatar possíveis notícias falsas, com o material reportado
sendo encaminhado para apuração pelas autoridades competentes.
A campanha é vista por alguns analistas e opositores como uma
tentativa de controle da opinião pública. Eles apontam para a história
de regimes totalitários, como a Alemanha nazista e a União Soviética,
que utilizaram estratégias de controle da comunicação e denúncia entre
cidadãos para reprimir a dissidência e reforçar a autoridade estatal.
A Campanha “Seja um voluntário digital da informação”
De acordo com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência da República (Secom/PR), Paulo Pimenta, o canal foi criado
para promover a circulação de informações verdadeiras e responsabilizar
os autores e propagadores de desinformação. Ele afirmou que todo
material recebido será cuidadosamente verificado e poderá resultar em
medidas legais contra os responsáveis por disseminar informações falsas.
No entanto, críticos do governo acreditam que a iniciativa pode ser
mais do que uma simples campanha contra fake news. Eles temem que o
programa seja um instrumento de intimidação e controle sobre quem se
opõe ao governo, levando o país a um caminho perigoso de censura e perda
de liberdades individuais.
Um Olhar Histórico
Historicamente, iniciativas semelhantes foram vistas em períodos
sombrios. Na Alemanha nazista, cidadãos eram incentivados a denunciar
vizinhos e até familiares que suspeitassem de atividades judaicas ou
contra o regime. Durante a Revolução Comunista na União Soviética, sob o
pretexto de proteger a ideologia do estado, a população foi incentivada
a reportar atividades suspeitas, o que resultou em vastas redes de
espionagem e repressão.
O Caminho para o Totalitarismo?
Se este programa continuar a expandir-se sem um controle republicano
rigoroso, há um risco de que o Brasil possa evoluir para um regime onde a
liberdade de expressão é severamente limitada e a mídia é rigorosamente
controlada pelo estado. A história ensina que o controle da informação e
a repressão de críticos são características típicas de regimes
totalitários.
A intenção de combater fake news é, em si, positiva. No entanto, é
crucial que a implementação de medidas para este fim esteja alinhada com
os princípios democráticos e direitos humanos, garantindo que a
liberdade de expressão e o direito à crítica sejam preservados. A
vigilância sobre possíveis abusos é essencial para evitar que uma
campanha legítima de combate à desinformação se transforme em uma
ferramenta de repressão política.
É um momento crucial para o Brasil, onde a sociedade precisa estar
atenta e engajada, garantindo que os mecanismos de controle da
informação não comprometam os pilares democráticos e a pluralidade de
opiniões.
Júnior Melo (advogado e Jornalista)