sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Philip Morris diz que pretende deixar de vender cigarros no Reino Unido

Fabricante das marcas Marlboro e L&M publicou anúncios em jornais do país
informando que sua meta para 2018 é substituir a venda por produtos alternativos,
como o cigarro eletrônico



A Philip Morris, maior fabricante de cigarros do mundo, anunciou no início deste ano que pretende deixar de vender cigarros tradicionais no Reino Unido e substituí-los por alternativas que ajudem a largar o vício em nicotina, como o cigarro eletrônico, que está em seu portifólio de produtos.

A fabricante das marcas Marlboro e L&M publicou anúncios em vários jornais britânicos na terça-feira (3) informando que sua meta de Ano Novo para 2018 é "parar de vender cigarros" no país, segundo o site "Business Insider".


"A Philip Morris é conhecida por seus cigarros. Todo ano, muitos fumantes desistem de fumar. Agora é nossa vez", diz o comunicado.
"Nossa ambição é parar de vender cigarros no Reino Unido. Não será fácil. Mas estamos determinados a mudar nossa visão da realidade. Há 7,6 milhões de adultos fumantes no Reino Unido. O melhor que eles podem fazer é parar de fumar", informa a empresa.
O anúncio faz parte da estratégia da empresa, previamente anunciada, de abandonar gradualmente a produção de cigarros e substituída por dispositivos eletrônicos para fumar. A empresa não deu uma data para o que chama de "futuro livre do cigarro".
 


Homem fuma cigarro eletrônico da Philip Morris em imagem de arquivo
em Bogotá, Colômbia (Foto: Reuters/Jaime Saldarriaga)
A companhia afirma que, entre suas metas está a de desenvolver, divulgar e vender alternativas ao cigarro "o mais rápido possível ao redor do mundo". A empresa também diz que pretende propôr normas regulatórias para estimular a substituição do fumo por estes produtos "menos nocivos".

                              



                                 Regulamentação no Brasil

Em alguns países, a regulamentação veta o uso do cigarro eletrônico. No Brasil, a importação e venda de cigarros eletrônicos foi proibida em 2009 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na ocasião, o órgão entendeu que o produto libera nicotina e outras substâncias cancerígenas e não ajuda no propósito de parar de fumar.
Procurada, a Philip Morris no Brasil informou que a iniciativa do Reino Unido reforça o compromisso global de longo prazo de substituir cigarros por "produtos de risco reduzido, como produtos de tabaco aquecido". Segundo a empresa, estes produtos são melhores alternativas para os adultos fumantes que cigarros.
Segundo a empresa, a Anvisa pode regulamentar esses novos produtos "nas próximas semanas" pela revisão da RDC 90, que regulamenta todos os produtos de tabaco.
"Nossa visão de construir um futuro sem fumaça não significa construir um futuro sem tabaco. Nosso principal produto de risco reduzido é um produto que contém tabaco, o que reforça nosso compromisso com a cadeia produtiva do tabaco no Brasil", informou a empresa em nota.

                                 Obrigadas a combater o fumo

No ano passado, a maioria das grandes companhias de tabaco dos EUA difundiram uma série de anúncios que advertem para os riscos que fumar representa para a saúde, seguindo uma ordem judicial de 11 anos atrás.
Em novembro de 2006, uma corte federal dos Estados Unidos concluiu que as companhias que fabricam e distribuem tabaco fizeram um acordo para mentir e enganar os consumidores a respeito dos riscos do tabagismo.
A Justiça havia ordenado na ocasião que empresas como R.J. Reynolds e Philip Morris difundissem na TV e na imprensa escrita mensagens para "corrigir suas mentiras"). As empresas apelaram da sentença para mudar algumas partes do texto, conseguindo, assim, retardar em mais de dez anos a divulgação de suas declarações.

Dê: G1