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22/09/2025 - 4 min
para saber
Está previsto que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncie a relação entre o uso de paracetamol durante a gravidez e o
aumento do risco de autismo em crianças.
A afirmação tem como base um
levantamento federal conduzido pelo secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr.,
e reacende o debate sobre a segurança do medicamento mais indicado para
gestantes em todo o mundo.
O paracetamol, também conhecido como acetaminofeno e
comercializado sob marcas como Tylenol (EUA) e Panadol (Reino Unido), é
considerado o analgésico de primeira escolha para grávidas. Estima-se que cerca
de 50% das gestantes no Reino Unido e 65% nos EUA façam uso da substância para
tratar dores e febres.
As autoridades de saúde recomendam que o remédio seja
utilizado apenas em doses baixas e pelo menor tempo possível. O risco seria
maior em mulheres com doenças hepáticas, renais ou que utilizam medicação para
epilepsia.
De acordo com o jornal inglês Daily Mail, uma revisão de
46 estudos com mais de 100 mil participantes, conduzida por pesquisadores de
Harvard e do Hospital Mount Sinai, em Nova York, encontrou “fortes evidências”
de associação entre o uso pré-natal do paracetamol e maior incidência de
autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Segundo o professor Didier Prada, um dos autores, mesmo pequenos aumentos no risco podem ter grande impacto em saúde pública, dado o uso disseminado do medicamento. Apesar dos alertas, os cientistas ressaltam que os dados mostram apenas associação e não comprovam uma relação de causa e efeito.
A possível declaração de Trump deve aumentar a pressão
sobre autoridades médicas e reguladores em todo o mundo. Em agosto, cientistas
de Harvard já haviam recomendado que gestantes utilizem o paracetamol somente
com orientação médica.
Fonte: O Globo