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05/09/2025 12:50 | 5 min de leitura
O furto de energia, conhecido como perdas não técnicas de
energia elétrica no Brasil, representaram um custo de R$ 10,3 bilhões em 2024,
de acordo com relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Conhecido como “gato”, o furto de energia ocorre no mercado
de baixa tensão, que é composto por consumidores residenciais, pequenos
comércios, escritórios e pequenas indústrias. Esse furto de energia gera também
um consumo sem controle da carga distribuída. Inúmeros aparelhos, tecnicamente
precários, estão conectados a essa carga furtada, o que provoca danos ao
sistema e prejudica o atendimento aos demais consumidores.
As concessionárias de grande porte, que têm o mercado maior
do que 700 Gwh (gigawatt-hora), são as responsáveis por fazer a gestão dos
níveis dessas perdas comerciais, devido à amplitude do mercado de distribuição
e à complexidade de combater práticas irregulares.
A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia
Elétrica (Abradee) detalha a complexidade e os desafios impostos por essa
prática, considerada crime, no estudo “Furto de energia: Perdas não técnicas”,
que acaba de ser lançado. O material explica de que forma os custos com furtos
impactam a tarifa de energia de todos os consumidores regulares.
O sistema elétrico brasileiro trata diariamente com perdas
de energia. Parte dessas perdas é técnica, inerente ao transporte e
transformação da eletricidade. Outra parte refere-se às originadas de ligações
irregulares, fraudes e erros de medição ou faturamento, que têm crescido e
atingiram 16,02% do mercado de baixa tensão em 2024.
Além do impacto financeiro na conta de luz dos consumidores,
essa prática gera consumo sem controle, podendo sobrecarregar o sistema,
provocar danos à infraestrutura e prejudicar a qualidade do serviço aos demais
consumidores.
De acordo com a Aneel, em 2024, as interrupções no
fornecimento por roubo de energia somaram 88.870 – cada uma delas com duração
média de 8,64 horas.
A segurança da população também é comprometida: em 2024, 45
pessoas perderam a vida e 69 ficaram feridas em acidentes relacionados a furtos
ou ligações clandestinas, de acordo com levantamento da Abradee.
– O combate ao furto de energia é uma responsabilidade
coletiva. Mais do que prejuízo financeiro, as ligações clandestinas, colocam
vidas em risco, sobrecarregam o sistema elétrico e penalizam o consumidor
regular com tarifas mais altas. Precisamos de políticas públicas integradas,
conscientização da população e reforço na fiscalização para garantir um
fornecimento seguro, justo e sustentável para todos os brasileiros. Furto de
energia no Brasil é equivalente ao total gerado pela usina de Tucuruí, no Tocantins,
a segunda maior do país – explicou o presidente da Abradee, Marcos Madureira.
A Associação e suas distribuidoras atuam ativamente no
combate ao furto, com iniciativas como a Campanha Nacional de Segurança, que
foca na prevenção de acidentes e na conscientização. As empresas têm buscado
identificar e coibir os furtos com o uso de tecnologia, incluindo equipamentos
mais resistentes e inteligência artificial.
*Com informações da Agência Brasil