REPRODUÇÃO/ EPTV
08/09/2025 | 2 min para saber
29% dos brasileiros de 15 a 64 anos são analfabetos
funcionais, o mesmo índice registrado em 2018. O problema é mais comum entre
pessoas acima dos 40 anos e atinge mais da metade da população com 50 anos ou
mais.
Segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), os dados refletem avanços
parciais, mas também revelam limites. A desigualdade racial é evidente: 41% dos
brancos foram considerados alfabetizados consolidados, contra 31% de pretos e
pardos e apenas 19% de indígenas e amarelos.
“Nos primórdios do Brasil, os analfabetos eram os negros, as indígenas, as
mulheres. Pouquíssimas pessoas sabiam ler e escrever, e este privilégio era
resguardado aos homens brancos”, explica Anna Helena Altenfelder, do Centro de
Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
Para ela, essa lógica se perpetua até hoje: “Quem são as crianças que não se
alfabetizam? São as mais pobres, negras, indígenas, quilombolas, com
deficiência, de áreas rurais ou da periferia dos grandes centros urbanos.”
A especialista defende que é necessário garantir uma alfabetização para todos,
e que só assim será possível inibir a produção contínua de exclusão que afeta
uma parcela significativa da população.
FONTE: G1
