Ao todo, foram cumpridos oito
mandados de condução coercitiva; segundo informações recebidas por O TEMPO,
entre os conduzidos estão o reitor e a vice-reitora da universidade
Oito pessoas foram conduzidas
coercitivamente pela Polícia Federal (PF) na madrugada desta quarta-feira (6)
durante a operação "Esperança Equilibrista", que apura a não execução
e desvio de recursos públicos destinados à construção e implantação do Memorial
da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e
executado pela Universidade Federal de minas Gerais (UFMG). Entre os
conduzidos, segundo informações recebidas por O
TEMPO,
estariam o reitor, Jaime Arturo Ramírez, e a vice-reitora Sandra Goulart
Almeida.
Além
dos mandados de condução coercitiva, a PF também cumpriu 11 mandados de busca e
apreensão. Ao todo, participaram da ação 84 policiais federais, 15 auditores da
Controladoria Geral da União (CGU) e dois do Tribunal de Contas da União (TCU).
Os dois órgãos auxiliaram a PF desde o início das investigações.
Ainda
de acordo com a corporação, o Memorial foi idealizado em 2008 e visa a
"preservação e a difusão da memória política dos períodos de repressão,
contemplados pela atuação da Comissão da Anistia do Ministério da
Justiça". O local surgiu a partir da reforma do "Coleginho", no
bairro Santo Antônio, onde seria instalada uma exposição de longa duração de
obras e materiais históricos. Também aconteceria a construção de dois prédios
anexos e de uma praça de convivência.
Ao
todo, segundo o levantamento do inquérito policial, já foram gastos mais de R$
19 milhões na construção e pesquisas de conteúdo para a exposição, mas o único
"produto aparente" é um dos prédios anexos à obra, que ainda está
inacabado.
A PF
afirma ainda que, do total repassado à UFMG, quase R$ 4 milhões teriam sido
desviados por meio de fraudes em pagamentos realizados pela Fundação de
Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP), que foi contratada para pesquisas de
conteúdo e produção de material para a exposição do memorial.
"Os
desvios até agora identificados teriam ocorrido por meio de pagamentos a
fornecedores sem relação com o escopo do projeto e de bolsas de estágio e de
extensão", continua a nota divulgada pela PF.
Por
fim, a polícia afirmou que o montante desviado tende a aumentar até a conclusão
do inquérito, após a análise dos materiais apreendidos nesta quarta e dos
interrogatórios dos conduzidos.
O
nome da operação policial faz referência a um trecho da música “O Bêbado e a
Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, considerada o “hino dos
anistiados”. Uma coletiva de imprensa acontecerá às 10h para mais
esclarecimentos sobre o caso.
Dê: O Tempo