O reforço aguardado finalmente chegou para muitos produtores de café cooperados da Minasul. Somente nos últimos 30 dias, a fatura paga para centenas deles passa de 140 milhões de reais. Esses valores são para os cooperados que fizeram uso das ferramentas Barter e Mercado a Termo, que aos poucos vão se tornando mais conhecidas e caindo nas graças do produtor rural. Esses sistemas permitem travar vendas no Mercado Futuro por valores em sacas acima do mercado atual, tanto que muitos produtores estão recebendo por cafés negociados nos últimos três anos, valores entre R$ 500,00 e até R$ 750,00, quase o dobro do mercado hoje.
Todas as transações foram realizadas pela Minasul, que representa legalmente os produtores, no momento de bater o martelo. Essa segurança tem possibilitado que cada vez mais um número maior de produtores passe a aderir ao formato e, inclusive com a possibilidade de transformar em dinheiro vivo, e na mão, um café que ainda é um projeto no próprio pé.
Para a diretoria da Minasul, um recurso a mais, que tem permitido incrementar os negócios e propiciar mais liquidez ao produtor. Por ser uma ferramenta não usual, até bem pouco tempo ainda era vista com certa relutância por parte do produtor, tanto que o percentual deles que se utilizavam desta operação mal chegava a 2%. Mas o tempo passou, foram realizados cursos sobre Mercado Futuro, palestras instrutivas e, sobretudo, a constatação de que outros produtores estavam utilizando da mesma. Então, por que não tentar também? O fato é que o tímido 2% já saltou para 17% nos últimos dois anos. Nada mal em termos de crescimento. Porém, a Minasul sabe que dá para crescer muito mais e fortalecer essas modalidades, na medida que aumentam o volume de cafés negociados e os valores em circulação.
QUESTÃO DE FAMILIARIDADE
De acordo com o presidente da Minasul, José Marcos Rafael Magalhães, na região do Cerrado de Minas, onde esse sistema de negociação é usado há mais tempo, as transações no Mercado Futuro já correspondem de 40% a 50% do volume de comercialização de cafés. “É uma questão de costume, confiança, que aos poucos vai sendo implementada também por aqui, de uma forma muito natural”, diz.
O melhor de tudo é que os pagamentos efetuados este mês ao produtor veio a tempo, por exemplo, de fazer compras e aproveitar as ofertas à vista de insumos do agro comercializados na feira Compra Minas, realizada na semana passada pela Minasul. Capitalizados, muitos puderam aproveitar as superofertas concedidas para pagamentos à vista. Gastando menos para nutrir o cafeeiro, o produtor aumenta a sua margem de lucro na hora da apuração final, na colheita do ano que vem. Isso permite investimentos em novos plantios, aquisição de máquinas etc. Mas muitos outros setores da economia da região, como casas de materiais de construção, concessionárias, segmentos de móveis, vestuário e calçados, certamente, também sentirão o impacto positivo do giro desse capital.
PRODUTOR SATISFEITO
O produtor Antônio Carlos Gonçalves Silva, da Fazenda Matutu, localizada entre Três Pontas e Varginha/MG, fez uma trava em Mercado Futuro pela primeira vez em janeiro deste ano. “Eu precisei de fertilizantes e resolvi testar este recurso. Recebi o valor adicional na sexta-feira, 13, um dia de sorte para mim, pois consegui um valor líquido maior do que o que conseguiria hoje como valor bruto”, informa. Na sua avaliação, a modalidade foi excelente e outros cafeicultores deveriam experimentar. “Acho que é um terreno para se pisar com cautela como qualquer outro. O produtor deve fazer seus cálculos e não envolver um percentual muito grande da sua safra para não ficar descapitalizado depois, mas sem dúvida é uma alternativa muito positiva para ser usada com inteligência”, aconselha.
DÊ: ASCOM/MINASUL