Documento será colocado em consulta pública e lançado nacionalmente em dezembro, na comemoração dos 300 anos do Estado.
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Até o final do mês, o plano será colocado para consulta pública para receber contribuições de toda a sociedade. Segundo o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, ainda em dezembro, para comemorar os 300 anos de Minas Gerais, será apresentada a versão final, numa solenidade no Rio de Janeiro, em campanha nacional da comida mineira, denominada “Minas para o Brasil”. No início de 2021, as primeiras ações devem começar a ser implementadas.
A instituição de uma política pública para a gastronomia mineira foi definida pela Lei 21.936, de 2015, originária do Projeto de Lei 1.618/15, de autoria do presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV). Esta lei já estabelece as diretrizes para fomentar o segmento.
O Plano estadual contempla 52 iniciativas, elaboradas por 21 instituições do poder público, iniciativa privada e terceiro setor, que atuam com gastronomia e que trabalharam juntas para a elaboração do documento desde o final do ano passado.
As ações se pautam em cinco temas definidos pelo PEGM: Plano Estadual de Desenvolvimento da Gastronomia; fortalecimento institucional da cadeia produtiva; inovação e pesquisa; gastronomia social e cultura alimentar; promoção, divulgação e internacionalização da gastronomia mineira.
De acordo com a subsecretária de Turismo da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo, Marina Pacheco Simião, a missão é promover a gastronomia mineira preservando as tradições do Estado, que já são reconhecidas nacional e internacionalmente.
Impulso para o desenvolvimento
O secretário Leônidas Oliveira informou que já está sendo finalizado convênio com o Ministério do Turismo para a promoção da cozinha mineira. A União destinará R$ 3 milhões e o Estado outros R$ 1,5 milhão para a implementação do programa. “Vamos transformar a gastronomia num grande projeto de promoção dos destinos de turismo com transversalidade com a cultura, da qual a cozinha mineira é o maior elo”, afirmou.
Segundo ele, 30% dos turistas que vêm a Minas Gerais são atraídos pela cozinha do Estado. Outros 42% buscam o rico patrimônio histórico. Leônidas Oliveira aposta que a soma desses dois públicos pode consolidar Minas num dos principais destinos do turismo cultural.
Antecipou que outras ações já estão previstas para fomentar toda a cadeia de produção da culinária mineira – desde a agricultura, até o consumo final de nossas especialidades. A secretaria já planeja para 2021 o programa 300 + 1 para recuperar iniciativas que foram suspensas este ano do tricentenário do Estado, em função da pandemia do coronavírus. Estão sendo elaborados projetos de estímulo e apoio a municípios, produtores, profissionais que fazem parte de todos os segmentos abrangidos pela gastronomia.
“Nós devemos, com o plano, estabelecer um conjunto de projetos que estruturem a cultura alimentar”. Na opinião do secretário, a cozinha mineira pode alavancar o desenvolvimento do Estado. Revelou que no País já existem mais de quatro mil restaurantes especializados na comida mineira.
Patrimônio imaterial
A tradição e a fama da comida mineira foram exaltadas por todos os participantes da audiência pública e reconhecidas como patrimônio imaterial do Estado. A coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas (Faemg), Aline de Freitas Veloso, exaltou que a tradição na cozinha é muito identitária para o povo mineiro. Ela acredita que a promoção da culinária será fundamental para valorizar o homem do campo e agregar valor para toda a cadeia produtiva.
O presidente da comissão, deputado Professor Irineu (PSL), lembrou que a comida, para os mineiros, é motivo de reunião, de receber pessoas. Ele se mostrou confiante em tornar nossa gastronomia num grande setor produtivo. “O plano pode minimizar (os efeitos da pandemia) e contribuir para que possamos ter um pouco mais de tranquilidade e voltar a ter geração de emprego e renda”.
Ao exaltar a singularidade da comida mineira, o secretário-adjunto de Cultura e Turismo, Bernardo Silviano Brandão Vianna, disse acreditar que o plano estadual consegue dar a dimensão adequada à culinária do Estado.
Marcelo Wanderley, secretário executivo da Frente da Gastronomia Mineira, completou que o turismo gastronômico se comunica com muitas outras áreas da economia criativa.
A consultora de Pesquisa em Gastronomia do Senac/MG, Vani Maria Fonseca Pedrosa, lembrou que a tradição da cozinha mineira se reflete, também, na produção industrial alimentar do Estado. “Está tudo no nosso DNA”.
Revogação – O deputado Mauro Tramonte (Republicanos) defendeu alteração na Lei 13.768, de 2000, que proíbe propaganda de órgão público mineiro fora dos limites do Estado. Segundo ele, isso pode comprometer o objetivo do plano, que é divulgar a comida mineira no País e no mundo. O parlamentar apresentou o Projeto de Lei 1.157/20, que pretende alterar a lei.
O secretário Leônidas Oliveira defendeu a revogação dessa vedação e lembrou que a campanha Minas para o Brasil será lançada dia 2 de dezembro, no Rio de Janeiro. Segundo ele, será feita divulgação em aeroportos, rádios, TVs e uma projeção no Cristo Redentor de propaganda sobre o Estado.
Requerimentos – Durante a reunião foi aprovado um requerimento do deputado Mauro Tramonte para realização de audiência pública para debater a necessidade do fortalecimento e da valorização dos circuitos turísticos. Também foram aprovados requerimentos, do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), para votos de congratulações a vinícolas mineiras premiadas no concurso World Wine Awards (DWWA), assim como à Epamig, também reconhecida na competição pela nova tecnologia desenvolvida para poda de uvas.
DA: ASCOM/ALMG