O presidente Jair Bolsonaro (PL) vai pedir ao líder russo, Vladimir Putin, garantias de que a Rússia manterá o fornecimento de fertilizantes ao Brasil, além de mais investimentos no setor. A informação é da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
O Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados na produção agrícola. No caso dos fertilizantes nitrogenados, a dependência chega a 95%. A Rússia é uma das maiores produtoras de fertilizantes do mundo, junto com China, Marrocos e Belarus.
“A chegada do fertilizante é fundamental para a segurança alimentar, não só do Brasil, como também do mundo”, disse Tereza Cristina à CNN. Bolsonaro embarcou nesta segunda-feira (14) à noite para Moscou. A ministra só não foi junto porque havia contraído a Covid-19. Ela testou negativo hoje.
Bolsonaro tem sido bastante criticado por se encontrar com Putin em meio às ameaças de invasão da Ucrânia. Tropas russas estão posicionados na fronteira com o país. O presidente americano, Joe Biden, e líderes europeus ameaçam a Rússia com sanções.
O governo brasileiro sustenta que a viagem já estava marcada e que os interesses comerciais envolvidos são muito altos. Antes mesmo da crise militar na região, os preços dos fertilizantes subiam por causa do desbalanço entre oferta e demanda provocado pela pandemia.
Sanções americanas impostas a Belarus agravaram a situação. Diversos países produtores estão reduzindo a exportação para garantir o fornecimento interno. Duas semanas atrás, Tereza Cristina esteve na Rússia e visitou os quatro maiores fabricantes de fertilizantes, também solicitando garantia de fornecimento.
Bolsonaro vai enfatizar ainda na viagem a necessidade de mais investimentos russos na produção de fertilizantes no Brasil. No início do mês, a Petrobras informou ao mercado que chegou a um acordo com o grupo russo Acron para a venda de sua fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS).
O negócio está pendente de aprovação pelos órgãos reguladores do Estado e do município e pela governança da Petrobras. O valor da transação não foi divulgado. A estatal brasileira decidiu deixar a área de fertilizantes e focar seus investimentos da produção de petróleo do pré-sal.
COM: ASCOM/MA/TBN