No vídeo publicado no Instagram, Liliana afirmou que na literatura médica há casos semelhantes ao da paciente do HC, que não tinha nenhum problema de saúde prévio, desenvolveu uma falência aguda do fígado gravíssima e precisa “transplantar urgente”.
“Se não transplantar vai a óbito em 24, 48 ou 72 horas. São casos dramáticos”, afirma a médica.
De acordo com Liliana, sempre que recebe esses pacientes, a primeira coisa que faz é investigar a causa.
“Na grande maioria das vezes [a causa] é medicamentosa. Alguns medicamentos, como anabolizantes e outras medicações usadas, por exemplo Roacutan. Mas normalmente se faz uso desses medicamentos com acompanhamento médico e exame de sangue para ver como está a saúde do fígado.”
No caso da paciente internada no HC, no entanto, de início não era conhecida nenhuma medicação tomada por ela. Logo depois, porém, a família levou ao consultório um frasco de chá emagrecedor com 50 ervas, de acordo com a médica.
“Quando olhamos o rótulo dessa medicação já podemos identificar diversas ervas conhecidas por serem hepatotóxicas, por fazerem mal ao fígado. Dentre elas, a mais comum e mais conhecida é o chá verde. É muito bem descrito na literatura, há vários relatos e papers que mostram casos de hepatite fulminante causada por uso de chá verde.”
De acordo com a médica, além do chá verde, carqueja e mata verde também são ervas conhecidas na literatura médica por serem prejudiciais ao fígado.
“Nós recomendamos não fazer o uso desse tipo de medicação: chá que desincha, chá detox, natural, erva… Não faça uso, desaconselhe as pessoas que você conhece. Isso tudo é charlatanismo e são descritos como hepatotóxicos, fazem mal para o fígado sim e podem levar à necessidade de um transplante de fígado.”
A médica salientou ainda que muitas vezes o paciente não resiste à espera de um doador de fígado.
“O pior é que muitas vezes a pessoa não consegue nem chegar ao transplante do fígado. Nós estamos com essa paciente priorizada, mas infelizmente até agora não apareceu nenhum doador. Estamos contando as horas e os minutos torcendo para que apareça um doador e ela seja transplantada e sobreviva, mas ainda não temos essa certeza.”
“E tudo isso por causa de uma medicação que poderia ter sido evitada, um falso remédio para emagrecer, uma falsa ilusão de que é natural e não tem problema. Tem problema sim. Na literatura médica está muito bem descrito, é só procurar”, finaliza.
COM: REVISTA MÉDICA