terça-feira, 20 de agosto de 2024

O PCC E O FINANCIAMENTO DE JOGADORES DO CORINTHIANS: APURAÇÃO ENCONTRA RELAÇÃO ENTRE DIRIGENTES E INTEGRANTES DA FACÇÃO

 


FOTO: Ricardo Moreira/Getty Images
FOTO: Ricardo Moreira/Getty Images

Rafael Maeda Pires, mais conhecido como “Japa”, emergiu como uma figura-chave no potencial esquema. A suspeita é que Japa desempenhou um papel central na ponte entre o crime organizado e o clube paulista, mas ainda há muitas perguntas a serem respondidas.

Como o PCC Envolveu-se na Contratação de Jogadores?

Em março de 2023, surgiram delações sugerindo que Japa teria intermediado a contratação de jogadores como Du Queiroz e Igor Formiga para o Corinthians em 2021. Tais negociações foram registradas em mensagens de WhatsApp, agora sob análise do MPSP. 

Os registros incluem discussões de contratos e transações bancárias que indicam uma relação suspeita entre Japa e dirigentes do clube.

Essas mensagens revelam detalhes que sugerem que o PCC pode ter utilizado esses contratos para lavar dinheiro. A proximidade entre Japa e os dirigentes do Corinthians levanta sérias questões sobre a transparência e a origem dos recursos envolvidos nas contratações.

O Que Sabe-se Sobre a Morte de Japa?

Rafael Maeda Pires, o Japa, foi encontrado morto em maio de 2023, em um estacionamento na zona leste de São Paulo. Inicialmente, acreditava-se que ele tivesse sido forçado a cometer suicídio por ordens do “tribunal do crime” do PCC – um método utilizado pela facção para evitar execuções. 

No entanto, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) explora agora a possibilidade de homicídio.

Uma operação realizada em 16 de agosto de 2023 resultou na apreensão de armas, barras de ouro e celulares em 13 endereços relacionados ao caso. Essas novas evidências podem fornecer informações cruciais sobre as circunstâncias da morte de Japa e sobre a extensão de suas atividades criminosas.

Quais São as Implicações Para o Futebol Brasileiro?

Se confirmadas, as suspeitas podem ter amplas repercussões no futebol brasileiro. A utilização do esporte para a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas poderá redefinir as práticas de fiscalização e contratação de clubes. O envolvimento do PCC no financiamento de jogadores como Du Queiroz e Igor Formiga sugere que esta não é uma situação isolada.

 As armas e barras de ouro apreendidas durante a operação de agosto de 2023 ilustram o grau de sofisticação e os recursos envoltos nas operações criminosas. Essas descobertas podem ser a chave para compreender a extensão da infiltração do crime organizado no futebol.

A continuidade das investigações é essencial para desvendar todas as camadas deste complexo caso. 

O futebol brasileiro, assim como as autoridades, aguarda ansiosamente por esclarecimentos que poderão mudar a forma como o esporte é administrado e como o crime organizado é combatido no país.

COM INFORMAÇÕES DO DIÁRIO DO BRASIL/TBN