(Divulgação)
08/05/2025 | 4 min de leitura
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
publicou nesta quarta-feira (7) uma nova versão do mapa-múndi com o Brasil no
centro e o hemisfério sul posicionado na parte superior da imagem. O modelo,
conhecido como “mapa invertido”, foi divulgado nas redes sociais pelo
presidente do órgão, Márcio Pochmann, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT).
“O IBGE lançou um novo mapa-múndi com o Brasil no centro, contendo o sul na
parte superior do mapa, também identificado por mapa invertido. A novidade
busca ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns
internacionais como no Brics e Mercosul e na realização da COP30 em 2025”,
escreveu Pochmann no X/Twitter.
Essa não é a primeira vez que o IBGE altera a disposição dos mapas em
publicações oficiais. Em abril de 2024, o instituto lançou uma versão do Atlas
Geográfico Escolar em que o Brasil também aparecia no centro do mundo, mas sem
a inversão dos hemisférios. A edição, no entanto, foi alvo de críticas após a
detecção de erros em conteúdos científicos, como a troca dos períodos
geológicos Jurássico e Cretáceo e informações incorretas sobre a separação dos
continentes. O IBGE reconheceu as falhas e divulgou uma errata.
Internamente, a presidência de Márcio Pochmann tem sido alvo de denúncias
recorrentes. Em janeiro deste ano, servidores do IBGE divulgaram uma carta
aberta acusando a gestão de adotar posturas autoritárias, aparelhar o instituto
e desrespeitar o corpo técnico. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE
(AssIBGE) mantém posicionamento público de oposição à condução de Pochmann.
A atual gestão também enfrentou uma onda de demissões em massa no alto escalão
do IBGE, motivadas por protestos contra o que servidores classificam como
interferência ideológica e enfraquecimento técnico do órgão.
Um dos pontos de maior atrito é a criação da Fundação IBGE+, uma entidade de
direito privado vinculada ao instituto, anunciada em 2024. Segundo servidores,
a fundação funcionaria como uma estrutura paralela e sem controle técnico
adequado. Após a repercussão negativa, o governo federal determinou a suspensão
da entidade em 24 de janeiro.
Fonte: Conexão Política