O TiLV é conhecido por elevar drasticamente a taxa de mortalidade em tilápias e em seus híbridos
19 de dezembro de 2025 - 4 minutos para saber
O governo de Santa Catarina publicou, na quarta-feira (17), uma portaria que proíbe a importação, comercialização e distribuição de tilápia proveniente do Vietnã no estado. A medida foi adotada por conta do risco sanitário associado ao TiLV (Tilapia Lake Virus), vírus que afeta a produção de tilápias e pode gerar impactos severos à piscicultura.
Descoberto em 2014, o TiLV é conhecido por elevar drasticamente a taxa de mortalidade em tilápias e em seus híbridos, com registros de perdas que podem chegar a até 90% em cardumes infectados. A enfermidade já foi identificada em criações comerciais da Ásia, África e Américas, o que preocupa autoridades sanitárias e produtores.
Santa Catarina ocupa atualmente a quarta posição entre os maiores produtores de tilápia do Brasil, o que torna o setor estratégico para a economia estadual. Diante desse cenário, o governo catarinense avaliou que a entrada do pescado importado poderia representar ameaça direta à produção local e à segurança alimentar.
Em abril deste ano, o governo federal voltou a autorizar a importação da tilápia do Vietnã, decisão que gerou críticas do setor. A Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) classificou a liberação como imprudente e alertou que a medida desconsidera riscos sanitários relevantes para a cadeia produtiva nacional.
Especialistas explicam que o TiLV não representa risco direto à saúde humana, já que não é considerado uma zoonose. No entanto, seus efeitos sobre a produção são graves, podendo causar prejuízos econômicos expressivos, além de comprometer o abastecimento. Entre os sintomas da doença estão perda de apetite, redução de movimento, natação desordenada, lesões na pele, alterações na coloração, problemas oculares e danos em órgãos como fígado e cérebro.
Com a proibição, Santa Catarina reforça a proteção à piscicultura local e sinaliza cautela diante da liberação federal. O tema segue em debate no setor produtivo e entre autoridades sanitárias.
COM JBTV