sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ESTACIONAMENTO ROTATIVO ÁREA AZUL REINICIARÁ POR MEIO DE SISTEMA TECNOLÓGICO

Em Varginha Área Azul não vai... 

A empresa Car Park Ltda, foi a vencedora do processo de Licitação – Concorrência 006/2023, do tipo maior oferta, tendo como objeto a outorga de concessão para implantação, operação, manutenção e gerenciamento do sistema de estacionamento rotativo de veículos nas vias e logradouros públicos do Município de Varginha. A empresa atendeu as exigências contidas do processo da licitação, estando apta a realizar o serviço.

A empresa vencedora deverá implantar dispositivos que facilitarão a vida dos proprietários de veículos. Tanto é que um dos itens exigidos pela licitação foi a implantação de leitor de QR Colde com leitura de Pix para pagamento da tarifa, implantação de aplicativo via Samartfone, ponto de venda do cartão na região central e monitores presentes nas ruas auxiliando os usuários de onde devem estacionar, onde podem adquirir seu cartão, a maneira correta de utilizá-lo.

A CAR PARK estacionamentos atua no planejamento, implantação e administração de estacionamentos e garagens desde 1994.

PREFEITURA INFORMA: PRÓXIMO MUTIRÃO DA DENGUE SERÁ NO JARDIM CORCETTI


Aedes aegypti - Sesa divulga alerta epidemiológico contra a dengue aos  profissionais da saúde
 

A Prefeitura de Varginha, por meio da Vigilância Ambiental, informa que o Mutirão da Dengue da quarta-feira (30), será realizado no bairro JARDIM CORCETTI. Nesse dia os moradores serão contemplados com mais um Mutirão de Limpeza, com o objetivo de eliminar os depósitos de água parada nos imóveis e evitar uma epidemia de doenças transmitidas pelo vetor Aedes Aegypti e demais espécies de mosquitos.

A Prefeitura orienta os moradores para que deixem nas calçadas no dia do Mutirão, bem cedo, no máximo até às 7h, todos os materiais inservíveis como móveis velhos, latas, plásticos, pneus, objetos que possam acumular água, dentre outros.

A dica é começar com a limpeza dos quintais, porões e sótãos, dentro de casa e terrenos, o quanto antes possível.

NÃO serão recolhidos galhos de árvores e entulhos de construção.

O trabalho dos agentes começa dias antes do Mutirão com divulgação e orientação aos moradores sobre os tipos de materiais que podem ser descartados e a importância de todos se unirem contra a Dengue.

Além da panfletagem, a Prefeitura também utilizará um carro de som para informações.
 
Denúncias de casos que comprometam a saúde pública podem ser feitas no Setor de Vigilância Ambiental: (35) 3690-2230 (também é WhatsApp).

BRICS VIRA “CLUBE DE DITADURAS” TENDO O BRASIL NO PAPEL DE MERO COADJUVANTE

Brics não gosta de ditaduras... : r/brasilivre 
 asil, Brics não evolui além de financiamentos e tem poucos resultados efetivos

Os Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – anunciaram, nesta quinta-feira (24), que vão incluir mais seis países ao bloco a partir do próximo ano. Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã foram os selecionados para integrar o bloco. 

A escolha dessas nações, de acordo com especialistas, coloca o bloco em uma clara oposição ao Ocidente, além de evidenciar o poder de Xi Jinping, ditador da China, e a perda de protagonismo do Brasil entre os Brics.

"Sigo sem saber o que o Brics pretende além de um simbolismo poderoso [...] Isso fica óbvio com a escolha do Irã, por exemplo. Pode até tornar as coisas mais difíceis", disse o economista e criador do acrônimo Brics, Jim O'Neill, em entrevista à BBC News Brasil.

Embora os critérios de escolha para os seis países não tenham sido esclarecidos com a "Declaração de Joanesburgo", os especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo traçam alguns caminhos que podem justificar as decisões. Além de não serem alinhados às narrativas do Ocidente, nenhum dos países representa uma ameaça à China – que anseia o lugar dos Estados Unidos de maior potência mundial.

Ainda que grandes potências emergentes tivessem interesse em fazer parte dos Brics, a exemplo da Indonésia, a escolha parece ter sido baseada em países como pouca perspectiva econômica. O motivo disso, explicam analistas, é que a China quer expandir sua influência sem correr risco de perder o posto de protagonista dos Brics.
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Para o consultor de comércio internacional da BMJ Consultores Associados Tito Sá, os desdobramentos da 15ª Cúpula dos Brics mostram uma força absoluta da China sobre os demais países-membros. "Seria muito difícil frear esse avanço e essa pressão chinesa. É evidente que essa expansão é capitaneada pela China, que tem se tornado a maior economia do mundo", analisa.

"A diplomacia brasileira foi muito resistente com essa expansão e o medo, que ainda se mantém, era do Brasil perder influência dentro do bloco. E essa perda é inevitável. Isso vai acontecer. Espera-se uma perda de influência do Brasil dentro dos Brics, pois com a entrada desses novos países, o poder é diluído. Isso é um fato agora e a China é a maior beneficiada desse processo", pontua Sá.
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Perto da China, todos os países são coadjuvantes nos Brics – inclusive o Brasil

Desde o último ano, quando estava na presidência do bloco, a China tem pressionado os Brics a aceitar novos membros. O grupo teria recebido aceno de 40 nações interessadas e 22 pedidos formais para aceitar novos integrantes. Brasil e Índia se opuseram à mudança, mas não conseguiram manter esse posicionamento por muito tempo.

Despontando como a segunda maior economia do mundo, especialistas analisam que a China se utilizou do seu poder comercial-econômico para influenciar nas decisões do bloco. O país asiático é o principal parceiro econômico do Brasil e da África do Sul e tem sido um dos únicos a apoiar a Rússia desde que Moscou decidiu invadir a Ucrânia há um ano.

Mas além disso, Xi Jinping é o principal financiador do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos Brics. O organismo tem sido o responsável por financiar dezenas de obras de infraestrutura e de apoio de emergência aos países membros do bloco. Neste contexto, se opor aos desejos chineses, para essas nações, seria o mesmo que colocar em risco seu principal mercado.

"A gente percebeu, principalmente quando houve um ruído de comunicação entre Brasil-China, que houve um grande esforço do nosso corpo diplomático para que isso não impactasse nas nossas relações com a China, pois elas são profundas e de uma dependência muito grande", pontua o especialista da BMJ.
"Escolhas geopolíticas" são, na verdade, resposta dos Brics ao Ocidente

O embate geopolítico entre China e Estados Unidos tem pressionado o país asiático a buscar mais aliados ao redor do mundo – o que justifica a pressão de Xi Jinping para incluir novos membros no grupo.

Além disso, a Rússia tem se visto isolada no mundo desde que invadiu a Ucrânia. Países do Ocidente passaram a fazer sanções contra Moscou com o intuito de pressionar Vladimir Putin a colocar um fim na guerra. O russo, contudo, encontrou na China um parceiro, já que Xi Jinping demonstrou apoio a Putin diante do conflito. Em resposta a esse apoio, a China ganhou mais um aliado.

Juntos e com respaldo dos Brics, a "Declaração de Joanesburgo", formulada pelos países-membros do bloco, ainda teceu críticas ao Ocidente. "Manifestamos preocupação com a utilização de medidas coercivas unilaterais, que são incompatíveis com os princípios da Carta das Nações Unidas e produzem efeitos negativos, nomeadamente no mundo em desenvolvimento", diz um dos pontos do documento. O alvo nas entrelinhas é o pacote de sanções americanas aos russos.

Ainda na declaração, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou uma oportunidade para se manifestar contra as pressões que o país tem sofrido, sobretudo da União Europeia, para barrar, por exemplo, o acordo entre o Mercosul e o bloco europeu. "Opomo-nos às barreiras comerciais, incluindo aquelas impostas por certos países desenvolvidos sob o pretexto de combater as alterações climáticas, e reiteramos o nosso compromisso de melhorar a coordenação nestas questões", diz o documento.

"Expressamos a nossa preocupação com qualquer medida discriminatória inconsistente da OMC que distorça o comércio internacional, arrisque novas barreiras comerciais e transfira o fardo da abordagem às alterações climáticas e à perda de biodiversidade para os membros do BRICS e os países em desenvolvimento", finaliza o ponto 63 da declaração.
Especialista analisa que escolha de países foi levando em consideração o interesse dos países fundadores do bloco

Para o especialista da BMJ, a escolha dos seis países que vão ingressar nos Brics no próximo ano ainda vai além do pensamento em comum com o Ocidente. "Acredito que também pesou uma questão geográfica e de interesses para os membros fundadores", pontua Tito Sá.

Nesse contexto, o Brasil teria solicitado a inclusão da Argentina – o maior parceiro econômico do país na América Latina; a África do Sul da Etiópia; a China dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita; e a Rússia do Irã. "O Irã é um dos maiores aliados dos russos, principalmente neste contexto de isolamento da Rússia, o país tenta buscar mais aliados", analisa.

Sá ainda relembra que entre os novos integrantes, o Irã é o que possui a relação mais hostil com os Estados Unidos. "Em um primeiro momento, acredito que tentaram fazer uma uma distribuição geográfica mais ou menos equânime. E um outro [ponto] é que esses países não são totalmente alinhados à retórica do Ocidente. Acredito que esses elementos seja o que une esses 11 países", avalia.
Brics virou clube de ditaduras?

Após o anúncio dos novos países que vão compor o bloco a partir do próximo ano, Tito de Sá explica que a escolha dessas nações evidencia que a democracia não vai ser uma questão para os Brics. "Esta é uma pauta que não tem como jogar para debaixo do tapete e a entrada desses países demonstra que o debate democrático não vai ser uma questão para os Brics. Acredito que isso seja uma tentativa de evidenciar o caráter econômico do bloco", diz.

"O que está em jogo aqui não é a pessoa ou o governo, é o país — a importância do país. Eu não quero saber que pensamento ideológico tem o governante. Quero saber se o país está dentro dos critérios que estabelecemos para fazer parte do Brics", disse Lula em coletiva de imprensa nesta quinta (24).

De acordo com o Ranking de Democracia do jornal inglês The Economist, entre os países anunciados para integrar os Brics, apenas a Argentina é considerada uma democracia – ocupando o 50º lugar no ranking, uma posição acima do Brasil.

As demais nações, todas com regimes autocratas, ocupam posições para além da centésima de um ranking que avalia 167 países e territórios. Na lista, a Etiópia aparece em 122º; o Egito em 131º; os Emirados Árabes Unidos em 133º, a Arábia Saudita em 150º e, por fim, o Irã em 154º lugar.

Levando em consideração que Rússia e China, fundadoras do bloco, também são considerados países autoritários, o grupo teria uma maioria de países em regime ditatorial. Moscou e Pequim, respectivamente, ocupam as 146ª e 156ª posições do ranking de democracias do The Economist.

 

Por: Carinne Souza/GAZETA DO POVO

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

TESOURO SUBTERRÂNEO A SER DESCOBERTO E JÁ AMEAÇADO: DAS 20 MIL CAVERNAS DO BRASIL, 8.854 ESTÃO EM MINAS GERAIS

País tem mais de 20 mil cavernas, com formações incríveis e centenas de espécies ainda não descritas pela ciência. Mudanças na legislação ambiental preocupam pesquisadores

Gruta de Maquiné - Cordisburgo: Guia para visitar as cavernas!
GRUTA DE MAQUINÉ EM CORDISBURGO / MG - A CASA DE GUIMARÃES ROSA

 24/08/2023 

Um dos tesouros mais desconhecidos da biodiversidade brasileira está escondido, literalmente, debaixo da terra. Pouca gente sabe disso, mas permeando as entranhas subterrâneas da Amazônia, do Cerrado e de todos os grandes biomas nacionais existe um universo oculto de milhares de cavernas, habitadas por centenas de espécies únicas na natureza e centenas de milhares de anos de história petrificada do clima e da vida no planeta. São mais de 20 mil cavernas já catalogadas em território brasileiro — de um total que, segundo alguns especialistas, pode chegar a 300 mil. E esse tesouro subterrâneo pode estar ameaçado, alertam os pesquisadores, por conta de alterações na legislação ambiental. 

A maior parte dessas grutas foi descoberta apenas recentemente. Até 2009, pouco mais de 6 mil cavernas eram conhecidas no País; desde então esse número aumentou 235%, e não para de subir. O principal “culpado” por isso é um decreto publicado em novembro de 2008 (Decreto 6640), que criou uma nova classificação de cavernas e passou a exigir o licenciamento ambiental de atividades potencialmente impactantes a elas, como empreendimentos agrícolas, minerários e obras de infraestrutura. Nesse processo de licenciamento, que passou a ser obrigatório, muitas novas grutas acabaram sendo descobertas. E, junto com elas, centenas de novas espécies cavernícolas — incluindo peixes, crustáceos, aracnídeos e uma diversidade de outros invertebrados —, além de um sem-número de paisagens, rios subterrâneos, cachoeiras, salões grandiosos, adornados com espeleotemas fantásticos, e outras formações geológicas de tirar o fôlego.

Desde o primeiro mapeamento feito no fim do século 19, o número de cavernas conhecidas no Brasil aumentou de 41 para mais de 20 mil Fonte: Cecav/ICMBio - Anuário Estatístico 2019

“Um mundo invisível”, nas palavras do geólogo Francisco William da Cruz Junior — mais conhecido como Chico Bill —, professor do Instituto de Geociências (IGc) da USP e um dos muitos pesquisadores empenhados em divulgar 2021 como o Ano Internacional das Cavernas e do Carste, organizado pela União Internacional de Espeleologia e apoiado localmente pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE).

A quantidade de novidades é tão grande que os cientistas mal dão conta de processar tanta informação. Até o momento, são conhecidas cerca de 250 espécies de animais que vivem exclusivamente dentro de cavernas (chamados de troglóbios), segundo um levantamento inédito (ainda não publicado) conduzido pelos pesquisadores Jonas Gallão e Maria Elina Bichuette, do Laboratório de Estudos Subterrâneos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). “A maioria dos troglóbios é endêmica”, ou seja, são animais que só existem dentro de uma única gruta ou um único sistema de cavernas, explica Maria Elina, que é formada pela USP e também orienta alunos de pós-graduação no campus de Ribeirão Preto da USP.

Esse é o número de espécies formalmente descritas pela ciência — com nome, RG e comprovante de residência, digamos assim —; mas o número “real” de troglóbios que habitam a escuridão das cavernas brasileiras é certamente muito maior. Pesquisadores calculam que o número de espécies novas já coletadas, mas ainda não oficialmente descritas, pode chegar a 1 mil. “A cada nova expedição que fazemos, novas espécies vêm à tona. A fila de descrição é gigantesca”, diz o pesquisador Rodrigo Lopes Ferreira — mais conhecido como Drops —, do Setor de Biodiversidade Subterrânea da Universidade Federal de Lavras.

Maria Elina é mais conservadora e calcula que o número esteja em torno de 500 — ainda assim, uma quantidade enorme. Isso, considerando apenas os bichos já coletados em expedições passadas, que os biólogos conseguem pegar na mão, olhar debaixo de uma lupa e inferir que se trata (provavelmente) de uma espécie nova. Sem contar, portanto, as inúmeras espécies desconhecidas que devem existir nas profundezas subterrâneas das milhares de cavernas que ainda estão para ser descobertas no Brasil. Fazendo uma conta simples, se a estimativa de 300 mil cavernas estiver correta e apenas 1% dessas grutas abrigarem um troglóbio endêmico, já serão 3 mil espécies novas para a ciência.

A fila de espera deve-se, principalmente, ao pequeno número de taxonomistas (cientistas especializados na descrição e classificação de espécies) com expertise nesses grupos mais peculiares de animais cavernícolas.

Troglóbio significa vida (bio) em cavernas (troglo). São bichos muito peculiares, com características morfológicas e fisiológicas altamente especializadas para a vida no meio subterrâneo. Os exemplos mais comuns são redução ou ausência de pigmentação e de estruturas oculares (já que não precisam produzir melanina nem enxergar), alongamento de apêndices (como pernas ou pinças) e aumento de estruturas sensoriais (como antenas ou bigodes), que eles utilizam para detectar alimentos e encontrar seu caminho na escuridão. A maioria pertence ao grupo dos invertebrados, como aranhas, escorpiões, besouros, lacraias e caranguejos. Entre os vertebrados, só mesmo os peixes, como o bagre-cego de Iporanga (Pimelodella kronei), de 20 centímetros, que é endêmico das cavernas do Vale do Alto Ribeira, em São Paulo. É um peixe cego e carnívoro, que se alimenta de pequenos invertebrados aquáticos e baratas ou grilos, que porventura caem em suas águas geladas.

Além dos troglóbios, que são exclusivamente subterrâneos, há os organismos troglófilos, que podem viver tanto dentro quanto fora das cavernas (como algumas espécies de grilos e aranhas), e os troglóxenos, que habitam as cavernas, mas precisam sair delas em algum momento para completar seu ciclo de vida. Desse último grupo, o exemplo mais clássico são os morcegos cavernícolas, que dormem no teto de cavidades subterrâneas, mas precisam sair delas diariamente para se alimentar de frutos ou insetos — e, ao fazer isso, prestam um serviço ecológico importantíssimo para a dispersão de sementes na natureza e o controle de pragas agrícolas e urbanas. São eles, também, os principais importadores de matéria orgânica para o interior das cavernas, por meio das suas fezes (o famoso guano), que serve de alimento para muitos dos invertebrados que ali habitam.

Nesse sentido, as cavernas são essenciais para muitos morcegos, assim como os morcegos são essenciais para muitas cavernas. Uma caverna no Tocantins, chamada Gruta dos Moura, chega a abrigar 26 espécies desses mamíferos voadores — um recorde mundial. “São mais espécies de morcegos numa única caverna do que em vários países do mundo”, compara o biólogo Enrico Bernard, especialista em morcegos e coordenador do Laboratório de Ciência Aplicada à Conservação da Biodiversidade, da Universidade Federal de Pernambuco. Na Caatinga e no norte da Amazônia, segundo ele, há grutas com populações gigantescas, de até 150 mil morcegos.

“As cavernas são consideradas uma das últimas fronteiras de pesquisa biológica no mundo”, assim como o dossel das florestas tropicais e as profundezas do oceano, afirma Bernard. “São hotspots para a descoberta de espécies.”

Foto: Adriano Gambarini

Das sete espécies de morcegos consideradas ameaçadas de extinção no Brasil, quatro são cavernícolas, e estão ameaçadas justamente por conta da perda de cavernas que elas dependem para sobreviver, segundo o pesquisador.

Desde 2008, segundo o Decreto 6.640, a presença de espécies endêmicas ou ameaçadas de extinção é um dos critérios usados para designar cavernas como de “relevância máxima”, que é a única categoria com garantia legal de preservação no Brasil atualmente. “A cavidade natural subterrânea com grau de relevância máximo e sua área de influência não podem ser objeto de impactos negativos irreversíveis, sendo que sua utilização deve fazer-se somente dentro de condições que assegurem sua integridade física e a manutenção do seu equilíbrio ecológico”, diz o Artigo 13 do decreto. Já as cavernas classificadas como de relevância alta, média ou baixa “poderão ser objeto de impactos negativos irreversíveis, mediante licenciamento ambiental”.

Se, por um lado, a exigência de licenciamento proporcionou um boom na descoberta e no estudo de cavernas desde 2008, por outro, o decreto abriu brechas para a destruição desses ambientes. Até então, pela redação original do Decreto 99.556, de 1990, todas as cavernas gozavam de proteção integral, e só podiam ser utilizadas “dentro de condições que assegurem sua integridade física e a manutenção do respectivo equilíbrio ecológico”.

“O número de cavernas conhecidas está diretamente associado à pressão econômica para utilização dessas cavernas”, destrincha o espeleólogo Cruz Junior, da USP. “Conhecemos mais cavernas nos últimos anos não graças a um investimento em ciência, mas porque o setor que quer detonar essas cavernas é obrigado a fazer o licenciamento”, acrescenta Bernard.

Número de cavernas registradas em cada unidade da federação Fonte: Cecav/ICMBio - Anuário Estatístico 2019

Novas ameaças

Aos trancos e barrancos, os cientistas até que vinham convivendo de forma pacífica com o novo decreto — aproveitando o que ele tinha de melhor e evitando o que ele tinha de pior a oferecer. Novas tentativas de alterar essa legislação, porém, fizeram ecoar de novo o medo de uma ameaça às cavernas brasileiras na comunidade científica. “Com tanta boiada passando, é claro que as cavernas não ficariam incólumes”, diz o biólogo Rafael Ferreira, doutorando da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro e segundo secretário da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE).

“Mais do que nunca, as cavernas estão sob forte ameaça”, diz o geógrafo Allan Calux, presidente da SBE. O primeiro alarme soou em 2019, quando o Ministério das Minas e Energia propôs uma nova redação para o Decreto 6.640, abrindo a possibilidade de que mesmo as cavernas de relevância máxima “pudessem ser impactadas ou mesmo destruídas”, segundo pesquisadores relatam em um artigo publicado em junho, no site de notícias Mongabay. A proposta, segundo eles, recebeu parecer favorável da Advocacia Geral da União e foi encaminhada ao Ministério do Meio Ambiente, mas ainda não foi efetivada. 

O segundo alerta veio com o projeto de lei que flexibiliza, radicalmente, as regras de licenciamento ambiental no País. Aprovado em maio deste ano na Câmara dos Deputados, e agora aguardando apreciação pelo Senado Federal, o PL 3729 isenta diversas atividades — incluindo a agropecuária — do licenciamento ambiental, e ainda cria uma nova modalidade de “autolicenciamento”, em que empreendimentos são autorizados a emitir suas próprias licenças — inclusive para a instalação de barragens de rejeitos minerários. Some-se a isso o enfraquecimento dos órgãos de controle federais, como Ibama e ICMBio, e a equação de ameaças está montada. “Tudo é possível agora nesse novo cenário”, avalia Calux.

Caverna São Vicente (GO) - Foto: Daniel Menin

Apesar do PL 3.729 não mencionar diretamente as cavernas, a flexibilização do licenciamento pode trazer consequências graves para elas, alertam os cientistas. Isso porque as cavernas podem ser escuras e profundas, mas não estão isoladas do que acontece na superfície. Pelo contrário: “Se você destrói o ambiente externo, isso chega lá dentro também”, afirma Ferreira. Em especial, por meio dos rios, que são como as artérias das cavernas. Se empreendimentos na superfície assoreiam os rios ou poluem a água que corre para dentro das grutas, a vida subterrânea será diretamente afetada por isso. E como o ambiente dentro das cavernas costuma ser bastante estável, qualquer pequena alteração pode ter consequências muito significativas — talvez até inviabilizando a sobrevivência de alguns organismos.

“A caverna é muito dependente do seu entorno; a maior parte do alimento vem de fora dela”, explica Maria Elina. Se as florestas que os morcegos utilizam para se alimentar são derrubadas, e os morcegos desaparecerem, por exemplo, todos os organismos que dependem da matéria orgânica que eles trazem para dentro da caverna morrerão de fome.

“Você pode extinguir uma espécie cavernícola sem nem encostar na caverna”, sentencia Ferreira. Ou, quem sabe, com o tal do autolicenciamento, ignorar a existência ou até soterrar cavernas inteiras, sem as devidas precauções. “Flexibilizar o licenciamento é liberar a destruição de cavernas que nem tivemos a chance de conhecer”, alerta Cruz Junior. Remetendo à sua fala anterior, seria como transformar o “mundo invisível” num fantasma.

Diversidade geológica

Como é possível haver tantas cavernas desconhecidas — ou não cadastradas — no Brasil? A estimativa de 300 mil cavernas possíveis no País é dos pesquisadores Jocy Brandão Cruz e Luís Piló, no guia Espeleologia e Licenciamento Ambiental, publicado em 2019 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ela leva em conta a extensão das formações geológicas em que predominam rochas solúveis, propícias à formação de cavernas — chamadas de paisagens cársticas, ou simplesmente carste —, e faz uma extrapolação, com base no número de cavernas já conhecidas para cada tipo de relevo.

“Parece seguro afirmar que, hoje, menos de 5% das cavernas existentes tenham sido identificadas”, escrevem Piló e o espeleólogo Augusto Auler no Capítulo 1 do guia. “Nosso potencial espeleológico situa-se seguramente na faixa de algumas centenas de milhares de cavernas. Apenas a título comparativo, em países mais desenvolvidos na identificação e exploração de cavernas, como Itália e França, com áreas equivalentes ao Estado de Minas Gerais, cerca de 40 mil cavernas são conhecidas. A ausência de pesquisa, o pequeno número de espeleólogos, as dificuldades de acesso, dentre outros motivos, justificam o reduzido conhecimento que ainda temos do potencial espeleológico brasileiro."

É perfeitamente possível, segundo os espeleólogos, que haja cavernas imensas escondidas por aí no subterrâneo brasileiro, esperando para serem descobertas. Grandes cavernas não têm necessariamente grandes portais; elas podem ter entradas singelas ou camufladas em áreas de difícil acesso. Só mesmo se aventurando dentro delas para saber. Son Doong, a maior caverna do mundo em volume (com 38,5 milhões de metros cúbicos), no Vietnã, só foi descoberta por pesquisadores em 2009, por exemplo. A maior caverna do Brasil é a Toca da Boa Vista, em Campo Formoso, no sertão da Bahia, com 114 km de galerias mapeadas, e sua verdadeira extensão só começou a ser iluminada cientificamente no fim dos anos 1980 — apesar de a sua entrada já ser conhecida pela população local há bastante tempo.

A diversidade biológica não é a única coisa que chama a atenção nas cavernas brasileiras. Existe, também, uma incrível diversidade geológica a ser admirada e estudada. As mais comuns são as cavernas em calcário, que é uma rocha abundante e altamente solúvel em água; mas há também cavernas formadas em vários outros tipos de rochas, como quartzito e arenito, cada uma com características próprias. Uma peculiaridade do Brasil, que emergiu nos últimos anos, é o grande número de cavernas de ferro — principalmente na região de Carajás (PA), que é a maior produtora de minério de ferro do País.

Localização das cavernas e das regiões de carste (formações geológicas favoráveis à ocorrência de cavernas) no Brasil Fonte: Cecav/ICMBio - Anuário Estatístico 2019

Preservados nessas rochas estão milhares de anos de história da geologia e do clima dessas regiões, que os cientistas conseguem “ler” por meio dos elementos químicos que são depositados pela água no processo de formação dos espeleotemas (estalactites e estalagmites). São testemunhos de rocha que guardam informações sobre como eram o clima e o ambiente ao redor dessas cavernas no momento em que foram formados, tal qual os testemunhos de gelo extraídos de geleiras. “Cada estalagmite é um patrimônio natural de informações do passado”, afirma Cruz Junior, especialista no assunto. Informações que, segundo ele, são essenciais para entender o que pode acontecer no futuro.

O mesmo vale para os vestígios fósseis e arqueológicos, comumente preservados em cavernas — já que elas, historicamente, sempre foram um local de abrigo para seres humanos e outros animais. A Serra da Capivara, no Piauí, por exemplo, abriga alguns dos vestígios mais antigos de ocupação humana nas Américas; assim como as cavernas da região de Lagoa Santa, em Minas Gerais, onde viveu o chamado “povo de Luzia”.

“Temos um baita patrimônio espeleológico no Brasil”, diz o explorador, fotógrafo e divulgador científico de cavernas Daniel Menin, cujas imagens ilustram esta reportagem. Um mundo invisível, que precisa se tornar visível para ser preservado.

Correção: A citação retirada do Capítulo 1 do guia “Espeleologia e Licenciamento Ambiental” é de autoria de Luís Piló e Augusto Auler; não Piló e Brandão, como citado originalmente.

12ª EDIÇÃO DO MINAS DANCE FESTIVAL COMEÇA HOJE NO THEATRO CAPITÓLIO


Começa nesta quinta-feira (24/08) às 14h30 e prossegue até sábado (26/08) a 12ª edição do Minas Dance Festival, que será realizado no Theatro Municipal Capitólio. Na quinta e sexta-feira, a mostra será destinada para os alunos de escolas públicas. No sábado, o evento começa às 19h com uma maratona de dança apresentada por academias e companhias de Varginha e região. Integram a programação 19 companhias de dança com apresentações de 60 coreografias em diversos estilos.

Os ingressos estão sendo distribuídos gratuitamente no Museu Municipal de Varginha  (Praça Governador Benedito Valadares. Nº 141 – centro).

De acordo com Renato Sarto, idealizador do Festival, “a programação será de alto nível profissional e cultural, sendo ponto de encontro de dançarinos, coreógrafos e admiradores da arte de dançar. A proposta do evento é projetar Varginha em âmbito cultural, descobrindo novos bailarinos e dançarinos”. Ainda segundo o idealizador, “o evento contribui para o aquecimento e um interesse crescente por parte dos festivais e mostras que vem sendo realizados em todo Brasil, na tentativa de profissionalizar quem atua no setor”.

As academias e companhias participantes são: Adoniran Miguel Tributo a Michael Jackson, Ballet Marlene Paiva, Escola Espaço Árabe, Cia Dream Of Dance, Cia Gih Nascimento- Dança Árabe, Cia de Dança Lidiane Pontes, Cia de Dança Natália Wakao, Projeto Ballet para Todos, Cia de Dança Otávio Belo, Cia de Dança Elaine Nascimento, Cia de Dança DBlack Crew, Grupo Du’Guetto, Stúdio ART Bounce, Studio Balance, Espaço Toda Arte, Escola de Dança Corpo & Arte, Cia Urban Guetto, Cia de Dança Style Hop Dance Company, Espaço Cultural DOM,

O Minas Dance Festival é uma iniciativa do dançarino e empreendedor cultural Renato Sarto. O evento é viabilizado pela Prefeitura de Varginha e pela Fundação Cultural, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e conta com o apoio da Unimed Varginha.

COM: ASCOM/PMV

CULTURA É O QUE INTERESSA: O 6° CONCERTO DA ORQUESTRA FILARMÔNICA DE VARGINHA ACONTECE PRÓXIMO DOMINGO NO CAPITÓLIO

A Orquestra Filarmônica de Varginha tem o prazer de anunciar seu Sexto Concerto, um evento que promete encantar os apaixonados por música clássica e emocionar a todos com sua programação especial. A orquestra, uma iniciativa da NPOSUL e C3Cultura, com o apoio do Ministério da Cultura, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, traz um programa repleto de obras-primas, que prometem levar o público a uma viagem sonora única. O concerto deste mês será em homenagem ao compositor norueguês Edvard Grieg.

Data, Horário e Local:

O Sexto Concerto da Orquestra Filarmônica de Varginha acontecerá no dia 27 de Agosto de 2023, domingo, às 10 horas da manhã, no Theatro Municipal Capitólio, situado em Varginha, Minas Gerais.

Ingressos e Apoio Cultural:

Os ingressos para o Sexto Concerto estão disponíveis gratuitamente através do link http://ingresso.musicavarginha.com.br/ . Recomenda-se garantir o ingresso o mais breve possível, pois a procura promete ser intensa.

COM: ASCOM/PMV

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

ESTUDO APONTA EFEITOS QUE A INFÂNCIA SEDENTARIA CAUSA NA VIDA ADULTA: ENTENDA

É isso que o sedentarismo na infância causa na vida adulta, segundo estudo

Foto: iStock/SeventyFour

23/08/2023

Os efeitos do sedentarismo na saúde humana têm sido foco de numerosos estudos ao longo dos anos. Recentemente, uma pesquisa ganhou destaque, pois indicou que o excessivo tempo de inatividade física em crianças, devido às longas horas na frente de telas de dispositivos eletrônicos, pode levar a problemas cardíacos na vida adulta.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade da Finlândia Oriental e apresentada nesta quarta-feira, 23, na reunião da Sociedade Europeia de Cardiologia.

Andrew Agbaje, pesquisador responsável pelo estudo, alerta sobre o aumento do risco de eventos cardíacos e derrames, associados com o peso aumentado do coração.

“Todas essas horas de tela em jovens se somam a um coração mais pesado. O que sabemos, mediante estudos em adultos, aumenta a probabilidade de ataque cardíaco e derrame”, enfatiza.

Entenda o impacto do sedentarismo

O estudo incluiu 766 crianças. Aos 11 anos, os participantes ficavam sedentários durante 362 minutos por dia, aumentando para 474 minutos diários aos 15 anos e para 531 minutos quando se tornavam adultos, com 24 anos.

O que significa que o tempo sedentário aumentou em média 169 minutos, cerca de 2,8 horas por dia entre a infância e a vida adulta, segundo o estudo.

Eles avaliaram o peso do ventrículo esquerdo do coração através de ecocardiogramas. Isso ocorreu em duas etapas do estudo, quando os participantes tinham 17 e 24 anos. Após considerar outros fatores de risco como tabagismo e gordura corporal, os cientistas concluíram que o aumento médio de 169 minutos de inatividade diária resultou em um incremento de cerca de 3g na massa ventricular esquerda do coração.

Em estudos anteriores, realizados em adultos, o mesmo aumento na massa do ventrículo esquerdo, ocorrido ao longo de sete anos, acabou associado a um risco duas vezes maior de doença cardíaca, AVC e morte.

“Nosso estudo indica que o acúmulo de tempo inativo está relacionado a danos cardíacos independentemente do peso corporal e da pressão arterial”, afirma Agbaje.

Atenção às consequências do sedentarismo

O pesquisador ainda destacou a importância dos pais incentivarem o movimento das crianças, além de limitarem o tempo passado nas redes sociais e videogames.

Pediatras e educadores recomendam ainda a prática regular de atividades físicas, como brincadeiras ao ar livre, equilibrando o tempo de uso de dispositivos eletrônicos. Implementar uma dieta equilibrada e saudável também é fundamental para garantir uma vida adulta livre de problemas cardiovasculares.

O estudo traz uma valiosa contribuição, ao evidenciar as consequências do sedentarismo precoce na saúde do coração. É necessário despertar a atenção da população para os perigos da inatividade física e do tempo excessivo passado na frente de telas.

Fonte: Catraca Livre


 


MAIS UMA APRESENTADORA PASSA MAL DURANTE PROGRAMA: LEILANE NEUBARTH DA GLOBONEWS PRECISOU DEIXAR O JORNAL

Apresentadora da GloboNews passa mal durante programa e precisa deixar jornal

Foto: Reprodução.

23/08/2023

A apresentadora Leilane Neubarth, de 64 anos, passou mal e precisou deixar antes do final a edição desta terça-feira (22) do programa Conexão, exibido nas manhãs da GloboNews. A jornalista teve uma indisposição e retornou para casa para descansar. Se ela se sentir melhor, a âncora apresentará a edição de quarta (23).

Foto: Reprodução/Globo

A reportagem apurou que Leilane já estava se sentindo mal quando acordou, mas foi para a Globo comandar o programa por não querer faltar ao seu compromisso. 

Ela chegou a abrir o noticiário com Camila Bomfim e Daniela Lima, suas colegas de bancada. Mas sua última aparição foi por volta das 9h50, quando falou sobre a investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Leilane ficou uma hora e meia sem dar às caras. Para dar uma justificativa ao público, Camila Bomfim explicou o que aconteceu às 11h40.

"Gente, vocês devem estar sentindo falta da Leilane, então para tranquilizar todo mundo a gente explica. Ela sentiu uma leve indisposição, precisou sair do estúdio, mas já está se sentindo melhor, chegou em casa. Tudo bem com a nossa amiga", disse Camila.

"A gente jamais vai conseguir substituir aquele olho azul. Melhoras, minha amiga", completou Daniela. O F5 procurou Leilane Neubarth, mas a apresentadora não respondeu até a última atualização desta reportagem.

COM: FOLHA