Estevão
Willian é o atleta mais jovem no Brasil a assinar contrato com a Nike e tem
despertado interesse de vários clubes brasileiros; diretoria celeste vê no
jogador um futuro promissor
Recentemente, ele superou um feito alcançado por Neymar, aos 13, e Rodrygo, aos 11 (atualmente no profissional Santos): conseguiu um contrato de patrocínio com a fornecedora de material esportivo Nike. |
Estevão Willian tem apenas 10 anos, mas já vem chamando a atenção nas categorias de base do Cruzeiro. “Novo” Neymar, Ronaldinho, Ronaldo, são alguns dos apelidos dados ao pequeno, que demonstra muita qualidade e ousadia com a bola nos pés. E não é apenas o clube celeste que sabe do talento que ele tem. Recentemente, ele superou um feito alcançado por Neymar, aos 13, e Rodrygo, aos 11 (atualmente no profissional Santos): conseguiu um contrato de patrocínio com a fornecedora de material esportivo Nike.
Tudo começou em
2015, quando seu pai, Ivo Gonçalves, saiu de Franca, para apresentar o garoto
ao Cruzeiro. O motivo da escolha pelo clube mineiro foi a indicação de um
empresário de Belo Horizonte, que assistiu aos jogos da criança em São Paulo e
gostou muito do que viu. Foi preciso apenas um DVD e poucos minutos em campo
para Carlos Alberto Lins de Faria, conhecido como Bebeto, se encantar. Ele
trabalha há 14 anos nas categorias infantis do clube celeste e foi o primeiro
treinador de Estevão na Raposa.
– Ele chegou com o
pai dele em Belo Horizonte, me procurou no Cruzeiro com um DVD caseiro, veio
junto com um amigo. Eu assisti na hora e gostei muito. Aí eu disse: “Agora, o
próximo passo é a gente trazer ele (Estevão) aqui”. Já tínhamos a categoria
dele, na época era o sub-9. Coincidentemente, eu era o treinador da categoria.
Ele fez a avaliação e foi muito acima dos meninos. Ele chegou no sub-9, mas já
treinava com o sub-10. Ele começou a se desenvolver demais e a aparecer muito –
afirmou Bebeto.
Excursões para
torneios fora de BH se tornaram comuns na vida de Estevão e, consequentemente,
o assédio de clubes brasileiros aumentou. Para Bebeto, agora ex-treinador do
garoto, o menino é o jogador mais talentoso com quem trabalhou. Ele atua como
meia, é canhoto, e veste, geralmente, a camisa 10 no Cruzeiro.
– Fomos para a Go
Cup (em 2016, em Goiás), com a categoria sub-10, e ele se destacou demais. O
Brasil inteiro começou a procurá-lo: Santos, Vasco, Botafogo, Flamengo. Todos
que estavam lá começaram a assediar ele. Voltamos para Belo Horizonte, eu falei
com o pai dele que iria reunir com o pessoal da categoria de base e ia passar a
situação para eles. Fui na Toca, me reuni com a diretoria e falei que o menino
era muito acima da média. Estou com 14 anos de Cruzeiro. Dos que passaram por
mim, esse menino é o mais diferente. Ele é um menino com um potencial de ser um
futuro jogador profissional a nivel de Ronaldinho, Ronaldo, Neymar. Paralelo a
isso, levei ele para o futsal. No futsal… ele sobrou muito. Já viu aqueles
vídeos do Neymar? Do Ronaldinho? Quando eles eram criança? Estevão é isso aí.
Daquele jeito. Pega a bola no meio de campo, dribla o time todo e faz o gol.
Ivo Gonçalves, pai
de Estevão, é pastor e precisou se transferir de igreja para morar em BH, em
2015, com a esposa Hetiene e a filha, na época ainda de colo, Ester. O início
na capital mineira não foi fácil, mas eles contaram com ajuda de algumas
pessoas e também dos agentes do jogador, Fernando Morais e Edna Pimenta. O
desejo dos clubes do Brasil de contar com o futebol do jovem de 10 anos também
chega a Ivo.
– Ligam sempre para
a gente. Principalmente, para mim, que sou o pai. Recebo telefonema todos os
dias praticamente de clubes procurando, interessados. A maneira de lidar com
isso é deixar o Estevão jogar futebol. Blindamos muito ele nessa questão.
Deixamos ele sempre à vontade para jogar futebol. A questão extra-campo, nós
procuramos resolver a gente mesmo. Às vezes, (Estevão) fica sabendo. O acesso é
muito grande. Então, às vezes, acaba vazando alguma coisa. Mas, procuramos
administrar bem essa questão na vida dele
Hudson Júnior,
representante da Nike em Minas, comenta o motivo de a fornecedora de material
esportivo investir no jogador e confirmou que o garoto é o mais novo a assinar
um contrato com a empresa.
– A gente monitora
todos os atletas do Brasil. Tentamos pegar os melhores. O Estevão passou por
esse processo de monitoramento. Ele chamou muito a atenção, porque é um menino
muito novo e joga numa categoria acima. Chama muito atenção, e achamos, por
bem, já fechar um contrato com ele.
Por: Italo Ivo/otos:
Asscom/CEC