Novo superintendente da Federal em Minas, delegado Rodrigo de Melo Teixeira estabelece como prioridade afinar atuação com Exército e demais forças de segurança no combate ao 'novo cangaço'
Investidas
ousadas de organizações criminosas que têm causado pânico entre mineiros em
violentos ataques a bancos e outras instituições financeiras entram na mira da
Polícia Federal como uma das prioridades. O novo superintendente da corporação
em Minas, delegado Rodrigo de Melo Teixeira, estabelece como um dos desafios de
sua gestão intensificar a guerra às quadrilhas. Integrantes de uma ofensiva que
se tornou conhecida como “novo cangaço”, os assaltantes vêm espalhando terror
em cidades do interior, especialmente aquelas com pequeno efetivo policial, em
alguns casos inclusive com sequestro de familiares de bancários. Para o
combate, o novo chefe da PF em Minas anuncia que reuniões para tratar do
assunto devem ser marcadas já a partir da próxima semana, com forças de
segurança estaduais e integrantes do Exército.
SAIBA MAIS
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A necessidade de dar prioridade ao
combate a esse tipo de crime foi novamente reforçada por duas ocorrências no
estado, entre a tarde de quarta-feira e a madrugada de ontem. Em um primeiro
ataque, anteontem, uma quadrilha rendeu parentes de um gerente bancário em
Caeté, na Região Metropolitana de BH, na tentativa de assaltar a instituição
financeira. Já em Rio Paranaíba, na Região do Alto Paranaíba, o ataque foi mais
violento e terminou em confronto entre criminosos fortemente armados e a
Polícia Militar. O tiroteio durou aproximadamente 50 minutos, mas não impediu
que o bando fugisse com o dinheiro de duas agências bancárias, montante que
seria usado principalmente para pagar servidores públicos.
A aposta do delegado Rodrigo Teixeira é atacar esse tipo de crime com troca de informações entre polícias e inclusive integrantes das Forças Armadas. “Uma das prioridades neste início de trabalho é uma atuação forte com as forças de segurança estadual, como polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros, e inclusive o Exército, contra essa criminalidade chamada de cangaço moderno”, afirmou. Outra prioridade da PF, segundo o superintendente, será o combate à corrupção.
FORTALECIMENTO O delegado anuncia que começará a ter contato pessoal com representantes de cada corporação a partir da próxima semana, com a proposta de alinhar ações. “A ideia é a gestão compartilhada. Aquilo que cada instituição tem obrigação de fazer será feito com apoio das outras. A sinergia é muito importante, com cada um na sua área, com sua expertise no segmento”, afirma. “Já existe um trabalho nesse sentido. Nossa intenção é fortalecer esse tipo de combate”, completa.
O estado já mantém uma força-tarefa e um protocolo de ação para combater crimes do tipo. Entre 2016 e 2017, segundo dados do setor de segurança pública, houve redução de 31% no número de casos. Foram 149 ocorrências no ano passado, contra 216 roubos a bancos e explosões de caixas nos 12 meses anteriores. Mesmo assim, os ataques continuam aterrorizando cidades do interior do estado, com investidas que chamam a atenção pela escalada da violência.
Diante disso, em 10 de janeiro a Polícia Civil criou a Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Roubo a Banco. Uma das estratégias é formar atiradores de elite para atuar em ações de combate aos arrombamentos de bancos e caixas eletrônicos. A nova unidade terá ainda viaturas, inclusive descaracterizadas, e armamento mais pesado. Porém, para que os planos surtam efeito ainda é aguardada a assinatura da resolução que oficializa o novo braço da Polícia Civil, que funcionará no prédio do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).
AFRONTA A sucessão de ataques das organizações criminosas indica que os esforços já empenhados são insuficientes para fazer frente à ousadia dos assaltantes. Somente nos primeiros 32 dias deste ano, pelo menos seis ações foram registradas em território mineiro, segundo levantamento feito pelo Estado de Minas. A última delas ocorreu na madrugada de ontem, quando ladrões fortemente armados explodiram os cofres de duas agências bancárias em Rio Paranaíba, na Região do Alto Paranaíba. Dezenas de tiros foram disparados, assustando os moradores.
De acordo com a Polícia Militar, o grupo chegou à cidade por volta de 1h20, em duas caminhonetes e um Gol. O comboio passou em frente ao quartel local com os ocupantes usando toucas ninja. Os policiais foram acionados e encontraram o bando já posicionado para atacar a Caixa Econômica Federal, no Bairro São Francisco. Lá, os militares foram recebidos a tiros de fuzil calibre 556 e de espingarda calibre 12. “Assaltantes ficaram nas esquinas vigiando os bancos e a polícia não fez nada, e nem pôde fazer, porque era bala para todo lado”, disse um morador vizinho à agência, que preferiu não se identificar.
A aposta do delegado Rodrigo Teixeira é atacar esse tipo de crime com troca de informações entre polícias e inclusive integrantes das Forças Armadas. “Uma das prioridades neste início de trabalho é uma atuação forte com as forças de segurança estadual, como polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros, e inclusive o Exército, contra essa criminalidade chamada de cangaço moderno”, afirmou. Outra prioridade da PF, segundo o superintendente, será o combate à corrupção.
FORTALECIMENTO O delegado anuncia que começará a ter contato pessoal com representantes de cada corporação a partir da próxima semana, com a proposta de alinhar ações. “A ideia é a gestão compartilhada. Aquilo que cada instituição tem obrigação de fazer será feito com apoio das outras. A sinergia é muito importante, com cada um na sua área, com sua expertise no segmento”, afirma. “Já existe um trabalho nesse sentido. Nossa intenção é fortalecer esse tipo de combate”, completa.
O estado já mantém uma força-tarefa e um protocolo de ação para combater crimes do tipo. Entre 2016 e 2017, segundo dados do setor de segurança pública, houve redução de 31% no número de casos. Foram 149 ocorrências no ano passado, contra 216 roubos a bancos e explosões de caixas nos 12 meses anteriores. Mesmo assim, os ataques continuam aterrorizando cidades do interior do estado, com investidas que chamam a atenção pela escalada da violência.
Diante disso, em 10 de janeiro a Polícia Civil criou a Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Roubo a Banco. Uma das estratégias é formar atiradores de elite para atuar em ações de combate aos arrombamentos de bancos e caixas eletrônicos. A nova unidade terá ainda viaturas, inclusive descaracterizadas, e armamento mais pesado. Porém, para que os planos surtam efeito ainda é aguardada a assinatura da resolução que oficializa o novo braço da Polícia Civil, que funcionará no prédio do Departamento de Operações Especiais (Deoesp).
AFRONTA A sucessão de ataques das organizações criminosas indica que os esforços já empenhados são insuficientes para fazer frente à ousadia dos assaltantes. Somente nos primeiros 32 dias deste ano, pelo menos seis ações foram registradas em território mineiro, segundo levantamento feito pelo Estado de Minas. A última delas ocorreu na madrugada de ontem, quando ladrões fortemente armados explodiram os cofres de duas agências bancárias em Rio Paranaíba, na Região do Alto Paranaíba. Dezenas de tiros foram disparados, assustando os moradores.
De acordo com a Polícia Militar, o grupo chegou à cidade por volta de 1h20, em duas caminhonetes e um Gol. O comboio passou em frente ao quartel local com os ocupantes usando toucas ninja. Os policiais foram acionados e encontraram o bando já posicionado para atacar a Caixa Econômica Federal, no Bairro São Francisco. Lá, os militares foram recebidos a tiros de fuzil calibre 556 e de espingarda calibre 12. “Assaltantes ficaram nas esquinas vigiando os bancos e a polícia não fez nada, e nem pôde fazer, porque era bala para todo lado”, disse um morador vizinho à agência, que preferiu não se identificar.
Sob a cobertura de
comparsas que mantinham à bala policiais afastados, ladrões colocaram
explosivos dentro da agência e conseguiram explodir o cofre. De acordo com a
PM, todo o dinheiro que estava no compartimento foi furtado. Antes de deixar a
cidade, a quadrilha ainda foi ao Banco Bradesco, na mesma rua, onde também
explodiu a caixa-forte. Segundo a PM, os dois bancos haviam sido abastecidos
com dinheiro anteontem, principalmente para pagamento de funcionários públicos
do município. A quadrilha fugiu pela MG-230 e nenhum suspeito de ter integrado
a ação foi detido.
SEQUESTRO Já em Caeté, na Região Metropolitana de BH, familiares de um gerente de banco viveram horas de terror nas mãos de integrantes de outra quadrilha. Criminosos armados invadiram a casa onde o bancário mora, no Bairro Paineiras, e renderam os moradores. Em um momento de descuido, uma das vítimas conseguiu fugir e pedir socorro em uma companhia da polícia. Viaturas cercaram o local, mas o bando conseguiu escapar levando o irmão e a cunhada do gerente como reféns. Durante rastreamento, o veículo foi interceptado em uma estrada no Morro do Serrote. Alguns criminosos foram presos em um matagal. Mais tarde, o restante do grupo foi encontrado. Ao todo, cinco homens foram detidos pelo crime. Nenhuma vítima ficou ferida.
(foto: Elza Fiúza/Agência Brasil/Divulgação) |
O perfil do superintendente
O delegado Rodrigo de Melo Teixeira foi empossado na última terça-feira no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mineiro de Barbacena, ele iniciou a trajetória na Polícia Federal em 1999. Chefiou a Delegacia de Repressão ao Tráfico de Entorpecentes em Tocantins e a Delegacia de Polícia de Imigração em Minas Gerais e exerceu a função de corregedor e de delegado regional executivo em Minas, além de ter trabalhado no Núcleo de Combate a Crimes Financeiros. Também no estado, foi secretário-adjunto de Defesa Social e presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente. Exerceu ainda a função de diretor da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF-MG) por dois mandatos. Atualmente, é diretor nacional de Prerrogativas da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).
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