Aquisição destas medicações entre
homens praticamente dobrou nos primeiros sete meses deste ano e aumentou
quatro vezes entre pessoas acima de 59 anos.
A busca por
bem-estar emocional tem se tornado mais comum na vida dos brasileiros.
Além das mudanças de hábitos, dados da epharma apontam que o consumo de
medicamentos para tratar a saúde mental aumentou 73% na soma
entre janeiro e julho deste ano, comparado ao mesmo período do ano
passado.
“Esses dados de nossos planos de
medicamentos revelam que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com
seu bem-estar e buscando tratamento, como evidenciado pelo aumento de
83% no número de usuários atendidos em nossos
planos de benefícios para cuidar da saúde mental no mesmo período”,
explica a farmacêutica Bruna De Vivo, Diretora de marketing e produtos
da epharma.
As classes terapêuticas mais consumidas
foram antidepressivos, hipnóticos sedativos, antipsicóticos e
estabilizantes do humor. "Para o tratamento, é imprescindível procurar a
orientação dos especialistas, pois são eles
os profissionais capacitados para guiar os pacientes nessa jornada rumo
ao reequilíbrio", acrescenta.
O aumento nas vendas destes medicamentos
reflete uma realidade que precisa ser discutida de forma mais ampla. O
número de homens que comprou medicações relacionadas à saúde mental
praticamente dobrou (+94%) na comparação
anual, enquanto o número de mulheres subiu 65%, conforme o levantamento
da empresa.
De acordo com a epharma, algumas regiões do país tiveram um aumento acima da média no consumo de medicamentos neste segmento. O crescimento foi de 185% no Nordeste e 140% no Centro-Oeste, na comparação anual. Com relação às faixas etárias, o aumento também foi expressivo:
- 39 a 43 anos = 99%
- 54 a 58 anos = 107%
- Acima de 59 anos = 311%
Conscientização e diálogo
O Brasil enfrenta desafios significativos
em relação à saúde psicológica, especialmente após a pandemia de
covid-19, levando muitas pessoas a procurarem ajuda com psicólogos,
psiquiatras ou grupos de apoio. Mesmo assim,
segundo Ana Paula Ribeiro Hirakawa, psicóloga do CEJAM - Centro de
Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, muitas pessoas ainda não sabem
como obter acompanhamento para prevenir ou cuidar da saúde mental.
A especialista esclarece que atualmente
há mais discussões sobre o sofrimento psíquico, embora ainda haja
confusão entre depressão, sintomas depressivos, ansiedade e outras
patologias. "O que antes era visto como algo
prejudicial e malvisto, hoje é mais compreendido", observa.
Neste cenário, o Setembro Amarelo é
importante para conscientizar as pessoas sobre a importância do diálogo
sobre saúde mental e valorização da vida. “Cuidar do bem-estar
psicológico é tão importante quanto cuidar
da saúde física. Refletir sobre o seu dia, os momentos de lazer, se eles
estão realmente sendo para isso, como está seu nível de cansaço e
disposição, seu humor e as alterações de humor que estão ocorrendo.
Promover momentos de prazer em sua
vida é importante, é preciso entender o que você está sentindo e sempre
buscar ajuda com um profissional de saúde, quando necessário", recomenda
a psicóloga.