sexta-feira, 15 de setembro de 2023

CONSUMO DE MEDICAMENTOS PARA TRATAR SAÚDE MENTAL AUMENTA MAIS DE 70% ENTRE BRASILEIROS

O uso excessivo de remédios barbitúricos leva à dependência


Aquisição destas medicações entre homens praticamente dobrou nos primeiros sete meses deste ano e aumentou quatro vezes entre pessoas acima de 59 anos.

 A busca por bem-estar emocional tem se tornado mais comum na vida dos brasileiros. Além das mudanças de hábitos, dados da epharma apontam que o consumo de medicamentos para tratar a saúde mental aumentou 73% na soma entre janeiro e julho deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado.
  “Esses dados de nossos planos de medicamentos revelam que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com seu bem-estar e buscando tratamento, como evidenciado pelo aumento de 83% no número de usuários atendidos em nossos planos de benefícios para cuidar da saúde mental no mesmo período”, explica a farmacêutica Bruna De Vivo, Diretora de marketing e produtos da epharma.


As classes terapêuticas mais consumidas foram antidepressivos, hipnóticos sedativos, antipsicóticos e estabilizantes do humor. "Para o tratamento, é imprescindível procurar a orientação dos especialistas, pois são eles os profissionais capacitados para guiar os pacientes nessa jornada rumo ao reequilíbrio", acrescenta.
 

O aumento nas vendas destes medicamentos reflete uma realidade que precisa ser discutida de forma mais ampla. O número de homens que comprou medicações relacionadas à saúde mental praticamente dobrou (+94%) na comparação anual, enquanto o número de mulheres subiu 65%, conforme o levantamento da empresa.
 

De acordo com a epharma, algumas regiões do país tiveram um aumento acima da média no consumo de medicamentos neste segmento. O crescimento foi de 185% no Nordeste e 140% no Centro-Oeste, na comparação anual. Com relação às faixas etárias, o aumento também foi expressivo:

  • 39 a 43 anos = 99%
  • 54 a 58 anos = 107%
  • Acima de 59 anos = 311%

 

Conscientização e diálogo
 

O Brasil enfrenta desafios significativos em relação à saúde psicológica, especialmente após a pandemia de covid-19, levando muitas pessoas a procurarem ajuda com psicólogos, psiquiatras ou grupos de apoio. Mesmo assim, segundo Ana Paula Ribeiro Hirakawa, psicóloga do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, muitas pessoas ainda não sabem como obter acompanhamento para prevenir ou cuidar da saúde mental.
 

A especialista esclarece que atualmente há mais discussões sobre o sofrimento psíquico, embora ainda haja confusão entre depressão, sintomas depressivos, ansiedade e outras patologias. "O que antes era visto como algo prejudicial e malvisto, hoje é mais compreendido", observa.
 

Neste cenário, o Setembro Amarelo é importante para conscientizar as pessoas sobre a importância do diálogo sobre saúde mental e valorização da vida. “Cuidar do bem-estar psicológico é tão importante quanto cuidar da saúde física. Refletir sobre o seu dia, os momentos de lazer, se eles estão realmente sendo para isso, como está seu nível de cansaço e disposição, seu humor e as alterações de humor que estão ocorrendo. Promover momentos de prazer em sua vida é importante, é preciso entender o que você está sentindo e sempre buscar ajuda com um profissional de saúde, quando necessário", recomenda a psicóloga.