Responsável pelo calor acima da média este ano, o fenômeno El Niño influencia o clima no hemisfério desde junho, deve chegar ao pico por volta de dezembro e vai continuar causando ondas de calor extremo até abril do ano que vem, no outono, preveem especialistas.
Ao longo do segundo semestre deste ano, o fenômeno alterou o clima no Brasil e ajudou a causar desastres em algumas regiões, como a Sul, onde os temporais deixaram ao menos nove mortos só neste mês.
Especialistas alertam que o Brasil deve experimentar condições climáticas anômalas até o outono de 2024. Uma das maiores preocupações é com o aumento na temperatura. A inquietação ocorre porque os últimos quatros meses foram os mais quentes desde 1962, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Andrea Ramos, meteorologista do Instituto, explica que o consenso entre Inmet, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) é de que no próximo trimestre haja temperaturas acima da média e pouca chuva no Norte e no Nordeste.
“A previsão é de que tenhamos altas temperaturas, principalmente no Norte do Amazonas e do Pará”, explicou. O Centro-Oeste e parte do Sudeste, porém, também devem ser atingidos pelo calorão.
De acordo com o Inmet, as maiores temperaturas serão registradas na faixa que envolve Roraima, norte do Amazonas, noroeste do Pará e também na faixa nordeste, que engloba Maranhão, Piauí, Ceará. No Centro-Oeste, isso ocorrerá no sudeste de Mato Grosso e noroeste de Mato Grosso do Sul.
As temperaturas médias devem ficar mais elevadas em praticamente todo o país, com exceção da Região Sul, entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina e leste do Paraná.
Apesar de estar no período chuvoso, o Amazonas — maior estado da Região Norte — passa por um cenário de seca intensa. Um dos fatores de preocupação com esse panorama é o nível de água do Rio Negro. Um dos principais afluentes do Amazonas, o rio chegou ao pior nível nos últimos 121 anos e alcançou a marca de 12,7m. Segundo a Defesa Civil do estado, todos os 62 municípios ficaram em situação de emergência.
O El Niño ocorre a cada dois ou sete anos e é caracterizado pelo aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Ele tende a influenciar diretamente as condições climáticas em diferentes partes do globo. Em condições normais, variações acima de 0.5ºC na temperatura global são consideradas um prelúdio do fenômeno.
Com informações do Metrópoles
Fonte: Portal Grande Ponto