Em fevereiro, a inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo), apresentou uma aceleração, atingindo
0,83%, conforme os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística) nesta terça-feira (12).
Esse índice superou a mediana das projeções levantadas pela
Bloomberg, que apontava para uma inflação de 0,79%, conforme o consenso
do mercado. Comparativamente, em janeiro, o IPCA havia registrado um
aumento de 0,42%. Naquele mês, os preços ao consumidor surpreenderam,
impulsionados pela elevação dos alimentos e bebidas, influenciados pelos
efeitos do fenômeno climático El Niño.
Com o novo resultado de fevereiro, a inflação brasileira acumulou uma
elevação de 4,5% nos últimos 12 meses, ultrapassando os 4,44%
projetados pelo mercado.
Do total de 9 grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, 7
apresentaram alta em fevereiro. A educação teve a maior variação,
atingindo 4,98%, contribuindo com o maior impacto no índice total,
equivalente a 0,29 ponto percentual.
Dentro do segmento educacional, os cursos regulares foram os
principais responsáveis pela alta, devido aos reajustes sazonais no
início do ano letivo. Destaque para o ensino médio, com aumento de
8,51%, seguido do ensino fundamental (8,24%), pré-escola (8,05%) e
creche (6,03%). Cursos técnicos, ensino superior e pós-graduação também
registraram elevações.
Alimentação e bebidas continuaram a ser destaque no IPCA de
fevereiro, com um aumento de 0,95%, embora tenha desacelerado em relação
ao mês anterior, quando registrou alta de 1,38%.
Os alimentos no domicílio apresentaram um acréscimo de 1,12% em
fevereiro, destacando-se as altas da cebola (7,37%), batata-inglesa
(6,79%), frutas (3,74%), arroz (3,69%) e leite longa vida (3,49%).
No grupo de transportes, observou-se uma contribuição significativa
para o resultado, com uma elevação de 0,72%, após a queda de 0,65% em
janeiro. Todos os combustíveis pesquisados pelo IBGE tiveram alta em
fevereiro. O subitem táxi apresentou um aumento de 0,64%, devido aos
reajustes da categoria em alguns estados. Passagens aéreas, por sua vez,
registraram mais uma vez uma queda de preços, após recuarem 15,22% em
janeiro.
Para o ano em curso, o centro da meta de inflação perseguida pelo BC
(Banco Central) em suas decisões de juros é de 3%, com uma tolerância de
1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Dessa forma, a meta será
considerada cumprida se o IPCA se situar no intervalo de 1,5% (piso) a
4,5% (teto).
Segundo a última edição do boletim Focus do Banco Central, que reúne
projeções de especialistas para os principais indicadores da economia
brasileira, a previsão é de que o IPCA encerre 2024 em 3,76%, ficando
abaixo do teto da meta.
Com informações da Folha de SP