Técnico interino Thiago Larghi foi o único poupado pelos manifestantes
Cerca de 50 torcedores
do Atlético, a maioria integrantes da organizada GDR Alvinegra, protestaram
nesta terça-feira, em frente à sede do clube, no bairro de Lourdes, em Belo
Horizonte, contra o presidente Sérgio Sette Câmara, o diretor de futebol
Alexandre Gallo, o Conselho Deliberativo e alguns jogadores, especialmente o
volante Elias e os meias Cazares e Luan. A manifestação teve como motivação as
eliminações prematuras nas Copas Sul-Americana e do Brasil e a queda de
rendimento recente no Campeonato Brasileiro. O time chegou a liderar a
competição na sexta rodada, após superar o rival Cruzeiro, mas ocupa atualmente
o 10º lugar. Já são três partidas sem vencer, com duas derrotas e um empate.
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Organizado pela internet, o protesto
chegou a ter adesão de outras torcidas do Atlético, mas a única a comparecer
foi a GDR Alvinegra (Garra, Determinação e Respeito). “Estamos presentes no
clube para exigir uma explicação do presidente. Presidente, deixa de ser
omisso. Apresente e explique pra nós a situação atual do clube. Você
menosprezou dois campeonatos, a Copa Sul-Americana e a Copa do Brasil, falando
que ia valorizar o Brasileiro. Mas nós estamos no meio da tabela. O que você
vai fazer? Cadê o time para disputar o Campeonato Brasileiro”, cobrou Santiago,
diretor e fundador da organizada.
Santiago não soube explicar o motivo da
ausência de outras torcidas organizadas do Atlético no movimento. “Porque só a
GDR veio hoje, eu não sei e também não quero saber. Acho que a obrigação do
torcedor é apoiar e a cobrar quando necessário. No momento, está sendo
necessário cobrar. E nós vamos cobrar, independentemente de qualquer torcida.
Nossa voz ninguém vai calar não”, acrescentou.
Vários dos cânticos foram dirigidos ao
presidente Sérgio Sette Câmara. Alguns o comparavam a Ziza Valadares, que foi
diretor de futebol durante a disputa da Série B, em 2006, e comandou o Atlético
entre 2007 e 2008. "Sette Câmara, vai se f.., tiramos o Ziza e vamos tirar
você”, "Presidente, seu vacilão, cadê o time que vai ganhar o
Brasileirão"; "O presidente, seu vacilão, bota a cara para me dar
explicação". Esses foram alguns gritos entoados na sede de Lourdes contra o
atual mandatário, que chegou a afirmar que o time estaria entre os três
primeiros até a parada da Copa do Mundo. O título nacional, inclusive, é a
grande pretensão da gestão de Câmara neste primeiro ano de mandato.
Outro alvo da manifestação foi o diretor
de futebol Alexandre Gallo. Ao se referir a ele, os torcedores pronunciavam
apenas o primeiro nome, segundo eles, em respeito ao Galo, mascote do clube.
“Alexandre otário, o nosso Galo não é time de empresário”. Faixas expostas
diante da sala de troféus do clube pediam a saída do dirigente: “Fora Alexandre
Gallo”. “Diretoria, quando é que os reforços de verdade chegarão?”, indagava
outra.
O time também recebeu duras críticas. O
único poupado foi o técnico interino Thiago Larghi. De acordo com os
organizadores do protesto, ele não tem culpa pelos insucessos na temporada, que
incluem a perda do Campeonato Mineiro para o Cruzeiro.
"Acabou a caô, ou joga por amor ou
joga por terror". "Time pipoqueiro, deixa de farra pra ganhar o
Brasileiro". “Vergonha, vergonha, vergonha, time sem vergonha".
"Time fdp, só quer dinheiro, cerveja e prostituta". Esses foram
alguns dizeres dirigidos ao elenco.
Alguns jogadores, em especial, foram
mais atacados no protestos, casos do volante Elias, do meia Luan e do meia
equatoriano Cazares: "Ah que bom será, se o Elias voltar para os
gambá". "Cazares, vai se ferrar, vai jogar bola e pare de
...".
Considerado um dos ídolos da torcida,
Luan foi atacado por fazer críticas públicas ao técnico Thiago Larghi pela
imprensa após o empate com a Chapecoense, por 3 a 3, no Independência. “Ei,
você aí, avisa ao Luan para parar se mimimi".
Ao fim do protesto, os torcedores
entregaram a Aloísio Sperman, chefe de segurança do Atlético, uma lista de
sugestões e reivindicações. Entre elas, foi pedida uma reunião com o presidente
Sérgio Sette Câmara.
Um dos pedidos dos torcedores é para que o clube volte a mandar seus jogos no Mineirão, não mais no Independência.
Um dos pedidos dos torcedores é para que o clube volte a mandar seus jogos no Mineirão, não mais no Independência.
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