As blitze da Lei Seca
passarão a pesquisar o uso de outras drogas no trânsito, além do álcool.
Depois
do bafômetro, chegou a vez do “drogômetro”.
Vinculada ao Ministério da Justiça, de Sergio Moro, a
Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad) pretende implementar
ainda neste ano no país o uso de um aparelho para identificar o uso de drogas
por parte de motoristas. O dispositivo funciona de forma parecida com o
bafômetro, que identifica a presença de álcool no organismo, e tem o objetivo
de prevenir acidentes de trânsito. Segundo o secretário do pasta, Luiz Roberto
Beggiora, um cronograma de trabalho para implementação deve sair nos próximos
30 dias.
Esse tipo de aparelho, usado há alguns anos em países como EUA e França, é capaz de detectar o uso de drogas como maconha e cocaína a partir de amostras de saliva.
Esse tipo de aparelho, usado há alguns anos em países como EUA e França, é capaz de detectar o uso de drogas como maconha e cocaína a partir de amostras de saliva.
No Brasil, foi usado pela primeira vez,
experimentalmente, no carnaval em São Paulo. Quando ele dá um resultado
positivo, um médico realiza um teste clínico — baseado na observação — para
confirmar se o motorista está mesmo “sob efeito”.
O Código de Trânsito diz que é proibido dirigir sob o efeito de “álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”. Faz sentido: “Qualquer substância psicoativa pode aumentar o risco de acidentes”, diz a toxicologista da USP Vila Leyton, autora de vários estudos sobre drogas e trânsito.
Mas o uso do drogômetro e o modo de usá-lo não são consenso entre os peritos brasileiros. “Questiono a questão ética da aplicação destes testes no local da abordagem. Defendo algo mais discreto”, diz Renata Limberger, toxicologista da UFRGS. “As amostras deveriam ser coletadas e encaminhadas para o laboratório para, então, proceder as análises toxicológicas”.
Fonte: CB/IO