A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (21), a segunda fase de operação que investiga suposto desvio de recurso público do município de Elói Mendes, no Sul de Minas, durante os anos de 2016 a 2018, envolvendo compras de peças automotivas fantasmas.
O prejuízo aos cofres públicos chega a R$ 250 mil.
Os policiais estiveram em residências de empresários e nas sedes de quatro das oito empresas envolvidas no esquema, em Varginha. Nesses locais, foram apreendidos computadores, telefones celulares, documentos (incluindo notas fiscais) e veículos. Além disso, foi efetuada a prisão de uma servidora municipal, que atuava como assistente administrativo e estabelecia o vínculo entre a prefeitura e donos das autopeças.
"Uma grande questão dessa articulação é a participação dessa servidora: ela era uma pessoa que, a princípio, não tinha tanto poder na gestão municipal, mas ela estava à frente da compra de peças, ficando entre o mecânico e o secretário (de obras)", explicou o Chefe do 6º Departamento da Polícia Civil de Lavras, na mesma região, delegado Pedro Uchoa.
De acordo com ele, a investigação continua, já que existe a possibilidade de que outros lojistas tenham participado das fraudes. Na próxima semana, outros investigados serão ouvidos.
O esquema
As investigações da operação "Trem Fantasma" tiveram início em setembro do ano passado após denúncia do Ministério Público estadual. Segundo a polícia, o esquema funcionava a partir da aquisição fraudulenta de peças no âmbito da Secretaria de Obras de Elói Mendes.
Ou seja, servidores municipais, em possível combinado com a iniciativa privada, desviavam recursos com a suposta premissa de que iriam comprar peças para veículos da frota municipal. No entanto, alguns desses carros, segundo a polícia, nem eram utilizados mais. Além disso, as peças compradas não eram recebidas.
A Prefeitura de Elói Mendes foi procurada pela reportagem e informou que irá se posicionar ainda nesta quarta-feira. De antemão, a administração municipal afirmou que tem interesse em elucidar a investigação, que ocorreu em gestão passada. A atual gestão tomou posse, extemporaneamente, há 15 dias.
A reportagem tenta localizar o secretário de obras de Elói Mendes no período citado, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação.