Audiência conjunta na ALMG quer explicações sobre volume reduzido em reservatório, apesar das chuvas.
O turismo náutico na região do Lago de Furnas e o baixo nível de água da represa, apesar das recentes chuvas no Estado, serão discutidos nesta segunda-feira (9/3/20), às 15h30, em audiência pública no Auditório José Alencar da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A reunião será realizada pela Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia, em conjunto com a Comissão de Minas e Energia.
Abrigando a Usina de Furnas, o lago atinge mais de 30 cidades das regiões Sul e Centro-Oeste de Minas. Para o deputado Gustavo Santana (PL), o lago não pode ser visto apenas como fornecedor de energia elétrica. “O reservatório envolve todo um setor turístico, que gera economia e desenvolvimento econômico da região, não deixando de mencionar sua relevância para a agricultura familiar, que necessita da utilização da água para sua subsistência”, afirma o parlamentar.
Um dos autores do requerimento da audiência, ele destaca que, em dezembro de 2019, o reservatório estava com apenas 12,2% da sua capacidade, nível que estaria afetando a vida de mais de meio milhão de pessoas em dezenas de municípios.
“As chuvas agora têm castigado Minas Gerais, deixando inúmeros municípios em estado de calamidade, e mesmo assim o nível de água de Furnas continua baixo.
Precisamos de explicações a respeito”, ressalta.
Também assinam o requerimento os deputados Professor Irineu (PSL), João Vítor Xavier (Cidadania), Professor Cleiton (PSB) e Mauro Tramonte (Republicanos).
"Furnas é uma das maiores atrações turísticas do Estado e não pode continuar como está", justifica João Vítor Xavier. "O lago tem importância estratégica para toda Minas Gerais. Ao todo, 34 municípios têm na represa parte considerável das suas economias, destacadamente pelo seu pontecial turístico.
Estamos falando do terceiro maior reservatório do País”, reforça Professor Irineu.
Mobilização - A situação em Furnas, conhecido como o Mar de Minas, vem motivando também reuniões em Brasília e foi tema, nos últimos dias, de audiência no Senado e no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
A população das cidades banhadas pelo lago também tem se mobilizado por meio da internet para cobrar explicações sobre o baixo volume da represa, diante de suspeitas de que a água estaria sendo desviada para outros estados. Há cerca de um mês, o grupo Todos por Furnas [Oficial] foi lançado no Facebook.
Entre os convidados para a reunião na ALMG, estão representantes da empresa Furnas Centrais Elétricas, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e do Ministério Público, além de entidades do setor turístico e de municípios da região.
POR: ASSIM/ALMG