Não há estudos conclusivos que
comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento do novo coronavírus.
Diante das notícias veiculadas
sobre medicamentos que contêm hidroxicloroquina
e cloroquina para o tratamento da Covid-19, a Anvisa esclarece que:
- esses medicamentos são
registrados pela Agência para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso,
doenças fotossensíveis e malária;
- apesar de promissores, não
existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o
tratamento da Covid-19. Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento,
para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção
à contaminação pelo novo coronavírus; e
- a automedicação pode
representar um grave risco à sua saúde.
Confira abaixo a reprodução
da nota técnica na íntegra.
Nota
Técnica sobre Cloroquina e Hidroxicloroquina
No contexto da atual pandemia
decorrente do novo Coronavírus, evidências científicas sobre o potencial uso da
Cloroquina e da Hidroxicloroquina no tratamento da doença estão sendo geradas e
publicadas.
No Brasil, existem tanto
medicamentos à base de Cloroquina como de Hidroxicloroquina registrados. As
indicações aprovadas para esses medicamentos são:
- afecções reumáticas e
dermatológicas (reumatismo e problemas de pele);
- artrite reumatoide (inflamação crônica das articulações);
- artrite reumatoide juvenil (em crianças);
- lúpus eritematoso sistêmico (doença multissistêmica);
- lúpus eritematoso discoide (lúpus eritematodo da pele);
- condições dermatológicas (problemas de pele) provocadas ou agravadas pela luz solar;
- Malária (doença causada por protozoários): tratamento das crises agudas e tratamento supressivo de malária por Plasmodium vivax, P. ovale, P. malariae e cepas (linhagens) sensíveis de P. falciparum (protozoários causadores de malária). Tratamento radical da malária provocada por cepas sensíveis de P. falciparum.
- artrite reumatoide (inflamação crônica das articulações);
- artrite reumatoide juvenil (em crianças);
- lúpus eritematoso sistêmico (doença multissistêmica);
- lúpus eritematoso discoide (lúpus eritematodo da pele);
- condições dermatológicas (problemas de pele) provocadas ou agravadas pela luz solar;
- Malária (doença causada por protozoários): tratamento das crises agudas e tratamento supressivo de malária por Plasmodium vivax, P. ovale, P. malariae e cepas (linhagens) sensíveis de P. falciparum (protozoários causadores de malária). Tratamento radical da malária provocada por cepas sensíveis de P. falciparum.
Um estudo in vitro desenvolvido
por pesquisadores chineses avaliou o efeito antiviral da hidroxicloroquina
contra o SARS-CoV-2 em comparação com a Cloroquina. Os pesquisadores afirmam
que a Hidroxicloroquina inibiu efetivamente a etapa de entrada do vírus na
célula assim como estágios celulares posteriores relacionados à infecção pelo
SARS-CoV-2. Esse efeito também foi observado com a Cloroquina. Os pesquisadores
também observaram que a Cloroquina e a Hidroxicloquina bloqueiam o transporte do SARS-CoV-2 entre organelas das células (endossomos e endolisossomos) o que parece ser a etapa determinante para a liberação do genoma viral nas células no caso do SARS-CoV-2 (1).
também observaram que a Cloroquina e a Hidroxicloquina bloqueiam o transporte do SARS-CoV-2 entre organelas das células (endossomos e endolisossomos) o que parece ser a etapa determinante para a liberação do genoma viral nas células no caso do SARS-CoV-2 (1).
Gautret et al. conduziram um
estudo clínico aberto não randomizado. Apesar de seu pequeno tamanho amostral
(foram 20 pacientes tratados), os autores afirmam que essa pesquisa mostra que
o tratamento com Hidroxicloroquina é significativamente associado à redução /
desaparecimento da carga viral em pacientes com COVID-19 e seu efeito é
reforçado pela Azitromicina (2).
De acordo com revisão
sistemática, há evidência pré-clínica da eficácia e evidência de segurança do
uso clínico de longa data para outras indicações, o que justifica a pesquisa
clínica com a Cloroquina em pacientes com COVID-19. A conclusão dessa revisão
foi que dados de segurança e dados de ensaios clínicos de maior qualidade são
urgentemente necessários (3).
A Anvisa reforça que, para a
inclusão de indicações terapêuticas novas em medicamentos, é necessário
conduzir estudos clínicos em uma amostra representativa de seres humanos,
demonstrando a segurança e a eficácia para o uso pretendido.
Referências bibliográficas
1 - Liu, J., Cao, R., Xu, M. et
al. Hydroxychloroquine, a less toxic derivative of chloroquine, is effective in
inhibiting SARS-CoV-2 infection in vitro. Cell Discov 6, 16 (2020).
https://doi.org/10.1038/s41421-020-0156-0
2 - Gautret et al. (2020)
Hydroxychloroquine and azithromycin as a treatment of COVID19: results of an
open-label non-randomized clinical trial. International Journal of
Antimicrobial Agents – In Press 17 March 2020 – DOI :
10.1016/j.ijantimicag.2020.105949
3- Cortegiani A, Ingoglia G, Ippolito
M, Giarratano A, Einav S. A systematic review on the efficacy and safety of
chloroquine for the treatment of COVID-19. J Crit Care. 2020 Mar 10. pii:
S0883-9441(20)30390-7. doi:10.1016/j.jcrc.2020.03.005. [Epub ahead of print]
PubMed PMID: 32173110.
A Apsen farmacêutica também
publicou uma nota de esclarecimeto sobre o Reuquinol (hidroxicloroquina)