domingo, 17 de janeiro de 2021

QUEM É MAIS IGNORANTE? O APOCALÍPSE SEGUNDO JOÃO GORDO

 

Quem é mais ignorante, o ignorante ou quem discute com o ignorante?


O dia em que o Bozo apartou briga de João Gordo e Sérgio Malandro. 

Em entrevista ao canal de YouTube, Inconsciente Coletivo, o músico João Gordo, de 56 anos, casado, pai de 2 filhos; vocalista da banda “Ratos de Porão”, deu uma entrevista intitulada:

“Fascistas, negacionistas e pseudo-religiosos: o apocalipse segundo João Gordo”

Começa a entrevista dizendo que ele está cheio de ódio do sistema, dos bolsominions, dos crentes, ignorantes.

Veja alguns trechos da fala:

“Era mais legal o apocalipse com bomba atômica, guerra, zumbi. Mas apocalipse de bolsominion, de crente, de ignorância? 2018, 2019… A pandemia foi a cereja do bolo de merda”.

Tomei conhecimento da existência desse senhor ao assistir a sua entrevista neste referido canal. Portanto, tenho a oportunidade de formar os meus conceitos, sem pré-conceito.

Mantive a minha mente aberta e ouvi atentamente tudo o que disse. Apesar de considerar equivocado e delirante os vários pensamentos expostos, penso tratar-se de uma pessoa magoada e ferida pela sua própria história de vida, como a maioria esmagadora das pessoas que odeiam o Bolsonaro e não o aceitam como seu presidente.

“Não é que o mundo mudou. Ele ficou pior. Antigamente os fascistas, nazistas e racistas tinham medo de sair do armário, agora é legal ser assim”.

Acredita piamente que os bolsominions são pessoas ruins e que:

“O grande mal do Brasil é o próprio brasileiro. A corrupção é muito gigante, está no sangue de qualquer um. Tem que matar todo mundo, e nascer de novo”.

 

Quando fala em corrupção, associa ao governo atual, ignora o passado recente, e os desvios do dinheiro público destinado à pandemia. Cegueira seletiva.

Apesar disso, assume:

“Sempre fui desiludido, nunca curti muito ser brasileiro e morar no Brasil. Sempre achei uma bosta. O ruim daqui é o brasileiro, porque a terra é completamente abençoada”.

Essa fala merece destaque pelo motivo que representa o pensamento da maioria dos viventes da atualidade, há um mal estar coletivo, de descrença nas instituições, falta de fé no ser humano.

“Vou achar o que de um verme desse (sobre Bolsonaro)? Você vai falar que o cara merece levar um tiro na cabeça? Merecer, merece mesmo. Mas ninguém vai fazer isso, porque estamos no Brasil. Se a gente morasse no país basco, alguém já tinha feito alguma coisa, carro-bomba, sei lá. Mas aqui no Brasil ninguém faz nada. O pessoal só fica quebrando o pau nas redes sociais e mais nada. Vai demorar 10 ou 20 anos pra gente sair desse buraco que ele está nos colocando”.

Desejar a morte do presidente Bolsonaro é um fenômeno cada vez mais recorrente e preocupante. Jornalistas, artistas e políticos de oposição acreditam que com a morte do Bolsonaro, a paz volta a reinar no Brasil. Desconcertante a covardia dessa hipótese.

“A proposta é eugenista. Um genocídio consciente, uma proposta de ‘vamos deixar a doença se espalhar’. Tudo isso cheio de mentira, sabotando a parada, querendo enfiar remédio que não funciona”.

Pensamento delirante! Disseminaram essa ideia de genocida, e não há nada que se possa falar a respeito. Ninguém foi obrigado a tomar remédios. Entretanto, é fato que todas as intenções do governo federal visam salvar vidas, evitar um mal maior, como uma vacina que causa efeitos colaterais. A verdade por trás dos remédios é que poderiam sim salvar mais vidas, e assim, alavancar o governo rumo à recuperação econômica. Se os remédios oferecessem risco de morte, bastava deixar Bolsonaro distribuir em larga escala, e se tornar um verdadeiro genocida. Não acham? Por que precisaram proibir? Ah, não me diga que é para salvar vidas!

“A família cristã tradicional é o ápice da ignorância. Pessoal fascista, racista, burro e ignorante. Cara, acreditam ainda em Adão e Eva… é foda levar tudo ao pé da letra. Eles não agem de acordo com os preceitos de Jesus Cristo. Tudo ao contrário. Todas as merdas que eles fazem são em nome de Jesus. Eu uso símbolos satânicos, como pentagrama, culote preto, pra confrontar esse bando de fanáticos. O grande padrão desses pastores dessa dinheirama toda, é mais satânico que meus símbolos satânicos”.

O cerne do pensamento da extrema esquerda está contido no parágrafo acima. Para um ateu, Jesus Cristo é apenas uma invenção dos fanáticos. No entanto, a fé é um fenômeno biológico. Toda pessoa crê em algo. Ainda que a crença seja que Deus não exista. João Gordo acredita em satã. Sabe, no entanto, que satanismo não é tão bom, pois, diz: “O grande padrão desses pastores... é mais satânico que meus símbolos satânicos”.

“Os milicos não estão com nada. Como é que tem um bando de general bando de filho da puta, apoiando essa aventura bolsonarista? Com apoio da polícia, do exército, fodeu, ele não sai mais daqui”. “A cultura militar é fascista; hierarquia é fascista. A polícia tinha que acabar, e começar com outro tipo de polícia. Tinha que fazer faculdade pra virar polícia; não pegar qualquer zé mané e fazer um cursinho. Os caras viram tudo louco, preto racista”.

O pai de João Gordo era policial militar, muito rígido, repressivo e louco de tomar remédios, como ele próprio disse em outra entrevista. Admite inclusive, que a rebeldia foi uma forma de afronta ao pai repressivo. Encontrou na música barulhenta uma terapia e um meio de vida. Agora, o pesadelo de infância voltou, Bolsonaro faz lembrar (projeção) o papai repressor de outrora, e mais ainda, quando o meio de vida (músico), ficou comprometido por conta da pandemia.

“Fui viciado em cocaína, fumei crack, tive overdose de heroína, maços e maços de cigarro” diz.

Atualmente, o maior barato do João é odiar o sistema, o presidente e todos os seus eleitores. Chega ao ápice quando vê “bolsominions” morrendo de covid.

“O que eu ando gostando de ver é esses negacionistas morrendo de covid. É bem refrescante a parada”.

Apesar dos fortes e descabidas declarações, observo que o entrevistado em questão é uma verdadeira vítima de uma má formação do caráter esquerdista, que não recebeu o limite no tempo certo, não tolera frustração e tenta sobreviver por algum mecanismo de escape.

Vegetariano há 16 anos; vegano há 6, João Gordo vive hoje como um eremita, isolado em sua casa, por conta do medo da pandemia. Sua única fonte de alegria é oferecer marmitas veganas preparadas por sua esposa, para os necessitados, que segundo ele, está aumentando nas ruas de sua cidade. E procura canalizar seus instintos para algo mais útil.

" ...para ser punk para ele hoje em dia é combater o sistema fazendo solidariedade e ajudando as pessoas que o governo não ajuda."

Perguntado como serão as eleições no Brasil, responde:

“Tenho certeza de que em 2022 vai ter essas palhaçadas como aconteceu na invasão do Capitólio, nos Estados Unidos”.

Há uma narrativa de que a direita é violenta, louca, perigosa e primitiva. Usam o episódio dos EUA para provocar os brasileiros. Estão conseguindo dividir e disseminar o ódio dentro da própria direita, que ainda não sacou que o único e melhor método para vencer é a união. União faz a força.

A conclusão a que cheguei sobre esse artista, é que ele está desesperado, com medo, sem trabalho, envelhecendo sem saúde e ainda ameaçado por vírus que pode lhe tirar a vida.

Para ele é “refrescante” ver os “negacionistas” morrendo. O pai interno dele é mais rígido do que o pai real castrador. É digno de pena! Apenas.

O Brasil tem muitos Joãos e muitas Marias traumatizados(as) por suas vivências com figuras de convivência na família e na escola. O modelo de escola das últimas décadas, deu asas antes de dar raízes, por isso, a rebeldia e a indisciplina imperam.

Em cada adulto que esbraveja, xinga, esperneia, protesta nos diferentes ambientes e mídias sociais, há uma criança ferida, magoada, traumatizada, que não suporta a própria sombra, e projeta nos outros, a maldade que está dentro de si.

Necessitam da ilusão de que são bons e caridosos, para isso, escolhem causas ou pessoas que estão em condições inferiores, para que possam depender da sua ajuda e bondade. Não suportam iguais ou superiores. Não tem maturidade. Ficou fixado em alguma fase infantil que lhe predispõe à birra, à raiva e ao ódio. Um ódio projetivo, evocado pelos ferimentos de uma vida inteira, que agora, encontra na figura de Bolsonaro a personificação de todos os algozes da humanidade.

Nesse sentido, Bolsonaro presta um grande serviço, possibilitando aos mais resilientes, a oportunidade de ressignificar as suas próprias vivências com figuras de autoridade. Já os sequelados e imaturos, terão sempre a impressão de que alguém é responsável por suas dores. Geralmente esses indivíduos, cresceram como ervas daninhas que se alastram com fúria e rapidez e competem com a plantação produtiva, desconfiam da sua utilidade. Já os que foram vítimas de uma repressão abusiva e nociva podem ter um déficit na sua capacidade de sentir empatia e amor.

Por fim, há na sociedade atual, um déficit de confiança, de comunicação assertiva, de compaixão, e, sobretudo, de empatia, que se traduz na capacidade de se colocar no lugar do outro, em especial, dos que sofrem com a morte de seus entes queridos nesse cenário catastrófico de pandemia. Hora de parar com as disputas e picuinhas. Sejamos apenas seres humanos, tão somente humanizados... no melhor sentido da palavra.