Quem é mais ignorante, o ignorante ou quem discute com o ignorante?
O dia em que o Bozo apartou briga de João Gordo e Sérgio Malandro.
Em entrevista ao canal de YouTube, Inconsciente Coletivo, o músico João Gordo, de 56 anos, casado, pai de 2 filhos; vocalista da banda “Ratos de Porão”, deu uma entrevista intitulada:
“Fascistas,
negacionistas e pseudo-religiosos: o apocalipse segundo João Gordo”
Começa a
entrevista dizendo que ele está cheio de ódio do sistema, dos bolsominions, dos
crentes, ignorantes.
Veja alguns
trechos da fala:
“Era
mais legal o apocalipse com bomba atômica, guerra, zumbi. Mas apocalipse de
bolsominion, de crente, de ignorância? 2018, 2019… A pandemia foi a cereja do
bolo de merda”.
Tomei
conhecimento da existência desse senhor ao assistir a sua entrevista neste
referido canal. Portanto, tenho a oportunidade de formar os meus conceitos, sem
pré-conceito.
Mantive a
minha mente aberta e ouvi atentamente tudo o que disse. Apesar de considerar
equivocado e delirante os vários pensamentos expostos, penso tratar-se de uma
pessoa magoada e ferida pela sua própria história de vida, como a maioria
esmagadora das pessoas que odeiam o Bolsonaro e não o aceitam como seu
presidente.
“Não
é que o mundo mudou. Ele ficou pior. Antigamente os fascistas, nazistas e
racistas tinham medo de sair do armário, agora é legal ser assim”.
Acredita
piamente que os bolsominions são pessoas ruins e que:
“O
grande mal do Brasil é o próprio brasileiro. A corrupção é muito gigante, está
no sangue de qualquer um. Tem que matar todo mundo, e nascer de novo”.
Quando fala
em corrupção, associa ao governo atual, ignora o passado recente, e os desvios
do dinheiro público destinado à pandemia. Cegueira seletiva.
Apesar
disso, assume:
“Sempre
fui desiludido, nunca curti muito ser brasileiro e morar no Brasil. Sempre
achei uma bosta. O ruim daqui é o brasileiro, porque a terra é completamente
abençoada”.
Essa fala
merece destaque pelo motivo que representa o pensamento da maioria dos viventes
da atualidade, há um mal estar coletivo, de descrença nas instituições, falta
de fé no ser humano.
“Vou
achar o que de um verme desse (sobre Bolsonaro)? Você vai falar que o cara
merece levar um tiro na cabeça? Merecer, merece mesmo. Mas ninguém vai fazer
isso, porque estamos no Brasil. Se a gente morasse no país basco, alguém já
tinha feito alguma coisa, carro-bomba, sei lá. Mas aqui no Brasil ninguém faz
nada. O pessoal só fica quebrando o pau nas redes sociais e mais nada. Vai
demorar 10 ou 20 anos pra gente sair desse buraco que ele está nos colocando”.
Desejar a
morte do presidente Bolsonaro é um fenômeno cada vez mais recorrente e
preocupante. Jornalistas, artistas e políticos de oposição acreditam que com a
morte do Bolsonaro, a paz volta a reinar no Brasil. Desconcertante a covardia
dessa hipótese.
“A
proposta é eugenista. Um genocídio consciente, uma proposta de ‘vamos deixar a
doença se espalhar’. Tudo isso cheio de mentira, sabotando a parada, querendo
enfiar remédio que não funciona”.
Pensamento
delirante! Disseminaram essa ideia de genocida, e não há nada que se possa
falar a respeito. Ninguém foi obrigado a tomar remédios. Entretanto, é fato que
todas as intenções do governo federal visam salvar vidas, evitar um mal maior,
como uma vacina que causa efeitos colaterais. A verdade por trás dos remédios é
que poderiam sim salvar mais vidas, e assim, alavancar o governo rumo à
recuperação econômica. Se os remédios oferecessem risco de morte, bastava
deixar Bolsonaro distribuir em larga escala, e se tornar um verdadeiro
genocida. Não acham? Por que precisaram proibir? Ah, não me diga que é para
salvar vidas!
“A
família cristã tradicional é o ápice da ignorância. Pessoal fascista, racista,
burro e ignorante. Cara, acreditam ainda em Adão e Eva… é foda levar tudo ao pé
da letra. Eles não agem de acordo com os preceitos de Jesus Cristo. Tudo ao
contrário. Todas as merdas que eles fazem são em nome de Jesus. Eu uso símbolos
satânicos, como pentagrama, culote preto, pra confrontar esse bando de fanáticos.
O grande padrão desses pastores dessa dinheirama toda, é mais satânico que meus
símbolos satânicos”.
O cerne do
pensamento da extrema esquerda está contido no parágrafo acima. Para um ateu,
Jesus Cristo é apenas uma invenção dos fanáticos. No entanto, a fé é um
fenômeno biológico. Toda pessoa crê em algo. Ainda que a crença seja que Deus
não exista. João Gordo acredita em satã. Sabe, no entanto, que satanismo não é
tão bom, pois, diz: “O grande padrão desses pastores... é mais satânico que
meus símbolos satânicos”.
“Os
milicos não estão com nada. Como é que tem um bando de general bando de filho
da puta, apoiando essa aventura bolsonarista? Com apoio da polícia, do
exército, fodeu, ele não sai mais daqui”. “A cultura militar é fascista;
hierarquia é fascista. A polícia tinha que acabar, e começar com outro tipo de
polícia. Tinha que fazer faculdade pra virar polícia; não pegar qualquer zé
mané e fazer um cursinho. Os caras viram tudo louco, preto racista”.
O pai de
João Gordo era policial militar, muito rígido, repressivo e louco de tomar
remédios, como ele próprio disse em outra entrevista. Admite inclusive, que a
rebeldia foi uma forma de afronta ao pai repressivo. Encontrou na música
barulhenta uma terapia e um meio de vida. Agora, o pesadelo de infância voltou,
Bolsonaro faz lembrar (projeção) o papai repressor de outrora, e mais ainda,
quando o meio de vida (músico), ficou comprometido por conta da pandemia.
“Fui
viciado em cocaína, fumei crack, tive overdose de heroína, maços e maços de
cigarro” diz.
Atualmente,
o maior barato do João é odiar o sistema, o presidente e todos os seus
eleitores. Chega ao ápice quando vê “bolsominions” morrendo de covid.
“O
que eu ando gostando de ver é esses negacionistas morrendo de covid. É bem
refrescante a parada”.
Apesar dos
fortes e descabidas declarações, observo que o entrevistado em questão é uma
verdadeira vítima de uma má formação do caráter esquerdista, que não recebeu o
limite no tempo certo, não tolera frustração e tenta sobreviver por algum
mecanismo de escape.
Vegetariano
há 16 anos; vegano há 6, João Gordo vive hoje como um eremita, isolado em sua
casa, por conta do medo da pandemia. Sua única fonte de alegria é oferecer
marmitas veganas preparadas por sua esposa, para os necessitados, que segundo
ele, está aumentando nas ruas de sua cidade. E procura canalizar seus instintos
para algo mais útil.
"
...para ser punk para ele hoje em dia é combater o sistema fazendo
solidariedade e ajudando as pessoas que o governo não ajuda."
Perguntado
como serão as eleições no Brasil, responde:
“Tenho
certeza de que em 2022 vai ter essas palhaçadas como aconteceu na invasão do
Capitólio, nos Estados Unidos”.
Há uma
narrativa de que a direita é violenta, louca, perigosa e primitiva. Usam o
episódio dos EUA para provocar os brasileiros. Estão conseguindo dividir e
disseminar o ódio dentro da própria direita, que ainda não sacou que o único e
melhor método para vencer é a união. União faz a força.
A conclusão
a que cheguei sobre esse artista, é que ele está desesperado, com medo, sem
trabalho, envelhecendo sem saúde e ainda ameaçado por vírus que pode lhe tirar
a vida.
Para ele é
“refrescante” ver os “negacionistas” morrendo. O pai interno dele é mais rígido
do que o pai real castrador. É digno de pena! Apenas.
O Brasil tem
muitos Joãos e muitas Marias traumatizados(as) por suas vivências com figuras
de convivência na família e na escola. O modelo de escola das últimas décadas,
deu asas antes de dar raízes, por isso, a rebeldia e a indisciplina imperam.
Em cada
adulto que esbraveja, xinga, esperneia, protesta nos diferentes ambientes e
mídias sociais, há uma criança ferida, magoada, traumatizada, que não suporta a
própria sombra, e projeta nos outros, a maldade que está dentro de si.
Necessitam
da ilusão de que são bons e caridosos, para isso, escolhem causas ou pessoas
que estão em condições inferiores, para que possam depender da sua ajuda e
bondade. Não suportam iguais ou superiores. Não tem maturidade. Ficou fixado em
alguma fase infantil que lhe predispõe à birra, à raiva e ao ódio. Um ódio
projetivo, evocado pelos ferimentos de uma vida inteira, que agora, encontra na
figura de Bolsonaro a personificação de todos os algozes da humanidade.
Nesse
sentido, Bolsonaro presta um grande serviço, possibilitando aos mais
resilientes, a oportunidade de ressignificar as suas próprias vivências com
figuras de autoridade. Já os sequelados e imaturos, terão sempre a impressão de
que alguém é responsável por suas dores. Geralmente esses indivíduos, cresceram
como ervas daninhas que se alastram com fúria e rapidez e competem com a
plantação produtiva, desconfiam da sua utilidade. Já os que foram vítimas de
uma repressão abusiva e nociva podem ter um déficit na sua capacidade de sentir
empatia e amor.
Por fim, há
na sociedade atual, um déficit de confiança, de comunicação assertiva, de
compaixão, e, sobretudo, de empatia, que se traduz na capacidade de se colocar
no lugar do outro, em especial, dos que sofrem com a morte de seus entes
queridos nesse cenário catastrófico de pandemia. Hora de parar com as disputas
e picuinhas. Sejamos apenas seres humanos, tão somente humanizados... no melhor
sentido da palavra.