Folha informativa
COVID-19 - Escritório da OPAS e da OMS no Brasil
Atualizada em 22 de janeiro de 2021
Principais informações
- Em dezembro de 2020, algumas vacinas
candidatas contra a COVID-19 receberam autorização para uso emergencial em
alguns países. Estudos abrangentes sobre várias vacinas candidatas
têm relatado resultados preliminares encorajadores.
- A Organização Mundial da Saúde (OMS) listou no
dia 31 de dezembro de 2020 a vacina de mRNA contra a COVID-19 Comirnaty
para uso emergencial, tornando esse imunizante da Pfizer/BioNTech o
primeiro a receber a validação de emergência da OMS desde o início do
surto.
- Uma vez que se comprove que uma ou mais
vacinas são seguras e eficazes, elas devem ser aprovadas pelas autoridades
regulatórias nacionais, fabricadas de acordo com os padrões exigidos e
distribuídas. A OMS e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) estão
trabalhando com parceiros em todo o mundo para ajudar a coordenar as
principais etapas desse processo, inclusive facilitando o acesso
equitativo a vacinas seguras e eficazes contra COVID-19 para bilhões de
pessoas.
- É fundamental lembrar que, embora as
vacinas possam ajudar a acabar com a pandemia, elas não resolverão
tudo. À medida que a crise da COVID-19 continuar, ainda será necessário
tomar todas as medidas necessárias para evitar que o vírus se espalhe e
cause mais mortes. É preciso seguir e adotar uma abordagem do tipo “faça
tudo”, incluindo as medidas de proteção: lavar as mãos frequentemente
com água e sabão ou álcool em gel e cobrir a boca com o antebraço quando
tossir ou espirrar (ou utilize um lenço descartável e, após
tossir/espirrar, jogue-o no lixo e lave as mãos). É importante manter-se a
pelo menos 1 metro de distância das outras pessoas. Quando o distanciamento
físico não é possível, o uso de uma máscara também é uma medida de
proteção. A nível individual, essas medidas de proteção funcionam
inclusive contra as novas variantes identificadas até o momento.
- Foram confirmados no mundo 96.267.473 casos de
COVID-19 (624.353 novos em relação ao dia anterior) e 2.082.745 mortes
(16.079 novas em relação ao dia anterior) até 22 de janeiro de 2021.
- Na Região das Américas,
25.738.091 pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus se
recuperaram, conforme dados de 22 de janeiro de 2021.
- A OPAS e a OMS estão prestando apoio
técnico ao Brasil e outros países, na resposta ao surto de COVID-19.
- Os sintomas mais comuns da COVID-19 são febre,
cansaço e tosse seca. Alguns pacientes podem apresentar dores, congestão
nasal, dor de cabeça, conjuntivite, dor de garganta, diarreia, perda de
paladar ou olfato, erupção cutânea na pele ou descoloração dos dedos das
mãos ou dos pés. Esses sintomas geralmente são leves e começam
gradualmente.
Número de casos - 22 de janeiro de
2021
Mundo
96.267.473 casos confirmados
2.082.745 mortes
Região Africana
2.416.834 casos confirmados
56.501 mortes
Região das Américas
42.807.169 casos confirmados
983.878 mortes
Região Europeia
31.659.231 casos confirmados
695.687 mortes
Região do Mediterrâneo Oriental
5.461.398 casos confirmados
130.079 mortes
Região do Pacífico Ocidental
1.325.085 casos confirmados
22.996 mortes
Região do Sudeste Asiático
12.597.011 casos confirmados
193.591 mortes
Veja os dados por país* no site: covid19.who.int/
*Os países podem ter dados mais
atualizados sobre suas situações específicas.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem
apoiado diariamente as ações do Ministério da Saúde do Brasil na resposta à
COVID-19 desde janeiro de 2020.
Antes do primeiro caso notificado da doença na
América Latina, a OPAS organizou em fevereiro, junto com a Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde do Brasil,
um treinamento para nove países sobre diagnóstico
laboratorial do novo coronavírus. Participaram da capacitação
especialistas da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Panamá,
Paraguai, Peru e Uruguai.
Durante a atividade, os participantes fizeram um
exercício prático de detecção molecular do vírus causador da COVID-19,
além de revisarem e discutirem sobre as principais evidências e protocolos
disponíveis. A OPAS também doou ao Brasil primers e controles positivos,
que são materiais essenciais para diagnóstico do coronavírus, e –
junto com as autoridades de saúde brasileiras – disponibilizou reagentes para
outros países da região das Américas.
A Go.Data permite a coleta de dados de campo, rastreamento
de contatos e visualização de cadeias de transmissão. Pode ser usada tanto
online quanto offline em diferentes plataformas, como computadores, celulares e
tablets – e funciona em diversos sistemas, como Windows, Linux, Mac, Android e
iOS.
Além disso, a OPAS está ajudando o Brasil a ampliar
sua capacidade de diagnóstico, com a compra de 10 milhões de testes do tipo
RT-PCR, que detectam se a pessoa está infectada com o coronavírus causador da
COVID-19. Também está disponibilizando cursos virtuais em português para
profissionais de saúde e ajudando a fortalecer, em apoio às ações do Ministério
da Saúde do Brasil, a capacidade de vigilância no município de Manaus e no estado do Amazonas –
incluindo a contratação de 23 enfermeiros, 2 profissionais de biotecnologia, 4
farmacêuticos, 3 biólogos, 6 técnicos de enfermagem e 9 datilógrafos.
No estado do Pará, o organismo internacional ajudou a construir a Sala de Inteligência da Gestão,
incluindo um painel de monitoramento da COVID-19 no Estado. A ferramenta ajuda
a identificar onde o vírus está circulando e produzir cenários que permitem a
tomada de decisão com base em informações qualificadas.
A Organização Pan-Americana da Saúde tem
disponibilizado ainda uma série de ferramentas para auxiliar os governos na
tomada de decisão sobre medidas não farmacológicas, como endurecimento ou
afrouxamento das medidas de distanciamento social, inclusive
com indicadores e uma calculadora de cenários epidêmicos.
Outra iniciativa da OPAS é a promoção da saúde mental no contexto da
pandemia, com informações direcionadas a profissionais de saúde, cuidadores,
população em geral, pessoas idosas e população venezuelana migrante.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde
tem conduzido uma série de seminários virtuais com especialistas de diferentes
países – incluindo China, Espanha, Itália e Japão – para apoiar o Brasil no
desenvolvimento de protocolos, bem como informar as autoridades de saúde
pública. Em um deles, com especialistas da Espanha, foram relacionados à
identificação de sinais e sintomas da COVID-19, como lesões de pele e síndrome inflamatória
multissistêmica em crianças e adolescentes.
Na segunda semana de junho, a OPAS contribuiu com o governo do Mato Grosso do Sul na
elaboração de um plano e critérios para ajuste de medidas não
farmacológicas, como distanciamento social e restrição de viagens,
para resposta à COVID-19 no estado. O objetivo é implementar ações tanto para o
cenário atual quanto para o futuro.
No mesmo mês, foi lançado o documento “Estratégia de Gestão – Instrumento
para apoio à tomada de decisão na resposta à pandemia da Covid-19 na esfera
local”, elaborado pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e o Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS), com
participação direta da OPAS. Essa ferramenta para avaliação de riscos
busca apoiar gestores dos estados e municípios brasileiros na adoção de medidas
de saúde pública, para reduzir a velocidade de propagação da doença, evitar o
esgotamento dos serviços de saúde, especialmente de terapia intensiva, e
minimizar o impacto da COVID-19 na população brasileira.
No Rio Grande do Norte, a OPAS apoiou o estado no desenvolvimento
de uma ferramenta para auxiliar as autoridades de saúde pública no
estabelecimento de critérios para monitorar a evolução da COVID-19 e tomar
decisões sobre medidas não farmacológicas. Esses indicadores facilitam a
avaliação, por exemplo, sobre a necessidade de endurecer as medidas de
distanciamento social – ou apontam se é possível afrouxá-las.
No município de São Paulo, a OPAS realizou, em
conjunto com a Secretaria de Relações Internacionais e a Secretaria Municipal
de Direitos Humanos e Cidadania do município de São Paulo, um treinamento para cerca de 40 servidoras municipais que
atendem mulheres em situação de violência na capital paulista.
Foram abordadas a saúde mental (tanto de quem vai atender quanto de quem
receberá os cuidados, incluindo dicas sobre o que fazer e não fazer nas
interações), a perspectiva de gênero (com orientações para
mulheres, homens, equipes de saúde, gestores, formuladores de políticas e gerentes
de serviços de saúde), as principais medidas de prevenção contra a COVID-19 e
a preparação para a fase de reabertura dos serviços.
Em Roraima e no Pará, especialistas da OPAS
treinaram cerca de 40 profissionais para aperfeiçoamento da análise e produção
de boletins epidemiológicos.
A OPAS também tem organizado uma série de missões
aos estados – Amazonas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pará e Rio Grande do Norte – para troca de
experiências no enfrentamento à COVID-19, incluindo vigilância, atenção
à saúde e comunicação de risco.
Em outubro, a OPAS auxiliou o estado do Amapá a estruturar um Centro de
Operações de Emergência no estado.
A OPAS apoiou ainda o desenvolvimento do plano
nacional de vacinação do Brasil, fornecendo suporte técnico e
compartilhando o que as mais recentes evidências científicas relacionadas à
COVID-19. A OPAS também contribui em áreas como farmacovigilância, vigilância
de efeitos adversos pós-vacinação, sistemas de informação, comunicação de risco,
monitoramento, supervisão, pós-marketing de vacinas contra COVID-19 e
avaliação, bem como compartilha experiências bem-sucedidas de vacinação de
adultos em outros países.
Em 2021, a OPAS já firmou uma parceria com o município do Rio de Janeiro para criação
de um Centro de Operações de Emergências para enfrentamento da pandemia e
enviou uma equipe a Manaus, capital do estado do Amazonas, para apoiar as ações de controle da COVID-19 em
articulação com a Secretaria Municipal de Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde
e o Ministério da Saúde do Brasil, inclusive com identificação de soluções relacionadas à falta de oxigênio hospitalar.
— Informações do Ministério da
Saúde do Brasil: https://coronavirus.saude.gov.br/
*EMERGÊNCIA
DE SAÚDE PÚBLICA DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL
Cloroquina e hidroxicloroquina
O que é COVID-19?
COVID-19 é a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, identificado pela
primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China.
Uma vez que se comprove que uma ou mais vacinas são
seguras e eficazes, elas devem ser aprovadas pelas autoridades regulatórias
nacionais, fabricadas de acordo com os padrões exigidos e distribuídas. A OMS e
a OPAS estão trabalhando com parceiros em todo o mundo para ajudar a coordenar
as principais etapas desse processo, incluindo a facilitação do acesso
equitativo a vacinas seguras e eficazes contra COVID-19 para bilhões de pessoas
que delas precisarão.
Saiba mais sobre vacinas contra COVID-19: www.paho.org/pt/vacinas-contra-covid-19
Saiba mais sobre a distribuição das
vacinas
A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da
doença sem precisar de tratamento hospitalar. Uma em cada seis pessoas
infectadas por COVID-19 fica gravemente doente e desenvolve dificuldade de
respirar. As pessoas idosas e as que têm outras condições de saúde como pressão
alta, problemas cardíacos e do pulmão, diabetes ou câncer, têm maior risco de
ficarem gravemente doentes. No entanto, qualquer pessoa pode pegar a COVID-19 e
ficar gravemente doente. Pessoas de todas as idades que apresentam febre e/ou
tosse associada a dificuldade de respirar/falta de ar, dor/pressão no peito ou
perda da fala ou movimento devem procurar atendimento médico imediatamente. Se
possível, é recomendável ligar primeiro para a(o) médica(o) ou serviço de
saúde, para que a(o) paciente possa ser encaminhada(o) para a clínica certa.
O que devo fazer se tiver sintomas de
COVID-19 e quando devo procurar atendimento médico?
Se você tiver sintomas menores, como tosse leve ou febre leve, geralmente não
há necessidade de procurar atendimento médico. Você pode optar por ficar em
casa, fazer autoisolamento (conforme as orientações das autoridades nacionais)
e monitorar seus sintomas.
No entanto, se você mora em uma área com malária ou
dengue, é importante não ignorar os sintomas da febre. Procure ajuda médica. Ao
comparecer ao serviço de saúde, use uma máscara se possível, mantenha pelo
menos 1 metro de distância de outras pessoas e não toque nas superfícies com as
mãos. Se for uma criança que estiver doente, ajude-a a seguir esta orientação.
Procure atendimento médico imediato se tiver
dificuldade de respirar ou dor/pressão no peito. Se possível, ligue para o seu
médico com antecedência, para que ele possa direcioná-lo para o centro de saúde
certo.
Foto: Karina Zambrana/OPAS/OMS
Como o vírus responsável pela
COVID-19 se espalha?
As evidências disponíveis atualmente apontam que o vírus causador da
COVID-19 pode se espalhar por meio do contato direto, indireto (através de
superfícies ou objetos contaminados) ou próximo (na faixa de um metro) com
pessoas infectadas através de secreções como saliva e secreções respiratórias
ou de suas gotículas respiratórias, que são expelidas quando uma pessoa tosse,
espirra, fala ou canta. As pessoas que estão em contato próximo (a menos de 1
metro) com uma pessoa infectada podem pegar a COVID-19 quando essas gotículas
infecciosas entrarem na sua boca, nariz ou olhos.
Para evitar o contato com essas gotículas, é
importante manter-se a pelo menos 1 metro de distância das outras pessoas,
lavar as mãos com frequência e cobrir a boca com um lenço de papel ou cotovelo
dobrado ao espirrar ou tossir. Quando o distanciamento físico (a um metro ou
mais de distância) não é possível, o uso de uma máscara de tecido também é uma
medida importante para proteger os outros.
Alguns procedimentos médicos podem produzir
gotículas muito pequenas (aerossóis) que são capazes de permanecer suspensas no
ar por longos períodos. Quando tais procedimentos médicos são realizados em
pessoas infectadas com COVID-19 em unidades de saúde, esses aerossóis podem
conter o vírus causador da COVID-19. Esses aerossóis podem ser inalados por
outras pessoas se elas não estiverem usando o equipamento de proteção
individual adequado. Visitantes não devem ser permitidos em áreas onde esses
procedimentos médicos estão sendo realizados.
Houve relatos de surtos de COVID-19 em alguns
ambientes fechados, como restaurantes, boates, locais de culto ou ambientes de
trabalho onde as pessoas podem estar gritando, conversando ou cantando. Nesses
surtos, a transmissão por aerossóis – especialmente em locais fechados, onde há
espaços lotados e inadequadamente ventilados, onde as pessoas infectadas passam
longos períodos com outras pessoas – não pode ser descartada. No entanto,
investigações detalhadas desses clusters sugerem que a transmissão por
gotículas e fômites também poderia explicar a transmissão humano a humano
dentro desses clusters. Mais estudos são necessários com urgência para
investigar esses casos e avaliar seu significado para a transmissão da
COVID-19.
Mais informações: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52472
É possível pegar COVID-19 de uma
pessoa que não apresenta sintomas?
A principal maneira pela qual a doença se espalha é através de gotículas
respiratórias expelidas por alguém que está tossindo ou tem outros sintomas
como febre e cansaço. Muitas pessoas com COVID-19 experimentam apenas sintomas
leves, particularmente nos estágios iniciais da doença. É possível pegar COVID-19
de alguém com tosse leve e que não se sente doente. Alguns relatórios indicaram
que pessoas sem sintomas podem transmitir o vírus. Ainda não se sabe com que
frequência isso acontece.
Como podemos proteger aos outros e a
nós mesmos se não sabemos quem está infectado?
Praticar a higiene das mãos e respiratória é importante em TODOS os momentos e
é a melhor maneira de proteger aos outros e a si mesma(o). Sempre que
possível, mantenha uma distância de pelo menos 1 metro entre você e os outros,
principalmente se você estiver ao lado de alguém que tosse ou espirra. Como
algumas pessoas infectadas podem não estar ainda apresentando sintomas ou os
sintomas podem ser leves, manter uma distância física de todos é uma boa ideia
se você estiver em uma área onde a COVID-19 está circulando.
*****************
Foto:
Karina Zambrana/OPAS/OMS
Posso pegar COVID-19 de fezes de
alguém com a doença?
Embora investigações iniciais sugiram que o vírus possa estar presente nas
fezes em alguns casos, até o momento não houve relatos de transmissão
fecal-oral da COVID-19. Além disso, não há evidências até o momento sobre a
sobrevivência do vírus da COVID-19 em água ou esgoto.
O vírus causador da COVID-19 sofreu
mutações?
O surgimento de mutações é um evento natural e esperado dentro do processo
evolutivo dos vírus. Com as informações disponíveis até o momento, a maioria
das mutações do vírus causador da COVID-19 (SARS-CoV-2) teve pouco ou nenhum
impacto na gravidade da doença causada. E, a nível individual, as medidas
de proteção funcionam para todas as variantes identificadas até o momento. São
elas: manter distanciamento físico, usar máscara, ter ambientes bem
ventilados, evitar aglomerações, limpar as mãos e tossir/espirrar com cotovelo
dobrado ou em lenço de papel.
Mais informações: Ocorrência de variantes de SARS-CoV-2 nas Américas.
Informações preliminares. 20 de janeiro de 2021.
O que é a dexametasona?
A dexametasona é um corticosteroide usado para o tratamento de várias doenças
por seus efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores. O medicamento foi
testado em pacientes hospitalizados com COVID-19 nos testes clínicos Recovery,
do Reino Unido, e descobriu-se que há benefícios para pacientes em situações
graves. De acordo com descobertas preliminares, o tratamento reduziu a
mortalidade em aproximadamente um terço nos pacientes em ventilação mecânica, e
a mortalidade foi reduzida em cerca de um quinto nos pacientes que precisavam
apenas de oxigênio.
Como higienizar as mãos com álcool em gel?
Duração do procedimento: 20 a 30 seg
Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcoólica em uma mão em forma de concha para cobrir todas as superficies das mãos.
Friccione as palmas das mãos entre si.
Friccione a palma direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa.
Friccione a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados.
Friccione o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa.
Friccione o polegar esquerdo, com o auxilio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa.
Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa
Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras.
Como higienizar as mãos com água e sabonete?
Duração do procedimento: 40 a 60 seg
Molhe as mãos com água
Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superficies das mãos.
Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si.
Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa
Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais.
Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa
Esfregue o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa
Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo movimento circular e vice-versa
Enxágue bem as mãos com água
Seque as mãos com papel toalha descartável
No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha.
Agora suas mãos estão seguras
Como fazer compras com segurança?
Ao fazer compras, mantenha pelo menos 1 metro de distância dos outros e evite
tocar nos olhos, boca e nariz. Se possível, higienize as alças dos carrinhos de
compras ou cestas antes. Lave bem as mãos após chegar e casa e depois de
manusear e armazenar os produtos adquiridos. Atualmente, não há caso confirmado
de COVID-19 transmitido por meio de alimentos ou embalagens de alimentos.
Os seres humanos podem ser infectados por um novo coronavírus de origem animal?
Uma série de investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi
transmitido de civetas para humanos na China em 2002 e o MERS-CoV de camelos
dromedários para humanos na Arábia Saudita em 2012. Vários coronavírus
conhecidos estão circulando em animais que ainda não infectaram humanos. À
medida que a vigilância melhora no mundo, é provável que mais coronavírus sejam
identificados.
Qual é a orientação da OPAS e da OMS
no que diz respeito ao uso de máscaras?
As evidências científicas mais recentes mostram que
máscaras são uma medida fundamental para suprimir a transmissão da COVID-19 e
salvar vidas. Devem ser usadas como parte de uma abordagem abrangente de “Faça
tudo”, incluindo manter distanciamento físico de um metro ou mais de outras
pessoas, evitar locais com aglomeração e contato próximo, garantir boa
ventilação, limpar frequentemente as mãos e cobrir o espirro e a tosse com o
cotovelo dobrado.
As máscaras cirúrgicas (ou
médicas) podem proteger as pessoas que a usam de serem infectadas e impedir que
aqueles que apresentam sintomas espalhem o vírus. A OMS recomenda que os
seguintes grupos usem máscaras médicas:
• Trabalhadores de saúde
• Qualquer pessoa com sintomas sugestivos de COVID-19, incluindo pessoas com
sintomas leves como dores musculares, tosse leve, dor de garganta ou
fadiga.
• Pessoas que cuidam de casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 fora das
unidades de saúde
Máscaras cirúrgicas também são recomendadas para os
seguintes grupos de risco, quando estão em áreas de transmissão generalizada e
não podem garantir uma distância de pelo menos 1 metro de outras pessoas:
• Pessoas com 60 anos ou mais
• Pessoas de qualquer idade com comorbidades de base, como doença
cardiovascular ou diabetes, doença pulmonar crônica, câncer, doença
cerebrovascular e imunossupressão
Já as máscaras de tecido não
cirúrgicas (ou caseiras) podem ser usadas pelo público em geral com idade
inferior a 60 anos e que não apresentem problemas de saúde subjacentes.
Em áreas onde o vírus está circulando, máscaras
devem ser usadas quando você estiver em ambientes com aglomeração, onde você
não pode estar a pelo menos 1 metro de outras pessoas, e em quartos com
ventilação insuficiente ou desconhecida. Nem sempre é fácil determinar a
qualidade da ventilação, que depende da taxa de mudança de ar, recirculação e
ar fresco externo. Então, se você tiver alguma dúvida, é mais seguro
simplesmente usar uma máscara.
Você deve sempre limpar as mãos antes e depois de
usar uma máscara e antes de tocá-la enquanto a usa.
Ao usar uma máscara, você ainda deve manter
distância física dos outros o tanto quanto possível.
Para ambientes públicos internos, como shopping
centers movimentados, edifícios religiosos, restaurantes, escolas e transporte
público, você deve usar uma máscara se não puder manter distância física dos
outros.
Se você receber em sua casa um visitante que não
seja membro da sua família/lar (pessoas que não moram junto com você), use uma
máscara se não puder manter uma distância física ou se a ventilação for insuficiente.
Quando estiver fora de casa, use uma máscara se não
puder manter distância física dos outros. Alguns exemplos são mercados
movimentados, ruas movimentadas e paradas de ônibus.
A combinação ideal de materiais para máscaras de
tecido não-cirúrgicas deve incluir três camadas: 1) uma camada mais interna
feita de material hidrofílico (por ex., algodão ou misturas de algodão); 2) uma
camada mais externa feita de material hidrofóbico (por ex., polipropileno,
poliéster ou misturas desses materiais), para limitar a contaminação externa
por penetração até o nariz e a boca do usuário; 3) uma camada intermediária
hidrofóbica feita de material sintético não tecido, como polipropileno, ou uma
camada de algodão, para melhorar a filtração ou reter gotículas.
Certifique-se de construir ou comprar uma máscara
que permita respirar enquanto fala e caminha rapidamente.
Válvulas que permitem que o ar não filtrado escape
da máscara são desencorajadas e são um recurso inadequado para máscaras usadas
para o propósito de prevenir a transmissão.
Crianças com 5 anos ou menos não devem ser
obrigadas a usar máscaras. Isso se baseia na segurança e no interesse geral da
criança e na capacidade de usar uma máscara de maneira adequada com o mínimo de
assistência.
A decisão sobre uso por crianças de 6 a 11 anos
deve ser baseada nos seguintes fatores: se há transmissão generalizada na área
onde a criança mora; a capacidade da criança de usar uma máscara de forma
segura e adequada; acesso a máscaras, bem como lavagem e substituição de
máscaras em determinados ambientes (como escolas e creches); supervisão
adequada de um adulto e instruções para a criança sobre como colocar, tirar e
usar máscaras com segurança; impacto potencial do uso de máscara na
aprendizagem e no desenvolvimento psicossocial, em consulta com professores,
pais/responsáveis e/ou profissionais de saúde; configurações e interações
específicas que a criança tem com outras pessoas que correm alto risco de
desenvolver doenças graves, como idosos e pessoas com outras condições de saúde
subjacentes
Crianças com 12 anos ou mais devem usar máscara nas
mesmas condições que os adultos, principalmente quando não podem garantir uma
distância de pelo menos 1 metro de outras pessoas e há transmissão generalizada
na área.
Acesse aqui as orientações sobre uso de máscaras por
crianças
Quanto tempo leva após a exposição à
COVID-19 para desenvolver sintomas?
O tempo entre a exposição à COVID-19 e o momento em que os sintomas começam
(período de incubação) é geralmente de cinco a seis dias, mas pode variar de 1
a 14 dias.
Quanto tempo o vírus sobrevive nas superfícies?
O mais importante a se saber sobre a presença de coronavírus em superfícies é
que elas podem ser facilmente limpas com desinfetantes domésticos comuns, que
matam o vírus. Estudos demonstraram que o vírus da COVID-19 pode sobreviver por
até 72 horas em plástico e aço inoxidável, menos de 4 horas em cobre e menos de
24 horas em papelão. Como sempre, limpe suas mãos com um higienizador à base de
álcool ou lave-as com água e sabão. Evite tocar nos olhos, na boca ou no nariz.
Para pessoas com deficiência, é importante se
certificar de que os produtos assistivos, se usados, sejam desinfetados com
frequência; estes incluem cadeiras de rodas, bengalas, andadores, macas,
bengalas brancas ou qualquer outro item que seja manuseado com frequência e
usado em espaços públicos.
Foto: Karina Zambrana/OPAS/OMS
É seguro receber um pacote de
qualquer área em que a COVID-19 tenha sido notificada?
Sim. A probabilidade de uma pessoa infectada contaminar mercadorias
comerciais é baixa e o risco de pegar o vírus que causa a COVID-19 em um pacote
que foi movido, transportado e exposto a diferentes condições e temperaturas
também é baixo.
O que posso fazer para evitar a
propagação da COVID-19 no meu local de trabalho?
O risco de exposição ocupacional à COVID-19 depende da probabilidade de contato
próximo (inferior a 1 metro) ou frequente com pessoas que possam estar
infectadas com COVID-19 e pelo contato com superfícies e objetos contaminados.
As decisões referentes ao fechamento ou reabertura
de locais de trabalho e à suspensão ou redução de atividades devem ser tomadas
à luz da avaliação de riscos, da capacidade de implementar medidas preventivas
e das recomendações das autoridades nacionais para ajuste das medidas sociais e
de saúde pública no contexto da COVID-19.
As medidas para impedir a transmissão da COVID-19
que se aplicam a todos os locais de trabalho e a todas as pessoas no local de
trabalho incluem lavagem das mãos com água e sabão ou desinfetante para as mãos
à base de álcool, higiene respiratória (como cobrir a tosse), distanciamento
físico de pelo menos 1 metro ou mais (de acordo com as recomendações
nacionais), uso de máscaras onde o distanciamento físico não é possível,
limpeza e desinfecção regular do ambiente e limitação de viagens
desnecessárias. Políticas e mensagens claras, treinamento e educação para
funcionários e gerentes, de modo a aumentar a conscientização sobre a COVID-19
são essenciais. O manejo de pessoas com COVID-19 ou seus contatos também é
essencial -- por exemplo, os trabalhadores que não estiverem se sentindo bem ou
que apresentarem sintomas condizentes com a COVID-19 devem ser instados a ficar
em casa, a se autoisolar e a entrar em contato com um médico ou com a linha
local de informações sobre a COVID-19 para obter orientação sobre exames e
encaminhamento.
Nos lugares em que a transmissão comunitária local
for alta e o trabalho continuar, permita uma teleconsulta médica, quando
disponível, ou dispense a exigência de atestado médico para os trabalhadores
que estiverem doentes, para que possam ficar em casa.
As pessoas que estiveram em contato próximo no
local de trabalho com pessoas com COVID-19, confirmado em laboratório, devem
ficar em quarentena por 14 dias a partir da última vez em que houve contato.
Um contato é uma pessoa em qualquer uma das
seguintes situações, desde 2 dias antes e até 14 dias depois do início dos
sintomas do caso confirmado ou provável de COVID-19:
- contato presencial com um caso provável ou
confirmado de COVID-19 a menos de 1 metro de distância e por mais de 15
minutos;
- contato físico direto com um caso provável ou
confirmado de COVID-19;
- prestação de cuidados diretos a um caso
provável ou confirmado de COVID-19 sem usar os equipamentos de proteção
individual adequados; ou
- outras situações, conforme indicado nas
avaliações de risco locais.
Mais informações:
- Considerações sobre saúde pública e medidas sociais
no local de trabalho no contexto da COVID-19
- Considerações para quarentena dos contatos de casos
de COVID-19
Quem está em risco de desenvolver
quadros graves da doença?
Idosos e pessoas com doenças não transmissíveis, como doenças cardiovasculares
(por exemplo, hipertensão, doença cardíaca e derrame), doenças respiratórias crônicas,
diabetes e câncer têm um risco mais alto de desenvolver quadros graves da
COVID-19.
A OPAS ou a OMS divulgaram uma receita de gel pra fazer em casa?
Não, a OPAS e a OMS não divulgaram receita de gel para fazer em casa. Esse
processo de produção caseira pode, inclusive, ser prejudicial à saúde. A
recomendação da OPAS e da OMS é lavar as mãos com água e sabão ou higienizador
à base de álcool. Tanto álcool em gel quanto água e sabão são eficazes para
matar vírus que podem estar nas mãos ou outra parte do corpo.
Fumantes e usuários de produtos de tabaco correm maior risco de infecção por COVID-19?
É provável que os fumantes sejam mais vulneráveis à COVID-19, pois o ato de
fumar significa que os dedos (e possivelmente os cigarros contaminados) estão
em contato com os lábios, o que aumenta a possibilidade de transmissão do vírus
da mão para a boca. Os fumantes também podem já ter doença pulmonar ou
capacidade pulmonar reduzida, o que aumentaria muito o risco de doença grave.
Outros produtos para fumar, como bongs, que
geralmente envolvem o compartilhamento, podem facilitar a transmissão da
COVID-19 em ambientes comunitários e sociais.
Condições que aumentem as necessidades de oxigênio
ou reduzem a capacidade do corpo de usá-lo adequadamente colocam os pacientes
em maior risco de doenças pulmonares graves, como pneumonia.
Pessoas que vivem com HIV correm um risco maior de serem infectadas pelo vírus que causa COVID-19?
As pessoas que vivem com HIV com doença avançada, aquelas com CD4 baixo e alta
carga viral e aquelas que não estão em tratamento antirretroviral têm um risco
aumentado de infecções e complicações relacionadas. Não se sabe se a imunossupressão
causada pelo HIV colocará uma pessoa em maior risco para a COVID-19. Portanto,
até que se saiba mais, devem ser tomadas precauções adicionais para todas as
pessoas com HIV avançado ou pouco controlado.
No momento, não há evidências de que o risco de
infecção ou complicações da COVID-19 seja diferente entre pessoas vivendo com
HIV, clinicamente e imunologicamente estáveis ??no tratamento anti-retroviral,
quando comparadas à população em geral. As pessoas que vivem com o HIV e
estão tomando medicamentos antirretrovirais devem garantir que tenham um
suprimento de ao menos 30 dias a 6 meses de remédios e garantir que suas
vacinas estejam em dia.
Outras informações:
https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-on-covid-19-hiv-and-antiretrovirals (inglês)
Posso pegar COVID-19 do meu animal de estimação?
Houve casos de animais de pacientes com COVID-19 infectados com a doença. Como
órgão intergovernamental responsável por melhorar a saúde animal no mundo,
a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)
vem desenvolvendo orientações técnicas sobre tópicos especializados
relacionados à saúde animal, dedicados a serviços veterinários e especialistas
técnicos (incluindo testes e quarentena).
- Existe a possibilidade de alguns animais serem
infectados pelo contato próximo com seres humanos infectados. Ainda são
necessárias mais evidências para entender se animais podem espalhar a
doença.
- Com base nas evidências atuais, a transmissão
de humano para humano continua sendo o principal fator.
- Ainda é muito cedo para dizer se os gatos podem ser o hospedeiro intermediário na transmissão da COVID-19.
Foto: Karina Zambrana/OPAS/OMS
O que é o Estudo Solidariedade, da
OMS?
É o maior estudo de controle randomizado do mundo sobre terapias para COVID-19,
coordenado pela OMS e envolvendo quase 13 mil pacientes em 500 hospitais de 30
países (dados de 16 de outubro de 2020).
Os resultados preliminares coletados ao longo de
seis meses indicaram que os medicamentos remdesivir, hidroxicloroquina,
lopinavir/ritonavir e interferon têm pouco ou nenhum efeito na prevenção de
mortes por COVID-19 ou na redução de tempo que a pessoa passa hospitalizada.
Foram analisados os efeitos desses tratamentos na
mortalidade em geral, início da ventilação e duração da permanência hospitalar
em pacientes hospitalizados. Outras formas de uso dos medicamentos, como no
tratamento de pacientes na comunidade ou para prevenção, precisariam ser
examinados por meio de diferentes ensaios.
Os resultados do estudo estão sob revisão para
publicação e foram disponibilizados no medRxiv: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2020.10.15.20209817v1
A plataforma global do Estudo Solidariedade está
pronta para avaliar rapidamente novas opções de tratamento promissoras.
Medicamentos antivirais, imunomoduladores e anticorpos monoclonais anti-SARS
COV-2 mais novos estão sendo considerados para avaliação.
Qual é a visão da OPAS e OMS em relação ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento e profilaxia contra COVID-19, que estão em andamento em alguns países?
Todo país é soberano para decidir sobre seus protocolos clínicos de uso de
medicamentos. Embora a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam produtos
licenciados para o tratamento de outras doenças – respectivamente, doenças
autoimunes e malária –, não há evidência científica até o momento de que esses
medicamentos sejam eficazes e seguros no tratamento da COVID-19.
As evidências disponíveis sobre benefícios do uso
de cloroquina ou hidroxicloroquina são insuficientes, a maioria das pesquisas
até agora sugere que não há benefício e já foram emitidos alertas sobre efeitos
colaterais do medicamento. Por isso, enquanto não haja evidências
científicas de melhor qualidade sobre a eficácia e segurança desses
medicamentos, a OPAS recomenda que eles sejam usados apenas no contexto de
estudos devidamente registrados, aprovados e eticamente aceitáveis.
Há um ensaio clínico (série de pesquisas
padronizadas) internacional chamado Estudo Solidariedade,
que busca ajudar a encontrar um tratamento eficaz para a COVID-19. Foi lançado
pela Organização Mundial da Saúde e parceiros em março de 2020. Com base em
evidências científicas de pesquisas laboratoriais, em animais e humanos, foram
selecionadas no Estudo Solidariedade algumas opções de tratamento para análise
quanto à eficácia no tratamento da COVID-19. Uma delas foi o uso de cloroquina*
ou hidroxicloroquina. As demais opções foram: o uso de remdesivir; de lopinavir/ritonavir***;
e de lopinavir/ritonavir com interferon beta-1a.
Tendo se reunido em 23 de maio de 2020, o Grupo
Executivo do Estudo Solidariedade decidiu implementar uma pausa temporária do
braço de hidroxicloroquina do estudo, devido a preocupações levantadas sobre a
segurança do medicamento. Essa decisão foi tomada como precaução, enquanto os
dados de segurança foram revisados pelo Comitê de Segurança e Monitoramento de
Dados do Estudo Solidariedade.
Em 3 de junho de 2020, com base nos dados de
mortalidade disponíveis, os membros do comitê recomendaram que não havia
motivos para modificar o protocolo do estudo. O Grupo Executivo então recebeu
esta recomendação e endossou a continuidade de todos os ramos do Estudo
Solidariedade, incluindo a hidroxicloroquina.
Posteriormente, com base em novas descobertas, a
OMS anunciou em 17 de junho de 2020 que o braço de hidroxicloroquina do Estudo
Solidariedade que buscava encontrar um tratamento eficaz para COVID-19 foi
interrompido. O Grupo Executivo do estudo e os principais pesquisadores tomaram
a decisão baseados em evidências** do Estudo Solidariedade (incluindo dados do
estudo francês Discovery), do ensaio Recovery do Reino Unido e de uma revisão
Cochrane de outras evidências sobre a hidroxicloroquina.
Os dados e os resultados recentemente anunciados
mostraram que a hidroxicloroquina não resulta na redução da mortalidade de
pacientes com COVID-19 hospitalizados, quando comparados com o padrão de
atendimento.
Com isso, os investigadores não randomizarão outros
pacientes para hidroxicloroquina no Estudo Solidariedade.
Esta decisão se aplica apenas à condução do Estudo
Solidariedade. A cloroquina e a hidroxicloroquina continuam sendo medicamentos
aceitos como geralmente seguros para uso em pacientes com malária ou doenças
autoimunes.
Existem outros ensaios em andamento no mundo, além
do Estudo Solidariedade.
Confira o documento da OPAS “Atualização contínua da terapia
potencial COVID-19: resumo de revisões sistemáticas rápidas” para
mais detalhes e informações sobre potenciais tratamentos.
*De acordo com o protocolo de
pesquisa inicial, a cloroquina e a hidroxicloroquina foram selecionadas como
possíveis medicamentos a serem testados no Estudo Solidariedade. No entanto, os
testes só foram realizados com a hidroxicloroquina. Assim, a cloroquina foi
removida no dia 25 de maio de 2020 das opções de tratamento em estudo listadas
na página do Estudo Solidariedade.
**Essas evidências não se aplicam ao uso da
hidroxicloroquina na prevenção de infecções por COVID-19 ou no tratamento de
pacientes não hospitalizados, duas áreas em que ainda são necessárias mais
evidências sobre a eficácia do medicamento contra o coronavírus.
***No dia 4 de julho de 2020, o braço
do estudo relacionado ao uso de lopinavir/ritonavir também foi
descontinuado, por produzir pouca ou nenhuma redução na mortalidade
de pacientes com COVID-19 hospitalizados quando comparado ao padrão de
atendimento.
Qual a posição da OPAS e da OMS sobre
uso da ivermectina no tratamento da COVID-19?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) não recomendam o uso de ivermectina para quaisquer outros propósitos
diferentes daqueles para os quais seu uso está devidamente autorizado.
A OPAS compilou um banco de dados de evidências
sobre potenciais tratamentos para COVID-19, e fez uma revisão rápida de todos
os estudos realizados em humanos, in vitro (laboratórios) ou in vivo
(clínicos), publicados de janeiro a maio de 2020.
A revisão concluiu que os estudos sobre ivermectina
tinham um alto risco de viés, muito pouca certeza de evidências, e as
evidências existentes eram insuficientes para se chegar a uma conclusão sobre
benefícios e danos.
Apesar da efetividade da ivermectina estar sendo
avaliada atualmente em diversos ensaios clínicos randomizados, deve-se
enfatizar que a OMS excluiu a ivermectina do Estudo Solidariedade para
tratamentos da COVID-19, uma iniciativa co-patrocinada, para encontrar um
tratamento efetivo para COVID-19.
Mais informações: https://iris.paho.org/handle/10665.2/52462
A OMS recomenda o uso de luvas na
comunidade para impedir a transmissão do COVID-19?
Não, a OMS não recomenda o uso regular de luvas por pessoas no entorno
comunitário. O uso de luvas pode aumentar os riscos de infecção em quem usa ou
de transmissão para outras pessoas caso sejam tocadas superfícies contaminadas
sem que depois as luvas sejam retiradas e as mãos lavadas.
Portanto, em locais públicos como supermercados,
além do distanciamento físico, a OMS recomenda instalar na entrada e na saída
pontos de higiene das mãos de uso público.
Ao melhorar amplamente as práticas de higiene das
mãos, os países podem ajudar a impedir a propagação do vírus causador da
COVID-19.
Pessoas que se recuperaram da
COVID-19 podem ficar imunes ou serem infectadas mais de uma vez?
No momento, existem alguns relatos de indivíduos que foram reinfectados com
SARS-CoV-2 (o vírus que causa COVID-19). É provável que haja mais exemplos de
reinfecção relatados e os cientistas estão trabalhando para entender o papel da
resposta imunológica na primeira e na segunda infecção. A OPAS e a OMS estão
trabalhando com cientistas para entender cada ocorrência de reinfecção e a
resposta de anticorpos durante a primeira infecção e as subsequentes.
Mais informações: "Orientações provisórias para detecção de casos de
reinfecção pelo SARS- CoV-2, 29 de outubro de 2020"
O que é imunidade de
rebanho/coletiva?
A imunidade coletiva (ou de rebanho) é a proteção indireta de uma doença
infecciosa que ocorre quando uma população é imune por vacinação ou imunidade
desenvolvida por infecção anterior. Isso significa que mesmo as pessoas que não
foram infectadas ou nas quais uma infecção não desencadeou uma resposta imune,
elas estão protegidas porque as pessoas ao seu redor que são imunes podem atuar
como amortecedores entre elas e uma pessoa infectada. O limiar para estabelecer
imunidade de rebanho para a COVID-19 não está claro no momento.
Pessoas infectadas pela COVID-19 podem ter sequelas?
Após o primeiro relato, no final de dezembro, da doença causada pelo novo
coronavírus, o conhecimento sobre suas complicações e sequelas aumentou
substancialmente. A principal sequela nos pacientes que tiveram quadro clínico
grave de COVID-19 é a fibrose pulmonar. Também foram identificadas miocardite
relacionada à infecção, com redução da função sistólica e arritmias; declínio
cognitivo de longo prazo, como deficiências de memória, atenção, velocidade de
processamento e funcionamento, juntamente com perda neuronal difusa;
encefalopatia aguda, alterações de humor, psicose, disfunção neuromuscular ou
processos desmielinizantes; sequelas psicológicas relacionadas ao
distanciamento social; entre outras.
Saiba mais no alerta epidemiológico "Complicações e sequelas da COVID-19", de
12 de agosto de 2020
Os ventiladores e ar condicionado podem ser usados com segurança no contexto da COVID-19?
No escritório ou na escola, se o uso de ventilador
de mesa ou pedestal for inevitável, é importante aumentar as trocas de ar
externo abrindo as janelas e minimizar as chances de que o ar exalado por uma
pessoa (ou grupo de pessoas) seja transportado para outra. O uso de
ventiladores de teto pode melhorar a circulação do ar externo e evitar bolsões
de ar estagnado no espaço ocupado. No entanto, é fundamental manter uma boa
ventilação externa ao usar ventiladores de teto. Uma maneira eficiente de
aumentar a troca de ar externo é abrir as janelas. O ar exalado de uma pessoa
infectada diretamente para outra em espaços fechados pode aumentar a
transmissão do vírus.
Em casa, ventiladores de mesa ou pedestal são seguros para a circulação de ar
entre familiares que moram juntos e não estão infectados com o vírus que causa
a COVID-19. No entanto, os ventiladores devem ser evitados quando pessoas que
não fazem parte da família estão visitando, uma vez que algumas pessoas podem
ter o vírus apesar de não apresentarem sintomas.
Os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, usados para manter a
temperatura e a umidade do ar interno em níveis saudáveis e confortáveis, são
seguros, desde que regularmente inspecionados e limpos. Com adequada
manutenção, esses sistemas podem reduzir a propagação de COVID-19 em espaços
internos, aumentando a taxa de troca de ar, reduzindo a recirculação de ar e
aumentando o uso do ar externo. Os sistemas que recirculam o ar não devem ser
usados.
Qual a orientação da OMS sobre a reabertura de escolas?
A OMS, UNICEF e UNESCO divulgaram no dia 14 de setembro orientações atualizadas
(que substitui a orientação de 10 de maio) sobre como e quando reabrir escolas
com segurança.
A continuidade da educação é fundamental para a
aprendizagem, desenvolvimento, bem-estar, saúde e segurança das crianças. As
escolas devem ser priorizadas entre as primeiras instituições a serem abertas à
medida que as sociedades reabrem.
Dadas as consequências devastadoras para crianças,
jovens e sociedades como um todo, as decisões sobre o fechamento de escolas
devem ser consideradas como um último recurso, de forma temporária e apenas em
nível local, se o surto ainda não tiver sido manejado.
Durante fechamentos, a continuidade da educação
deve ser garantida por meio do ensino à distância, potencializando a
solidariedade social dentro das comunidades. O tempo de fechamento das escolas
deve ser usado para investir na adaptação e melhoria das escolas para que elas
possam reabrir o mais rápido possível.
As escolas fazem parte de uma comunidade e conectam
as comunidades. Dessa forma, as medidas tomadas para reduzir o risco em uma
comunidade também reduzirão o risco nas escolas. Por isso, é importante uma
abordagem de toda a sociedade e solidariedade no nível da comunidade para
garantir a continuidade da educação em ambientes protegidos da COVID-19.
Não há risco zero, mas as medidas preventivas
tomadas para reduzir a transmissão de COVID-19 podem ser vantajosas para toda a
sociedade, com a melhoria das práticas que reduzem a propagação de doenças
(lavagem das mãos, higiene respiratória e uso de máscara quando apropriado para
a idade) e esforço por maior acesso à educação para todas as crianças.
São fundamentais a consulta e coordenação dentro da
comunidade escolar, bem como com os pais, para construir confiança e
tranquilizar a família sobre a segurança das escolas. As lições aprendidas com
crises anteriores (por exemplo, ebola) mostram que a ampla mobilização social e
o engajamento dos líderes comunitários são essenciais para tranquilizar a
família e ajudar a reduzir significativamente o abandono escolar.
Mais informações: "Considerações para medidas de saúde pública relacionadas
a escolas no contexto da COVID-19"
Qual é a posição da OMS sobre as chamadas "lockdowns" como forma de combater a COVID-19?
Medidas de distanciamento físico em grande escala e restrições de movimento,
muitas vezes chamadas de lockdowns, podem reduzir a velocidade de transmissão
da COVID-19, ao limitarem o contato entre as pessoas.
No entanto, essas medidas podem ter um impacto
negativo profundo sobre os indivíduos, comunidades e sociedades, ao fazer com
que a vida social e econômica praticamente pare. Essas medidas afetam
desproporcionalmente grupos desfavorecidos, incluindo pessoas em situação de
pobreza, migrantes, pessoas deslocadas internamente e refugiados, que na
maioria das vezes vivem em locais superlotados e com poucos recursos e dependem
do trabalho diário para sua subsistência.
A OMS reconhece que, em certos pontos, alguns
países não tiveram escolha a não ser orientar a população a ficar em casa e
outras medidas para ganhar tempo.
Os governos devem aproveitar ao máximo o tempo
extra concedido pelas chamadas medidas de lockdown, fazendo tudo o que puderem
para desenvolver suas capacidades de detectar, isolar, testar e cuidar de todos
os casos; rastrear e colocar em quarentena todos os contatos; engajar,
empoderar e capacitar as populações para impulsionar a resposta da sociedade e
muito mais.
A OMS tem esperença de que os países
usarão intervenções direcionadas onde e quando necessário, com base na
situação local.
Quais as recomendações da OPAS sobre retomada de viagens internacionais?
Principais medidas recomendadas:
• Não devem ser permitidas viagens internacionais de pessoas que estejam sob
medidas de isolamento, quarentena ou restrição de movimento em sua comunidade
(por exemplo, em confinamento).
• As pessoas que não estiverem se sentindo bem, independentemente da causa,
devem ser orientadas a não fazer viagens internacionais e a procurar
atendimento médico.
• Pode-se selecionar de forma dinâmica os países e cidades a partir dos quais é
autorizado o trânsito internacional de entrada direto, para mitigar o risco de
casos importados de infecção por SARS-CoV-2.
• Devem ser estabelecidos mecanismos para que os viajantes que chegarem a uma
cidade ou país forneçam informações sobre seus planos de viagem para os
primeiros 14 dias no local.
• Deve ser feita uma triagem visual dos viajantes que chegam e saem para
detectar sintomas compatíveis com a COVID-19.
• Devem ser estabelecidos mecanismos para monitorar o estado de saúde dos
viajantes internacionais nos 14 dias após a sua chegada.
Medidas NÃO recomendadas:
• Não são justificáveis intervenções que possam gerar uma falsa sensação de
segurança (como a triagem de viajantes com base na temperatura corporal e o
preenchimento de formulários ou declarações dos viajantes com base nos sintomas
ou testes para COVID-19).
• Os viajantes internacionais não devem ser considerados ou tratados como
contatos de casos de COVID-19 e não se deve exigir que façam quarentena no país
de destino.
• Os viajantes internacionais não devem ser considerados ou tratados como casos
suspeitos de COVID-19 e não devem ser submetidos à coleta de amostras ou
isolamento no país de destino.
• Considerando a eficácia da tecnologia de testes disponíveis atualmente, não é
recomendável realizar ou recomendar testes para COVID-19 para os passageiros
que estiverem planejando ou que fizerem uma viagem internacional como
ferramenta para mitigar o risco de propagação internacional.
Mais informações: "Retomada das viagens internacionais não essenciais no
contexto da pandemia de COVID-19: orientação sobre o uso de testes para a
COVID-19. 9 de outubro de 2020"
Os testes de diagnóstico PCR, que são altamente
precisos e devem ser realizados em laboratório, continuam sendo o padrão ouro,
mas o tempo para recebimento de seus resultados pode ser mais demorado.
Dessa forma, os testes de detecção de antígenos não substituem o PCR, mas
complementam a detecção do vírus no corpo. A detecção baseada em antígeno
deve ser priorizada para diagnóstico da infecção pelo vírus da COVID-19 em
casos sintomáticos, sobretudo em ambientes onde os testes moleculares (por
exemplo, RT-PCR) são limitados, indisponíveis, ou estão disponíveis, mas com
longos tempos de resposta. Sua utilização deve ser priorizada para casos
suspeitos leves ou ambulatoriais e, eventualmente, para contatos de pacientes
confirmados. Seu uso em outros tipos de processos – como nos aeroportos ou
outros portos de entrada e na busca de casos assintomáticos – não é recomendado
atualmente pela OPAS.
Mais informações: “Implementação de testes de detecção rápida de antígenos
COVID-19. Piloto 27 de outubro de 2020”.
À medida que autoridades econômicas no mundo todo
tentam lidar com choques de receita inéditos, tais estratégias trazem esperança
e inspiram confiança. Porém elas também carregam risco. Em tempos normais, o
desenvolvimento de uma vacina é longo, complicado e frequentemente com
fracassos; é difícil saber quais acordos resultarão em uma vacina de fato.
O Pilar
COVAX oferece essa solução: através de diversificação de
portfólio, reunião de recursos financeiros e científicos e economia de escala,
governos e blocos participantes podem compensar o risco de apoiar candidatas
fracassadas, assim como governos com capacidade limitada ou nula de financiar
suas próprias compras bilaterais podem ter assegurado o acesso a vacinas que
salvarão vidas e que de outro modo estariam fora de seu alcance.
O objetivo do Pilar COVAX é colocar fim na fase
aguda da pandemia global até o final de 2021. Caso tenha sucesso em seu
objetivo, através da alocação adequada de doses seguras e eficazes de vacinas,
em fases determinadas pela epidemiologia e saúde pública para desacelerar e, em
última instância, interromper a pandemia, poderá salvar milhões de vidas e
transformar as perspectivas econômicas de governos e pessoas.
O Pilar COVAX é uma abordagem urgentemente
necessária para se chegar mais rapidamente a uma vacina segura e eficaz,
através do financiamento, compartilhando os riscos de desenvolvimento e criando
capacidade para a fabricação de doses de vacina agora, paralelamente ao
desenvolvimento clínico e antes da comprovação de seu funcionamento.
Ele mostrará como os países participantes, ao
comprar uma cota de participação de várias vacinas candidatas, em vez de apenas
uma ou outra, poderão se garantir contra o fracasso de qualquer candidata
individual e garantir vacinas bem-sucedidas de modo custo eficaz e direcionado.
O que devo fazer para ter um Natal e Ano-Novo com segurança?
Durante uma pandemia, não há época de festas sem riscos. Cada encontro, cada
viagem de compras e cada viagem aumentam as chances de propagação do vírus.
As pessoas devem evitar espaços fechados, lotados
ou que envolvem contato próximo com outras pessoas, bem como lavar as mãos com
frequência. Essas medidas são especialmente importantes agora que entramos no
período de festas de fim de ano, quando as comunidades se reúnem para marcar as
celebrações religiosas e gerações de famílias se encontram para dar graças.
Este não é o momento de realizar nenhum grande
encontro. Mesmo as reuniões menores, dentro de casa, podem ser especialmente
arriscadas porque reúnem grupos de pessoas, jovens e idosas, de diferentes
famílias, que podem não estar aderindo às mesmas medidas de prevenção.
Encontros devem ser realizados ao ar livre sempre que possível e os
participantes devem usar máscaras e manter distância física. Se for em
ambientes fechados, é importante limitar o tamanho do grupo e escolher áreas
bem ventiladas para ajudar a reduzir a exposição.
Outras informações: "OPAS recomenda evitar viagens e grandes reuniões durante
celebrações de fim de ano"