Com a volta da cobrança de impostos federais, o preço da gasolina subiu
5,76% pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), a prévia da inflação no país. O
item foi a maior influência individual no mês e respondeu por 0,26 ponto
percentual da taxa de 0,69% do IPCA-15, ou quase 40% (37,6%) da alta do índice.
Em fevereiro, a gasolina tinha recuado 0,04% pelo IPCA-15.
A partir de 1º de março, o governo federal retomou a cobrança
dos impostos federais para combustíveis, que tinha suspensa em junho de 2022.
O IPCA-15 de março capta, portanto, apenas uma parte dessa reoneração dos impostos, há que a coleta de preços foi feita no período de 11 de fevereiro a 15 de março de 2023.
Os preços de etanol – cujos impostos também foram retomados –
tiveram alta de 1,96% em março, após queda de 1,65% um mês antes.
Os demais combustíveis, no entanto, tiveram queda pelo IPCA-15
de março: óleo diesel (-4,86%) e gás veicular (-2,62%).
Outro item com preço em alta foi a energia elétrica, que subiu
2,85% em março. Um mês antes, houve elevação de 0,35%. Individualmente, a energia
elétrica respondeu por 0,11 ponto percentual da taxa de 0,69% do IPCA-15 geral
do mês, cerca de 15% da alta da inflação.
O movimento reflete a reinclusão das tarifas de uso dos sistemas
de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) na base de cálculo do ICMS, que já
tinha aparecido no resultado fechado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de fevereiro.
Inicialmente, essa reinclusão ocorreu em locais específicos, a
partir de decisões da Justiça. No início de março, os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) confirmaram liminar para a inclusão das tarifas correspondentes
ao custo dessas tarifas de uso de energia elétrica na base de cálculo do ICMS.
A liminar foi concedida pelo ministro Luiz Fux, para atender a
pedido dos governos estaduais e suspendeu dispositivo da Lei Complementar nº
194, editada em 2022, que exclui essas tarifas da cobrança do ICMS.
A prévia da inflação de março mostrou ainda avanço de preços
menos intensos para alimentos. Os preços de alimentação e bebidas subiram
0,20% em março, após incremento de 0,39% em fevereiro.
Segundo o IBGE, dois produtos contribuíram para o resultado com
quedas acentuadas de preços: batata-inglesa (-13,14%) e tomate (-6,34%). Outros
alimentos com preços menores na coleta de março foram cebola (-12,13%), óleo de
soja (-2,47%), contra-filé (-2,04%) e frango em pedaços (-1,94%).
Por outro lado, os preços de ovo de galinha subiram 8% em março.
A alimentação fora do domicílio passou de 0,40% em fevereiro
para 0,68% em março. Tanto o lanche (1,02%) quanto a refeição (0,50%) tiveram
variações superiores às do mês anterior (quando as altas foram de 0,78% e
0,16%, respectivamente).
Educação
Passado o impacto dos reajustes do início do ano letivo, que
ocorrem geralmente em fevereiro, a alta dos preços de educação desacelerou para
0,08% em março, segundo o IPCA-15. Em fevereiro, a alta do grupo tinha sido de
6,41%, segundo o IBGE.
No resultado em 12 meses até março, a alta de preços de educação
está em 8,20%. O nível é superior ao de 6,71% em março de 2022.
A desaceleração da alta dos custos com educação em março não
significa necessariamente alívio para o bolso do consumidor. É importante
lembrar que a inflação mede a variação dos preços.
O que o IPCA-15 divulgado agora mostra é que a alta entre
fevereiro e março foi de 0,08%, mas os preços permanecem no patamar elevado que
tinha sido atingido após os reajustes de fevereiro.
Créditos: Valor/Petrobras.