segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

BRASIL REGISTRA MAIS DE 600 AMPUTAÇÕES DE PÊNIS POR ANO; DESCUBRA O MOTIVO

Foto: GETTY IMAGES via BBC

País tem alto número de desfechos graves do câncer que pode ser evitado com higiene diária.

Nos últimos 10 anos, mais de 6 mil procedimentos de amputação peniana foram registrados no Brasil, com uma média anual superior a 600 casos, conforme revelado por um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), baseado em dados do Ministério da Saúde.

A amputação de pênis tornou-se uma medida de tratamento adotada em cerca de três em cada 10 pacientes diagnosticados com estágios avançados de câncer peniano durante esse período. A SBU destaca que essa situação poderia ser evitada por meio de práticas simples, como hábitos adequados de higiene e a vacinação contra o HPV.

O Dr. Maurício Dener Cordeiro, coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, ressalta que o número alarmante de amputações está principalmente relacionado à falta de informação. Ele destaca que muitos homens desconhecem a possibilidade de desenvolver câncer no pênis, o que leva à ausência de busca por especialistas e, consequentemente, a diagnósticos tardios.

É crucial destacar que, quando detectado em estágio inicial, o câncer peniano apresenta altas taxas de cura e pode ser tratado de maneira menos invasiva. Em estágios precoces, o tumor é restrito à camada superficial da pele, não afetando estruturas mais profundas, possibilitando a remoção apenas da área afetada, sem a necessidade de amputação completa.

A amputação é considerada em situações extremas, sendo o câncer peniano geralmente associado a uma infecção crônica do prepúcio, a pele que cobre a glande (a cabeça do pênis). Inicialmente, manifesta-se como uma ferida que não cicatriza e evolui para uma úlcera ou lesão grave. A falta de higiene adequada na região é uma das causas comuns, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias.

O Dr. Maurício destaca a importância da higiene diária, especialmente durante o banho, recomendando a retração do prepúcio, exposição da glande e lavagem da região com água e sabão. Pacientes com fimose, caracterizada pela dificuldade na exposição da glande, estão mais suscetíveis ao desenvolvimento da doença, podendo considerar a remoção cirúrgica do prepúcio para facilitar a higienização.

FONTE: MS/SBU