quarta-feira, 27 de novembro de 2024

VARGINHENSE É O ALVO DA 'OPERAÇÃO DAMAS DE OURO': POLÍCIA E MP-RJ INVESTIGAM CÁRCERE PRIVADO E TENTATIVA DE FEMINICÍDIO CONTRA SOCIALITE CARIOCA

Quem é a socialite carioca mantida em cárcere privado em prédio no Rio |  Metrópoles

Na manhã desta terça-feira (26), a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Ministério Público Estadual (MP-RJ) deflagraram a 'Operação Damas de Ouro', nome dado pela polícia, faz referência ao ex-marido de Regina Lemos Gonçalves que fundou a COPAG e visa prender o varginhense José Marcos Chaves Ribeiro, ex-motorista, está sendo acusado de crimes graves contra a socialite, de 88 anos. 

Entre as acusações, estão tentativa de feminicídio, violência psicológica, furto qualificado, sequestro e cárcere privado. 

O suspeito, continua com seu paradeiro ignorado pelas autoridades.

A investigação revelou que a vítima teria passado dez anos em cárcere privado em um apartamento de Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo Regina, ela era mantida isolada por José Marcos, que também é acusado de se apropriar de bens e administrar indevidamente o vasto patrimônio da idosa.

Investigação e Mandados de Busca

As autoridades cumpriram mandados em uma mansão em São Conrado, avaliada em R$ 15 milhões, e em dois apartamentos no mesmo bairro, todos supostamente usados pelo ex-motorista. A mansão era alugada a terceiros, enquanto a socialite vivia em condições precárias.

Como tudo começou

O caso começou a ser investigado em novembro de 2023, após denúncias de amigos da vítima, que notaram seu desaparecimento. Contratado como motorista em 2010, José Marcos alegava ter um relacionamento amoroso com Regina. 

Em 2021, ele apresentou um documento de união estável, acompanhado de um atestado psicológico que o colocava como responsável legal pela idosa em casos de problemas de saúde mental.

Regina, no entanto, afirma não se lembrar de ter assinado qualquer documento e relata que vivia sob efeito de medicamentos, isolada de amigos e familiares.

Maus-tratos e fuga

Durante o período de isolamento, Regina dormia em uma poltrona, ficava sem alimentação adequada e foi diagnosticada com desnutrição severa após conseguir fugir, em janeiro deste ano. “Eu emagreci mais de 30 quilos e estava completamente assustada quando cheguei à casa do meu irmão”, relatou.

Mesmo após a fuga, José Marcos utilizou o documento de união estável para manter o controle sobre os bens de Regina. Entre eles, uma casa de 1,4 mil m² que ele usava como residência.

Desdobramentos legais

A família da socialite busca na Justiça anular o documento de união estável e restabelecer o controle do patrimônio da idosa, avaliado em bilhões. “Ele não trouxe nada de bom, apenas destruiu o que era meu. Quero justiça”, declarou Regina.

Enquanto isso, as investigações seguem para localizar o suspeito e trazer à tona todos os detalhes do esquema. O caso expõe mais uma vez a vulnerabilidade de idosos em situações de isolamento e o uso de artifícios legais para explorar pessoas em condição de fragilidade.