Sete torcedores invadiram as redes sociais ameaçando de morte Cássio, Willian, Gil e o presidente do Corinthians, Duilio Monteiro Alves. Na mensagem a Cássio e Gil, a ilustração trazia um revólver e balas.
As famílias de Cássio e Gil querem sair do Brasil.
No mesmo dia da ameaça, quinta-feira, a diretoria promovia o encontro entre membros das organizadas e o técnico português Vítor Pereira e os jogadores. Eles detalharam os motivos dos resultados frustrantes e prometeram que vão melhorar. Enquanto ouviam cobrança duras de “raça e amor à camisa”. Nas redes sociais, a ameaça da principal organizada.
“Ou joga por amor, ou por terror.”
No dia 25 de fevereiro, membros de organizada do Bahia dispararam bolas de sinuca recheadas de pólvora contra o ônibus que levava o time do próprio Bahia para a Fonte Nove, para enfrentar o Sampaio Corrêa. Os artefatos furaram a lataria do veículo. O goleiro Danilo Fernandes foi ferido no rosto e nos braços. Se fragmentos tivessem atingindo seus olhos, estaria cego.
No dia seguinte, 26 de fevereiro, membros da organizada do Internacional fizeram uma tocaia contra o ônibus do Grêmio. E uma chuva de pedregulhos acertou o veículo. Estilhaços de vidro acertaram o paraguaio Mathías Villasanti. Ele teve sorte por ter cortes superficiais no rosto.
Neste mesmo 26 de fevereiro, organizadas do Paraná Clube invadiram o gramado do estádio da Vila Capanema e trocaram socos e pontapés com jogadores do seu time. Porque a equipe foi rebaixada para a Segunda Divisão do Campeonato Paranaense. Por sorte, os atletas conseguiram fugir, correndo para os vestiários, depois das primeiras agressões.
Não são só Flamengo, Corinthians, Grêmio, Paraná Clube e Bahia que sofrem com organizadas. Todos os grandes clubes deste país, sem exceção, já enfrentaram problemas graves, como invasão ao Centro de Treinamento, ameaças e até agressões a jogadores.
O R7 teve acesso a dois movimentos paralelos para tentar acabar com a situação. Dirigentes e jogadores tentam se proteger dos torcedores. Muitas vezes do próprio clube.
Diante da frágil legislação esportiva, que prevê, no máximo, afastamento de três a cinco anos dos estádios por atos de vandalismo ou mesmo crimes como ameaças de morte, tocaias a ônibus e outros absurdos, dirigentes começam, sigilosamente, a se articular.
Apesar de muitos presidentes de clubes reféns de suas organizadas, eles estão em contato permanente, de maneira virtual, para a criação de uma liga que coordene as competições nacionais.
Nessas conversas, nasceu o desejo de um movimento por punições mais pesadas aos vândalos infiltrados nas organizadas.
Porque, de maneira geral, vários dirigentes estão com medo. E perceberam que a situação saiu do controle. E está nascendo a articulação por uma exigência geral de outra mudança no Estatuto do Torcedor, a Lei 10.671/03.
Criado em 2003, os dirigentes acreditam que ele está completamente defasado. Mesmo com várias emendas. Principalmente em relação à violência, desenfreada nos tempos atuais.
Tudo ainda é embrionário, mas os clubes se mostram unidos para enfrentar tanta violência e vandalismo. Do outro lado, os jogadores também começam a se articular. Capitães e líderes de times importantes estão estudando um movimento conjunto.
Greve é uma palavra repetida em troca de mensagens. Paralisar o futebol para chamar a atenção do que está acontecendo nos grandes clubes. Com organizadas invadindo jogos, treinos, ameaçando de morte, chutando e socando carros. Como acontece com os dirigentes dos clubes, nenhum atleta quer assumir o movimento. Querem fazer via Sindicatos dos Jogadores, por pavor de retaliação das organizadas, dos torcedores.
Porém, a articulação está acontecendo entre os dirigentes e atletas. Para exigir legislação mais dura, mais punitiva, que os protejam da violência. O futebol brasileiro está com muito medo. De vândalos infiltrados entre seus próprios torcedores…
COM: R7