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12/03/2025 16:55 | 5 min de leitura
Os artefatos explosivos deixados por um homem no terminal Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (12) tinha panfletos de teor político atribuídos ao PCdoB (Partido Comunista do Brasil), que nega qualquer vínculo com a ação.
O material de cunho político apresentava sigla e símbolos
diferentes aos utilizados pelo PCdoB.
"Abaixo os generais golpistas! Morte aos fascistas!
Viva o Maoismo! Viva a Guerra Popular! Viva a Revolução Democrática! Partido
Comunista do Brasil - P.C.B.", trazia um deles.
A sigla do Partido Comunista do Brasil é PCdoB. O PCB é o
Partido Comunista Brasileiro.
O Diretório Estadual do PCdoB negou qualquer envolvimento
com o caso.
"O Diretório Estadual do PCdoB SP vem a público
esclarecer, de forma categórica, que não tem qualquer envolvimento com os
artefatos explosivos que foram colocados na estação Pinheiros, tampouco com a
carta supostamente assinada por nossa organização. Trata-se de uma grave e
irresponsável provocação, cujo objetivo é atacar o PCdoB e confundir a opinião
pública", afirmou o diretório em nota.
"Estamos tomando todas as medidas jurídicas cabíveis
para apurar as responsabilidades por esse ato criminoso e identificar os
verdadeiros autores dessa provocação", ressaltou o partido.
O CASO
Após uma explosão, o terminal Pinheiros foi parcialmente interditado na manhã
desta quarta-feira. O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia
Militar foi acionado e investiga suspeita de bomba.
A concessionária que administra o terminal afirmou que, por
volta das 5h30, duas sacolas foram deixadas por um homem em uma das plataformas
do terminal.
"Uma delas gerou uma pequena explosão que, felizmente,
não causou quaisquer danos e nem ferimentos às pessoas nas proximidades",
afirmou em nota.
De acordo com a PM, duas sacolas foram deixadas no terminal.
O primeiro explodiu antes da chegada do Gate.
No local, o técnico explosivista foi equipado com o traje
anti-fragmentação, fez aproximação e imagens fotográficas, bem como captação de
imagens de raio-x do artefato, que não acionou.
Ainda de acordo com o Gate, foi realizada intervenção
através de um canhão disruptor. O agente conseguiu retirar a fonte de
alimentação deixando artefato em segurança e separando todos os componentes.
Vitor Haddad, 1º tenente do Gate, afirmou que o segundo
objeto era um artefato e tinha potencial explosivo.
A explosão e movimentação atípica assustaram os
trabalhadores do local.
Aline Vaz, 28, que trabalha num quiosque da mesma plataforma
onde houve as explosões, disse que a segunda foi muito alta, mesmo tapando os
ouvidos.
A segunda foi mais alto que a primeira, diz Gabriely
Fernandes, 21, atendente de um quiosque ao lado. Ela estava servindo um café na
hora da primeira explosão, e derramou o líquido com o susto. Ela contou que
achou que era um ataque terrorista.
Segundo a SPTrans, 41 linhas de ônibus são operadas no
terminal.
"Duas plataformas permaneceram interditadas para que as
investigações seguissem com segurança. A operação do terminal foi mantida,
apenas com remanejamento das plataformas de embarque", ressaltou a
concessionária.
Fonte: Folha de S.Paulo