Divulgação
26/03/2025 | 3 min de leitura
A Polícia Judiciária e a Marinha de Portugal interceptaram, a 920 quilômetros
do território autônomo português dos Açores, um submersível carregado com 6,5
toneladas de cocaína. Na tripulação, estavam três brasileiros, um colombiano e
um espanhol.
Isso aponta para uma internacionalização das organizações
criminosas como um todo. Não é mais um grupo de brasileiros, um grupo de
colombianos ou mexicanos — diz Roberto Uchôa, membro do conselho do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública e pesquisador na Universidade de Coimbra — As
organizações conseguem se adaptar rapidamente através de novas tecnologias para
conseguir o seu intento: entregar drogas no seu destino.
Um vídeo divulgado pelas autoridades portuguesas mostra como
foi a abordagem ao submarino do tráfico e como é o interior da embarcação:
O submarino partiu do litoral brasileiro e tinha como
destino algum ponto da Península Ibérica. Em coletiva de imprensa, Luís Neves,
Diretor Nacional da Polícia Judiciária, explicou que os narcossubmarinos se
aproximam da costa apenas o suficiente para serem abordados por lanchas. A
droga é retirada dos submersíveis, e os barcos levam o carregamento da droga
para dentro do país, rapidamente.
Segundo Neves, os tripulantes presos "não são
aprendizes" e foram treinados para a ação criminosa que cruzou o Oceano
Atlântico. O nome da organização criminosa responsável pelo caso não foi
divulgado, mas, de acordo com o diretor da Polícia Judiciária, é uma das muitas
que buscam "encharcar a Europa de muita cocaína".
"São os cartéis que os constroem, são manufaturados e
têm tecnologia de ponta para poderem comunicar com a organização e para poderem
estar no mar", declarou Neves, segundo o jornal português Observador.
O caso chegou ao conhecimento das autoridades portuguesas
pelo Centro de Análise e Operações Marítimas (Narcóticos), entidade que reúne
oito países da União Europeia e o Reino Unido com o objetivo de combater o
tráfico de drogas nos mares. A informação de que um narcossubmarino estava se
aproximando de Portugal foi compartilhada pela Guarda Civil da Espanha.
Fonte: O Globo