No semiaberto e com bom comportamento, condenada pela morte dos pais tem
direito a sair da prisão durante cinco períodos de sete dias por ano
Aqui, quando Suzane deixou a prisão pela última vez, em março deste ano. |
Suzane
von Richthofen deixou
a penitenciária feminina de Tremembé (SP) nesta
quinta-feira para o benefício da saída temporária do Dia das Mães.
Em 2002, ela foi condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais,
Manfred e Marísia von Richthofen, atuando junto com o então namorado, Daniel
Cravinhos, e o irmão mais velho deste, Cristian.
A saída é um benefício concedido até
cinco vezes ao ano a detentos do regime semiaberto que possuem bom
comportamento e podem ficar sem vigilância, no período limitado a até sete
dias, mediante o registro de um endereço fixo de permanência fora do presídio.
A lei não proíbe que criminosos
condenados pelo assassinato dos pais tenham direito ao benefício nas datas
comemorativas dos dias dos pais e das mães.
Em abril,
VEJA revelou que Suzane von Richthofen está a um passo de progredir para o
regime aberto e só não está em liberdade por uma decisão pessoal: ela
vem recusando sucessivamente se submeter a um exame psicológico determinado
pela Justiça.
Teste
A sua defesa argumenta que Suzane
tem direito à progressão por ter cumprido tempo suficiente de pena e por seu
comportamento na prisão, não sendo obrigado a se submeter a quaisquer exames.
Seu advogado, o defensor público Saulo Oliveira, afirmou que ela não deve ser
“objeto de estudo” para passar por testes que não são comumente aplicados
à população carcerária.
“A decisão de submetê-la (Suzane) a
exames rigorosos ocorre porque ela cometeu crime grave, um duplo homicídio
contra a própria família. É uma medida para proteger a sociedade”, justificou o
promotor Paulo de Palma em seu parecer. Em 2014, a única vez em que ela se
submeteu a esse procedimento, o teste de Rorschach, o laudo a
descreveu como “manipuladora”, “dissimulada”, “narcisista” e “possuidora de
agressividade camuflada”.