Os influenciadores ucranianos do Instagram são agora testemunhas da zona de guerra. Ao mesmo tempo, peritos em guerra urbana tuítam sobre os combatentes ucranianos, de acordo com o correspondente-chefe de mídia da CNN, Brian Stelter, no programa “Reliable Sources”, da CNN americana. Mas o ataque de palavras e imagens está alimentando um ambiente confuso nas mídias, com muita desinformação circulando.
O ecossistema das notícias está se tornando cada vez mais complexo,
especialmente quando se leva em conta os meios de comunicação social estatais
da Rússia.
David French,
editor sênior da revista online “The Dispatch”, disse que as redes sociais
estão mostrando aos americanos o quanto esta guerra é “incrivelmente brutal”.
Ao mesmo tempo, as plataformas não oferecem uma visão estratégica global, como
as posições das forças russas ou o número real de baixas.
“Cada vídeo do TikTok é
um pequeno retrato de um curto momento na linha do tempo, muitas vezes sem
qualquer outro contexto”, afirmou French. “Seria preciso passar um longo tempo
com um conhecimento verdadeiro para começar a montar o quebra-cabeças do
TikTok”.
French acrescentou que o imediatismo dos feeds das redes sociais pode ter levado as nações
ocidentais a “caírem rapidamente” em sanções mais rigorosas.
“A natureza
inspiradora da resistência ucraniana está fazendo com que muitos governos
ocidentais se envergonhem e ajam”, opinou o editor.
Navegar nas redes sociais
Stelter, da CNN, citou um excelente exemplo de desinformação
sendo difundida nas redes sociais: um vídeo de paraquedistas russos
compartilhado no TikTok e no Twitter que na verdade foi filmado em 2015.
Jane Lytvynenko,
repórter investigativa e pesquisadora especializada em desinformação, disse que
poucas pessoas entendem tão bem a guerra da informação como a maioria dos
Ucranianos.
“Propaganda
política faz parte de toda guerra”, afirmou. “E o objetivo da propaganda que
vem da Rússia agora é minar as narrativas ucranianas e assustar o povo
ucraniano”, continuou.
Lytvynenko advertiu
sobre relatos de “forças russas, movimentos da força russa e desinformação” nas
redes sociais, que as agências noticiosas ucranianas estão desmentindo em tempo
real.
A “névoa da guerra” baixou na Ucrânia, Stelter disse, tornando mais
difícil saber o que está acontecendo em comunidades mesmo a menos de 40
quilômetros de Kiev. French disse que não podemos saber por
dias ou semanas o curso real da batalha.
“Há uma regra
geral: quanto mais específica e dramática a informação, mais desconfiado você
deve ficar”, disse French, que é veterano da Guerra
do Iraque. “Neste momento, os relatos mais confiáveis serão aqueles
de fontes de alto nível e os mais vagos”.
COM: CNN/BR